domingo, 18 de janeiro de 2009
FUNDAMENTOS DA NOSSA CONFISSÃO
Lembremos que selecionamos oito aspectos fundamentais da revelação bíblica para compartilhar. Já falamos sobre a Trindade e um pouco sobre a Encarnação. Encorajo os irmãos que têm amado esta Palavra a gastarem tempo em seu estudo. Nós vamos falar bastante sobre a justificação pela Fé e ressurreição de Cristo. Vamos falar um pouco mais sobre o Espírito Santo. Vamos falar sobre o Corpo de Cristo que é a Igreja. Pois este é um dos assuntos que mais tem despertado, segundo o meu entendimento, a necessidade de abordarmos. O que é a Igreja bíblica? Quais são os moldes do Novo Testamento a respeito da Igreja? Quanta coisa nós ouvimos hoje em dia, em torno desse assunto! Como nós precisamos estar bem alicerçados sobre o que é a Igreja! Qual a expressão prática da Igreja? Quais são as bases sobre as quais a Igreja se move? O que é essencial para a unidade da Igreja e o que não é essencial?
Normalmente nos perdemos naquilo que é secundário, considerando-o como essencial. E na verdade, a grande maioria das divisões nesse período todo de história da Igreja é em torno de coisas não essenciais. Em torno de formas de governo, de formas de batismo, e coisas assim, não essenciais. Batismo é essencial, mas não a forma do batismo. O governo da Igreja é essencial, mas nós não podemos nos dividir pela forma de governo. Então, o que é secundário passa a assumir uma questão primordial, e então nós temos todo tipo de dificuldade. Se não estivermos cientes a respeito desse assunto iremos nos perder, e muito.
O último alicerce que nós citamos foi o Supremo Propósito de Deus. E abrindo um parêntesis, falamos um pouco sobre a Bíblia. Se o Senhor permitir, falaremos mais sobre a Bíblia. O que é este Livro que temos nas mãos? Qual o seu significado? Quanto ele custou através desses três mil e quinhentos anos do mover do Senhor até hoje para que hoje esteja em nossas mãos, para que possamos dar o valor adequado à Palavra escrita. Este, na verdade, não seria um nono alicerce e sim, um fundamento de todos os oito. Nós recebemos a revelação da Trindade de onde? De um anjo? Recebemos todos os alicerces da palavra escrita. A palavra de Deus escrita é a auto-revelação de Deus. Se nós não temos a Bíblia como a auto-revelação de Deus, não conhecemos a Bíblia, nem reconhecemos o seu devido valor. Se consideramos a Bíblia como um livro qualquer, não a colocamos no seu devido lugar, porque a Bíblia é o único livro onde Deus Se auto-revela. Ele próprio é quem fala. A Bíblia se auto-explica. Ela não precisa de manual nenhum para ser entendida. Ela se explica, ela se completa. Ela é auto-interpretativa e auto-consistente, porque ela foi inspirada por um único Autor, o Espírito Santo. Então a palavra escrita de Deus é tão fundamental, tão importante, que nós devemos dar o devido valor a ela.
O Senhor sempre resgatou o lugar da Sua palavra em todos os movimentos de avivamento. “Todos”. Até no Velho Testamento. Lembrei aos irmãos há pouco tempo sobre o retorno do povo do cativeiro da Babilônia. Um dos focos, do alicerces daquele retorno, foi a restauração da palavra de Deus, por Esdras. Esdras recuperou a palavra. Ele colocou a Palavra no lugar central. Se ela não vir de novo a ocupar o lugar central no meio do cristianismo de hoje, nós não temos, absolutamente, nenhuma chance de uma restauração genuína. Portanto, nós precisamos dar o devido valor e ter uma visão adequada da palavra de Deus - esse livro que você tem na mão de 66 pequenos livros. Um único livro, soprado por Deus, palavra por palavra. Rico de auto-revelação Dele mesmo, rico da revelação do Seu propósito, rico da revelação de tudo o que Ele é Nele mesmo, e de tudo o que Ele intentou desde a eternidade fazer com a Sua criação e com aqueles que Ele planejou para redimir a fim de serem feitos filhos. A
Bíblia não se detém nem só na criação nem só nos filhos. Ela fala dos dois. Ela mostra que parte, toda a criação e aqueles eleitos no coração de Deus antes da fundação do mundo, iriam tomar nesse grande propósito, nesse supremo propósito. A Bíblia é singular. Ela expressa para nós essas riquezas infindáveis de Cristo. Quanto mais nós cavamos esse livro, mais nós vemos que estamos na superfície. Quanto mais vamos, mais nós vemos que estamos aquém, porque a palavra de Deus é tão infinita quanto o próprio Deus.
Então, que necessidade irmãos, nós temos hoje de recuperar o lugar devido dessa Palavra na nossa vida individual, na vida da nossa família. Será que o foco da nossa vida familiar é a Bíblia? Nós nos movemos segundo a revelação de Deus, à visão que temos de Deus, à visão de Cristo, à visão dos princípios Bíblicos? Nossa vida é governada pelos princípios bíblicos? Nós andamos em obediência aos princípios da Palavra? Quando nosso coração se desvia desses princípios, temos a sensibilidade dada pela própria Palavra, renovada em nós, soprada pelo Espírito, revelando o que é ofensivo ao Senhor e nos levando a nos arrepender? Nós precisamos ser governados por esta Palavra. Vejam o que Moisés diz em Deuteronômio:
“E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas” (Dt 6.6-9).
“Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por frontais entre os vossos olhos. E ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te; E escreve-as nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas;” (Dt 11.18-20).
Isso significa que a palavra de Deus deve governar nossa mente, nossa conduta, nosso pensamento, nossas atividades. Por isso o Senhor falou:
“... por frontais entre os olhos...”; governando a nossa mente;
Normalmente nos perdemos naquilo que é secundário, considerando-o como essencial. E na verdade, a grande maioria das divisões nesse período todo de história da Igreja é em torno de coisas não essenciais. Em torno de formas de governo, de formas de batismo, e coisas assim, não essenciais. Batismo é essencial, mas não a forma do batismo. O governo da Igreja é essencial, mas nós não podemos nos dividir pela forma de governo. Então, o que é secundário passa a assumir uma questão primordial, e então nós temos todo tipo de dificuldade. Se não estivermos cientes a respeito desse assunto iremos nos perder, e muito.
O último alicerce que nós citamos foi o Supremo Propósito de Deus. E abrindo um parêntesis, falamos um pouco sobre a Bíblia. Se o Senhor permitir, falaremos mais sobre a Bíblia. O que é este Livro que temos nas mãos? Qual o seu significado? Quanto ele custou através desses três mil e quinhentos anos do mover do Senhor até hoje para que hoje esteja em nossas mãos, para que possamos dar o valor adequado à Palavra escrita. Este, na verdade, não seria um nono alicerce e sim, um fundamento de todos os oito. Nós recebemos a revelação da Trindade de onde? De um anjo? Recebemos todos os alicerces da palavra escrita. A palavra de Deus escrita é a auto-revelação de Deus. Se nós não temos a Bíblia como a auto-revelação de Deus, não conhecemos a Bíblia, nem reconhecemos o seu devido valor. Se consideramos a Bíblia como um livro qualquer, não a colocamos no seu devido lugar, porque a Bíblia é o único livro onde Deus Se auto-revela. Ele próprio é quem fala. A Bíblia se auto-explica. Ela não precisa de manual nenhum para ser entendida. Ela se explica, ela se completa. Ela é auto-interpretativa e auto-consistente, porque ela foi inspirada por um único Autor, o Espírito Santo. Então a palavra escrita de Deus é tão fundamental, tão importante, que nós devemos dar o devido valor a ela.
O Senhor sempre resgatou o lugar da Sua palavra em todos os movimentos de avivamento. “Todos”. Até no Velho Testamento. Lembrei aos irmãos há pouco tempo sobre o retorno do povo do cativeiro da Babilônia. Um dos focos, do alicerces daquele retorno, foi a restauração da palavra de Deus, por Esdras. Esdras recuperou a palavra. Ele colocou a Palavra no lugar central. Se ela não vir de novo a ocupar o lugar central no meio do cristianismo de hoje, nós não temos, absolutamente, nenhuma chance de uma restauração genuína. Portanto, nós precisamos dar o devido valor e ter uma visão adequada da palavra de Deus - esse livro que você tem na mão de 66 pequenos livros. Um único livro, soprado por Deus, palavra por palavra. Rico de auto-revelação Dele mesmo, rico da revelação do Seu propósito, rico da revelação de tudo o que Ele é Nele mesmo, e de tudo o que Ele intentou desde a eternidade fazer com a Sua criação e com aqueles que Ele planejou para redimir a fim de serem feitos filhos. A
Bíblia não se detém nem só na criação nem só nos filhos. Ela fala dos dois. Ela mostra que parte, toda a criação e aqueles eleitos no coração de Deus antes da fundação do mundo, iriam tomar nesse grande propósito, nesse supremo propósito. A Bíblia é singular. Ela expressa para nós essas riquezas infindáveis de Cristo. Quanto mais nós cavamos esse livro, mais nós vemos que estamos na superfície. Quanto mais vamos, mais nós vemos que estamos aquém, porque a palavra de Deus é tão infinita quanto o próprio Deus.
Então, que necessidade irmãos, nós temos hoje de recuperar o lugar devido dessa Palavra na nossa vida individual, na vida da nossa família. Será que o foco da nossa vida familiar é a Bíblia? Nós nos movemos segundo a revelação de Deus, à visão que temos de Deus, à visão de Cristo, à visão dos princípios Bíblicos? Nossa vida é governada pelos princípios bíblicos? Nós andamos em obediência aos princípios da Palavra? Quando nosso coração se desvia desses princípios, temos a sensibilidade dada pela própria Palavra, renovada em nós, soprada pelo Espírito, revelando o que é ofensivo ao Senhor e nos levando a nos arrepender? Nós precisamos ser governados por esta Palavra. Vejam o que Moisés diz em Deuteronômio:
“E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas” (Dt 6.6-9).
“Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por frontais entre os vossos olhos. E ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te; E escreve-as nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas;” (Dt 11.18-20).
Isso significa que a palavra de Deus deve governar nossa mente, nossa conduta, nosso pensamento, nossas atividades. Por isso o Senhor falou:
“... por frontais entre os olhos...”; governando a nossa mente;
“... gravada na sua mão...”; governando as nossas obras (o que fazemos);
“... andando pelo caminho...”; significa governando toda a nossa conduta. Mente, obra e conduta.
“... andando pelo caminho...”; significa governando toda a nossa conduta. Mente, obra e conduta.
Uma vida regida pela palavra de Deus.
Irmãos! Só podemos ser bem-aventurados assim. Pela visão e obediência à Palavra. Por dar a Ela, nos nossos corações, o seu devido lugar. Nunca seremos bem-aventurados de outra forma. Não encontraremos paz, alegria, a verdadeira bem-aventurança em nenhum outro lugar, nem de nenhuma outra forma.
Na verdade, a raiz do nosso pecado é a desobediência. Vamos ver dois versos da epístola escrita aos hebreus:
“E a quem jurou que não entrariam no seu repouso, senão aos que foram desobedientes? E vemos que não puderam entrar por causa da sua incredulidade” (Hb 3.18,19).
Então, o autor de Hebreus usa em intercâmbio essas duas palavras. O que é que é incredulidade? É desobediência. O que é que é fé? É obediência. Aquele que diz: Eu creio, mas não obedece, ele não crê. Mas o que diz: Eu creio e obedece, esse crê. Simples. Então, toda a base do pecado em nossa vida é a desobediência. As palavras incredulidade e desobediência são usadas no mesmo sentido. Quem são os que não entraram no descanso? Os incrédulos. Por que é que eles não entraram? Porque foram desobedientes. É a mesma coisa. Crer é obedecer e não crer é não obedecer. Como o Senhor precisa ganhar os nossos corações para esse simples fato! Sabe o que eu vejo às vezes? Que nós damos um lugar indevido a algumas coisas. Por exemplo: à rendição. Algumas pessoas a expressam como se fosse tudo. Mas, precisamos entender que a rendição é passiva e a obediência é ativa. A vida cristã não é, por essência, passiva. Ela é, por essência, ativa, extremamente ativa.
“Desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor”. Isso não é ativo?
“Esforcemo-nos por entrar naquele descanso”.
Então é preciso colocar o coração diante de Deus dizendo: “eu quero obedecer-te Senhor. Cria em mim um espírito que obedece. Move em mim esse desejo de te obedecer, a qualquer preço, em toda circunstância”. Portanto, nós nunca iremos desenvolver a nossa vida cristã por rendição. Rendição é um primeiro passo. Nós iremos desenvolver a nossa vida cristã por obediência. Só podemos ser aperfeiçoados por obediência. Cristo só pode ser formado em nós por obediência. Obediência ao Senhor, à Sua palavra, aos Seus ditos, a essa unção que nos ensina todas as coisas. Se nós estamos com pequenas desobediências, aqui, ali, uma no negócio, outra na família, uma na relação aqui, outra em um assunto ali, nunca nós iremos desenterrar a nossa vida cristã. Nunca, porque não é um assunto de rendição apenas. Não adianta nós estarmos orando: “Senhor nós queremos nos render, nos entregar”. Nós temos uma visão muitas vezes “quietista”, desequilibrada da vida cristã, como se essa passividade, essa rendição fosse tudo. A rendição é apenas o inicio.
Quando Davi orou no Salmo 51, ele não pediu rendição a Deus. Ele falou:
“Cria em mim ó Deus, um coração puro. Renova dentro em mim, um espírito reto. Sustenta-me com um espírito voluntário. Então declararei aos homens a Tua palavra, o Teu testemunho”.
Um espírito voluntário, um coração que obedece. Um espírito voluntário, que quer e deseja fazer a Sua vontade. Então nós temos que tomar cuidado para não vertermos coisas para o nosso próprio prejuízo. Deus não nos pede apenas rendição. Vejamos o que Pedro nos diz em sua primeira carta:
“Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas” (1Pe 1.2).
Deus nos pede obediência. Então essa questão da obediência é muito significativa. Eleitos para a obediência. A palavra de Deus precisa ser recuperada. Coloquei toda essa ilustração para que vejamos o lugar que a Palavra de Deus precisa ter no nosso coração. Ela gera em nós arrependimento? Sim. Ela gera em nós convicção de pecado? Sim. Ela nos leva à rendição, a deixar de tentar fazer as coisas por nós, ao nosso modo, do nosso jeito? Sim também. O arrependimento e a rendição não são fins em si mesmos. São meios. O propósito é obedecer. A nossa oração deve ser aquela de Davi no Salmo 51: “Senhor me sustenta com espírito voluntário”. Um espírito que quer; que busca; que vai; que faz; que obedece; que pratica! Entretanto, esse não é o nosso assunto hoje.
Vamos agora examinar juntos alguns versículos onde aparece a palavra Mistério. Temos visto os fundamentos da nossa vocação, da nossa confissão, como uma coluna vertebral de oito alicerces. Fundamentos inegociáveis, centrais, essenciais, da revelação bíblica. Agora iremos examinar a palavra Mistério de outro ângulo. Não vamos olhar todas, mas a maioria, porque são muitas. A palavra Mistério é muito sugestiva e importante, pois lança luz por um ângulo diferente nas mesmas questões que temos abordado. É muito importante examinar a mesma verdade por vários ângulos. Isso é um método bíblico muito utilizado pelos apóstolos nos seus escritos. Mostrar a mesma verdade por ângulos diferentes. Então teremos como pano de fundo os oito alicerces: Trindade, Encarnação, Expiação, Justificação pela Fé, Ressurreição, Espírito Santo, Corpo de Cristo e Supremo Propósito de Deus.
Veremos que esse mistério toca a Trindade, a Encarnação, o Corpo de Cristo.
“Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne (Encarnação)...” (1Tm 3:16)
Qual o mistério da piedade?
“Grande é esse mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja” (Ef 5)
Veremos que esse mistério oculto, guardado em silêncio no coração de Deus, como Paulo fala em Romanos, toca em primeiro lugar o que Deus é, Nele mesmo, o mistério de Deus. Em segundo lugar o mistério da vontade de Deus, ou seja, tudo aquilo que Ele planejou. Deus com o Ser eterno. Ele próprio é um Ser misterioso. Nunca iremos esgotar a Deus, no nosso conhecimento Dele, nem agora e nem por toda a eternidade. Nosso Deus é infindável. Mas o que de Deus se pode conhecer, Ele teve prazer em Si revelar: Seu caráter, Sua glória, tudo o que Ele é, Sua perfeição, os Seus atributos. Mas Ele não nos fala só Dele na Sua palavra. Ele nos fala também da Sua vontade, do Seu plano, da inclusão da Igreja em Seu propósito.
Vamos começar por Apocalipse cap. 10
“Mas nos dias da voz do sétimo anjo, quando tocar a sua trombeta, se cumprirá o mistério de Deus, como anunciou aos profetas, seus servos”(Ap 10.7).
Iremos ver muitos textos, portanto precisamos ficar atentos. Algumas vezes a palavra mistério aparece no plural, como nos Evangelhos. Mas, na maioria dos textos iremos encontrar a palavra mistério no singular.
Para efeito de uma ordem didática vamos ver primeiro essa palavra no singular. Apocalipse 10.7 está falando então de um mistério, e é chamado aqui de mistério de Deus. Você vai ver que esse versículo lança uma luz bem geral. Fala sobre um mistério muito amplo. Tem a ver com Deus mesmo, o que Ele é, e com o plano Dele. O que Ele sempre quis fazer desde a eternidade no Seu coração. Deus e o Seu plano. Esse é o mistério de Deus. Então, vamos ver onde, na Palavra, encontramos isso. Que fique bem claro para nós. Quando o sétimo anjo tocar a trombeta se cumprirá o mistério de Deus, segundo Ele anunciou aos seus servos, os profetas. Aqui se refere em primeira mão aos profetas da Antiga Aliança. É o cumprimento de tudo aquilo que Ele falou no Velho Testamento. Tudo o que os profetas anunciaram vai se cumprir totalmente e integralmente quando? Quando o sétimo anjo tocar a sétima trombeta. Então nos perguntamos: o que é que vai acontecer quando esse sétimo anjo tocar essa sétima trombeta? O que é que significa isso? Vamos ver o versículo 15 do capítulo 11 de Apocalipse:
“E o sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre”.
É isto que Ap 10.7 chamou de o mistério ou segredo de Deus! O Reino do mundo se tornou do nosso Senhor e do seu Cristo. Creio que agora foi lançada mais luz para nós. Então, o que representa a sétima trombeta do sétimo anjo? Significa que quando o reino do mundo se tornar do nosso Senhor e do Seu Cristo, Ele reinará pelos séculos dos séculos. O claro contexto aqui está se referindo ao milênio. É a inauguração do milênio, o reinando de Cristo sobre a terra durante mil anos, quando os seus santos reinarão com Ele. O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo. Hoje isso é uma realidade prática, visível? Não! O Senhor é o único Rei. Ele reina sobre todos os reinos, todos os principados, todos os governadores. Mas o Seu reino ainda não é visível nessa terra. Nessa terra o Seu reino está apenas na Igreja, e ainda assim ele está em formação.
Nós estamos crescendo na graça e, quanto mais crescemos no conhecimento de Cristo, mais d’Ele é formado em nós, mais do reino de Deus está em nós, porque Cristo e o reino são a mesma coisa. O Reino é Ele; Ele é o Rei. Arrependei-vos porque está próximo o Reino. Foi assim que João Batista pregou.Ele foi o precursor do Rei. “Arrependei-vos porque está próximo o Reino”. Arrependei-vos porque está próximo o Rei. O Senhor Jesus é o Rei desse Reino. O Reino é o Seu caráter. Reinar é ser como Ele. O Reino é a Sua glória, é o que Ele é. O Reino não é uma distribuição de autoridades, de tronos. O Reino é uma questão de ser semelhante a Cristo. Isso é reinar. Então, o que é que está acontecendo aqui nesse momento? Esse reino está se tornando visível para todo mundo. Você crê nisso? Você crê nessa palavra? Você crê que quando o Senhor Jesus voltar Ele vai, com a espada da sua boca, destruir o governador mundial da época chamado “A besta”, ou anticristo? E também o seu companheiro religioso chamado “O falso profeta”?
Apocalipse 13 fala dessa besta que emerge do mar, o anticristo, o governador político, e a besta que emerge da terra, o príncipe religioso, o falso profeta, a tríade satânica: o anticristo e o falso profeta, energizados pessoalmente pelo diabo. Você vê essa tríade no Apocalipse? Apocalipse diz então que o nosso Senhor, na Sua segunda vinda, pessoalmente vai julgar o inimigo, o anticristo. Vai então aboli-lo, tirá-lo do caminho e estabelecer o Seu Reino nessa terra com os Seus vencedores. A Sua Igreja está sendo preparada para isso, para Reinar com Ele. A Igreja não é uma coisa qualquer. A Igreja é um sacerdócio real, uma nação santa, um povo de propriedade exclusiva de Deus. Quando é que isso tudo vai ser visível? Quando é que o Reino do mundo vai se tornar do Senhor e do Seu Cristo? Quando o sétimo anjo tocar a sétima trombeta. Sete é um número da Bíblia ligado à perfeição quanto ao tempo. A semana tem sete dias. Sete fala de perfeição temporal. Doze fala de perfeição eterna. Então, por que sete trombetas? Porque se trata do propósito de Deus relacionado ao tempo, à história.
Sendo assim, o Senhor Jesus vai voltar no tempo. Ele veio a primeira vez no tempo. Ele não veio no espaço sideral. Ele veio na Terra. Encarnou-se, Se fez homem, Ele participou do viver humano, ressuscitou como homem, e voltará como homem. E quando então Ele voltar, o reino do mundo se tornará do Seu Cristo. Ele vai reinar pessoalmente. O Cristo glorioso e os Seus santos, embaixadores, aqueles que seguiram o Cordeiro.
Então, o que é o cumprimento do mistério de Deus? O mistério de Deus será plenamente cumprido quando ficar claro para toda a criação que Cristo e a Igreja são um e que a glória de Cristo é expressa na Igreja, que Ele é o Rei eterno, e que aqueles que O amaram, que creram n’Ele, que O obedeceram, que O seguiram, reinarão com Ele. No capítulo 11 de Apocalipse isto não fica totalmente claro. Você só vê que o reino do mundo se torna do nosso Senhor. E Ele Reina. Aqui você vê algo relacionado especificamente a Cristo. Ele entra de novo na história. Ele volta. Ele tira o anticristo do caminho, o falso profeta. Ele estabelece o Seu Reino e Reina.
Sabendo que esse mistério está relacionado ao cumprimento das profecias do Antigo Testamento, observemos a estreita relação entre Ap 10 e 11 e Dn 7.
“Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído. O reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão.” (Dn 7.13,14,27)
“Foi-lhe dado domínio e glória”. A quem? “Vinha com as nuvens do céu um como Filho do Homem”. Você tem dúvida de quem é Este? Acho que não. É uma profecia referente a Cristo, o Filho do Homem, na Sua segunda vinda. “E dirigiu-se ao Ançião de Dias e o fizeram chegar até ele”. Foi-lhe dado – para Ele, Jesus Cristo, o Filho do Homem – domínio e glória e o Reino. Está vendo porque Apocalipse fala assim: segundo ele anunciou aos profetas? Daniel está falando do Reino. Isaías também falou do Reino. Foi-lhe dado auxílio do homem, Jesus nosso Senhor, domínio e glória e o Reino. Então, em Apocalipse 11, quando o sétimo anjo toca a trombeta, que voz se ouve? “O Reino do mundo se tornou do Senhor e do Seu Cristo”. É o que Daniel profetizou!
Em Apocalipse 11 está escrito assim: o Reino do mundo se tornou do Senhor e do seu Cristo. Em Daniel se diz: os povos, as nações, e homens de todas línguas. É a mesma coisa irmãos. Povos, homens, nações e línguas o servirão, pois o Seu domínio é eterno, não passará, e o Seu reino jamais será destruído. O Filho do Homem, o Senhor Jesus e o Seu Reino estabelecido nesse mundo conforme Daniel anunciou e João confirmou.
Todavia, sabemos que há duas formas de ver esse Mistério de Deus. Uma se refere a algo relacionado ao próprio Deus: Ele é Rei, Ele reinará. Mas o mistério não pára aí. O mistério tem outro braço, e esse se refere a nós. Vejam a beleza e a singularidade da palavra de Deus. Se no verso 14, está escrito: “... Foi-lhe...” - esse “lhe” é pessoal, é ao Filho do Homem, a Jesus Cristo, só a Ele - dado domínio, glória e Reino. O verso 27 faz referência a nós: “... serão dados ao povo dos santos do Altíssimo.” Agora não é ao Filho do Homem. Agora é ao povo, os santos do Altíssimo. Quem são eles? A Igreja. Claro! Aqueles que o Altíssimo separou para Si. Para reinar em Seu Reino. O reino desse povo, o reino da Igreja, o seu reino será reino eterno. Esse reino é o Reino de Cristo.
Como se confundem essas duas coisas! Que verdade tremenda! Que coisa é a Palavra de Deus! Como é que Daniel pode falar disso muito antes do Verbo ter-Se feito carne?! Como é que Daniel pode falar da Igreja muito antes dela existir?! Como é que Daniel pode falar desse Reino futuro, dois mil e quinhentos anos antes dele acontecer, já que nós cremos que estamos às portas dele?! Daniel falou do Reino que vai ser dado ao Filho do Homem e do Reino que vai ser dado ao povo, dos santos do Altíssimo. Daniel falou de Cristo e da Igreja, esse grande mistério de Deus. Por isso é que o Senhor em Apocalipse nos diz que quando o sétimo anjo tocar a trombeta cumprir-se-á o Mistério de Deus. Qual é o Mistério de Deus? Cristo e a Igreja. Tão claro. O Reino será dado ao povo, os santos do altíssimo “... e todos os domínios o servirão...”. Esse “o” está se referindo a quem? Aos santos, à Igreja. Lembra que Paulo diz assim para os Romanos: Em breve o Deus da paz esmagará Satanás debaixo dos vossos pés!! Lembra? Em 1 Co 15, glorioso capítulo da ressurreição, nos é revelado que a morte é o último inimigo a ser destruído; e que importa que o nosso Senhor Reine até que Ele haja posto todos os inimigos debaixo do estrado dos Seus pés? Quem são os Seus pés? A Igreja! A Igreja são os pés de Cristo, o Seu mover nessa terra.
Então irmãos, Ele não só destruiu o diabo pessoalmente, mas Ele irá envergonhar o diabo debaixo dos pés da Igreja. Você crê nisso? Está escrito em Efésios: “pela Igreja, a multiforme sabedoria de Deus se tornará conhecida, dos principados e potestades nos lugares celestiais”. Você vê qual é a minha e a sua posição? Será que nós podemos viver para um propósito menor do que esse? Isso toca profundamente a sua e a minha vida. Você vive para quê? Você faz parte desse povo do santos do Altíssimo, que foi chamado para reinar. Você faz parte desse povo que vai exercer esse governo, como é dito aqui no final do verso 27. Aqueles que tiverem desenvolvido com o Senhor essa vida madura poderão ser uma expressão no governo de Cristo. Terão autoridade distribuída pelo próprio Senhor.
Isso é tão claro nas parábolas que Jesus falou. Esse propósito sempre existiu no coração do Senhor. Ele reinará pessoalmente e através dos Seus santos. Nós fomos chamados para isso irmãos. Não podemos desfigurar o propósito de Deus. Por isso falamos do oitavo alicerce. O Supremo Propósito de Deus. Se você perder o supremo, vai ficar com os menores. Qual é o propósito de Deus? O propósito de Deus é que sejamos maridos, tenhamos a nossa família, tenhamos uma profissão, que sirvamos bem naquela função. Tudo isso faz parte do propósito. Foi Ele quem nos criou como homem ou como mulher, que nos deu ser pai ou mãe, patrão ou empregado, ser um irmão na vida da Igreja. Foi Ele que deu tudo isso. Isso são partes do propósito, mas não é o SUPREMO PROPÓSITO. Ele nos chamou para fazer parte de um Corpo, o Corpo do Seu próprio Filho, para conhecer o Seu Filho e prosseguir em conhecê-Lo de tal forma que o caráter do Seu Filho seja formado em nós, e possamos reinar com Ele; expressar a glória do Seu Filho, a autoridade do Seu Filho, o governo do Seu Filho, pelos séculos dos séculos. Então, quando lemos Apocalipse, vemos com mais clareza. O sétimo anjo tocando a sétima trombeta e tudo que todos os profetas falaram, profetizaram, anunciaram vai se cumprir completamente. Cumprir-se-á o mistério de Deus. Qual? Cristo e a Igreja! Revelando então essa glória, esse reino, essa majestade. Cristo formado na Igreja.
Esse assunto tem tanto conteúdo que se os irmãos examinarem irão ficar impressionados. É preciso ganhar uma base sólida nesse primeiro mistério para depois compreender os outros com mais clareza, porque na verdade os outros são uma conseqüência. Mistério de Cristo, mistério da Igreja, mistério da vontade de Deus, mistério da sabedoria de Deus. Nós vamos olhar todos esses mistérios, e veremos que todos eles lançam pequenas luzes sobre esse mesmo foco, esse grande mistério de Deus, no singular: O mistério de Deus, Cristo e a Igreja em plena união. Cristo e a Igreja em plena glória. Cristo formado na Igreja. A Igreja expressando plenamente Cristo; o governo de Cristo, o caráter de Cristo, a autoridade de Cristo. Esse é o Mistério de Deus, já revelado. Não tem nenhum segredo nisso. Não é um mistério esotérico, não é um mistério filosófico. É um mistério rasgado e aberto para nós. Está bem claro na Palavra. Claro para os santos e não para o mundo. Claro para nós.
Estas verdades essenciais são propriedade da Igreja! Você já pensou que o seu vizinho, em casa, no trabalho, o seu colega de profissão, não tem a menor idéia de tudo o que está acontecendo? Você já pensou nisso? Que alguém do seu lado pode ser completamente ignorante quanto a este assunto? Ser tomado de surpresa Naquele Dia? Isso não gera temor em você? Isso não gera gratidão no seu coração? O Senhor ter mostrado isso a você, um miserável pecador e nada mais do que isso?! Ser incluído nesse imenso e Supremo Propósito deveria gerar gratidão, reverência, temor, adoração nos nossos corações.
Vou mostrar mais um pouco sobre esse Mistério de Deus, no singular. Abramos a Bíblia em 2 Ts 1.4,5:
“... a tal ponto que nós mesmos nos gloriamos de vós nas igrejas de Deus, à vista da vossa constância e fé, em todas as vossas perseguições e nas tribulações que suportais, sinal evidente do reto juízo de Deus, para que sejais considerados dignos do reino de Deus, pelo qual, com efeito, estais sofrendo; ...” Que belo texto!
Paulo está falando das Igrejas de Deus. Ele está dizendo que as tribulações e perseguições não é nada de extraordinário. É um sinal do juízo de Deus para que sejamos considerados dignos – este é o propósito. Idôneos do que? Do Reino! Do Reino de Deus, pelo qual conhecemos que estamos sofrendo. Estão vendo por que os cristãos sofrem? Para que sejamos considerados dignos do Reino de Deus. “Dignos” tem o sentido de não merecedor. Não podemos confundir as coisas. Nunca iremos merecer nada. Jesus Cristo fez tudo por nós. Digno não é merecedor. Digno é idôneo. Significa que o Reino de Deus tem um caráter, ou glória, e nós não temos nada. Na medida em que o Senhor vai trabalhando em nossas vidas, depois de nos colocar em Cristo, somos transformados e nos tornamos compatíveis; idôneos ao Reino de Deus.
Paulo usa a palavra glória. Essa palavra fala tudo. Tornado idôneo a essa glória do Reino de Deus.
“... se, de fato, é justo para com Deus que ele dê em paga tribulação aos que vos atribulam e a vós outros, que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder,...”2Ts 1.6,7
Quando do céu se manifestar, o Senhor Jesus com os anjos no Seu poder, será a única hora em que o cristão deverá verdadeiramente esperar alívio. Até lá, não. Se nós somos seguidores de Cristo, o nosso alívio é vindouro. Até que o Senhor Jesus venha, como Pedro diz na sua epístola: “Nós cristãos devemos ter uma mente disposta a sofrer, disposta às injúrias, disposta às incompreensões”. Não pense que o Senhor Jesus usa pessoas que tem lombos inteiros, porque um lombo inteiro é muito bonito. Tem muito brilho, mas não serve para o Senhor. O Senhor usa lombos rasgados. O Salmista diz assim:
“Sobre o meu dorso lavraram os aradores; nele abriram longos sulcos” (Sl 129:3)
Nós precisamos passar pelo arado de Deus, pelo trabalho da cruz, pelo trabalho da Palavra de Deus, para que sejamos úteis, dignos, ou idôneos. Não é merecedor. É idôneo. É compatível com a beleza d’Ele, com a glória d’Ele. Agora entendemos bem esse texto? Para este propósito estamos sofrendo. Mas vamos ter alívio. Quando? Quando do céu se manifestar o Senhor Jesus. Que maravilha irmãos! Essa é a nossa viva esperança, é um tremendo foco na nossa pregação evangélica.
As pessoas resumiram todo o “evangelho” hoje. Porque isso não é Evangelho. Isso é uma coisa monstruosa que está sendo pregado. Resumiram toda a esperança do Evangelho no “já”, no “aqui”, no “agora”. O que Deus quer? Deus é o bondoso Pai. “Ele e o papai Noel são a mesma coisa”! O que é que o papai Noel quer? Ele quer dar presentes. Quer te enriquecer, te fazer feliz. Não é verdade? Cheio de saúde e de prosperidade. Papai Noel celestial! Mas não é isso que Paulo está falando em Tessalonicenses nem em lugar nenhum. Nem Paulo, nem Pedro, nem João, nem ninguém. Não existe isso na Bíblia. Isso é um evangelho espúrio. Paulo está falando em sofrer perseguições, tribulações, e isso é um sinal evidente de juízo. Deus está julgando. O que Pedro fala? O juízo há de começar por onde irmão? Pela Casa de Deus. Não é pelo mundo. O mundo vai ser julgado quando o Senhor se revelar visivelmente.
A Igreja está sendo julgada já, agora. O juízo há de começar pela casa de Deus. E Pedro fala assim: se há de vir por nós irmãos, que tenhamos temor, porque somos o povo de Deus, comprado pelo sangue de Cristo, um povo que não tem mais condenação; e quando for julgar o mundo, o que é que o mundo vai falar? Um mundo que não creu Nele, que não obedece a Ele. Esse é o argumento de Pedro em sua primeira carta, no capítulo 4. E é o mesmo de Paulo aqui. Paulo diz: irmão fique firme. É o juízo de Deus sobre a Sua Casa. Que sejamos considerados idôneos no Reino, porque Reino virá. E o que vai acontecer quando esse reino vier? Vamos encontrar alívio, graças a Deus. Não haverá nem pranto, nem luto, nem dor, as primeiras coisas passaram, nós teremos um corpo glorioso, nós iremos ver o nosso querido Senhor face a face. Nós seremos como Ele. Quando Ele se manifestar seremos semelhantes a Ele, porque havemos de vê-Lo como Ele é.
Irmão, na sua fé, no seu Evangelho, esse elemento de esperança é vivo como Pedro disse? Ele nos regenerou para uma viva esperança, ou toda a sua esperança é aqui e agora? Como é o seu Evangelho? É Bíblico? Você tem uma mente disposta às incompreensões, às injúrias, às necessidades, às tribulações, aos sofrimentos? Ou você acha que isso aí é um fogo estranho, algo extraordinário que não deveria estar acontecendo com você, porque você foi criado para se feliz? É assim o seu Evangelho? Se é assim, não é bíblico.
Vamos ler mais um texto:
“... e a vós outros, que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, 8 em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus.” 2 Ts 1:7,8
Que dia será esse? Não é dia de graça. É dia de fogo, dia de dor, dia de terror, dia de pânico. Os profetas falaram isso. Oséias falou, Joel falou, Amós falou: Terrível é o dia do Senhor. É dia de vingança. Esse é o dia do Senhor para o mundo, mas não para a Igreja. Para a Igreja não é terrível. Muito pelo contrário, deve ser um dia almejado, porque nós já confessamos Cristo como Senhor das nossas vidas. Então esse dia é o dia das bodas para nós, a Sua Igreja. Bodas para a Igreja, juízo para o mundo. Não é? Que separação!!
Você conhece a Deus? Em Cristo Jesus? Já se rendeu a Ele? Então esse dia não é de vingança para você. Se você não O conhece, não professou o nome de Cristo, não se rendeu a Ele, então você está debaixo da ira de Deus. E esse dia será o dia da vingança para você. Perceberam que obedecer e crer é a mesma coisa? Obedecer ao Evangelho é crer no Evangelho. É a mesma coisa! Os que não obedecerem sofrerão penalidade de eterna destruição. Serão banidos da face do Senhor. Que contraste!
Não precisava existir inferno. Sabe o que é o inferno? Não ver a face do Senhor. Esse é o inferno. A face do Senhor é o céu. Se o Senhor não estivesse no céu, o céu seria nada. Um vazio. É como uma casa sem morador.
Nós, como Igreja, fomos chamados a esse mistério de Deus; ser unidos a Ele mesmo, à pessoa de Cristo, Seu filho, e eternamente contemplar a Sua face e a Sua glória. Assim, seremos transformados de glória em glória na mesma imagem, como Paulo disse aos Coríntios. Vêem quantos textos lançam luz no mesmo assunto? Eles são quase que infindáveis. Podemos ver isso em Romanos, em Coríntios, em Efésios, em Colossenses, em Hebreus, em Tito, em quase todas as epístolas. A mesma verdade, colocadas em ângulos diferentes, de formas diferentes; a mesma gloriosa verdade, o mesmo mistério de Deus, Cristo e a Igreja.
Vamos continuar em 2Ts1:
“Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder, quando vier para ser glorificado nos seus santos e ser admirado em todos os que creram , naquele dia (porquanto foi crido entre vós o nosso testemunho). Por isso, também não cessamos de orar por vós, para que o nosso Deus vos torne dignos da sua vocação e cumpra com poder todo propósito de bondade e obra de fé, a fim de que o nome de nosso Senhor Jesus seja glorificado em vós, e vós, nele, segundo a graça do nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo”. 2Ts 1:9,10,12
Quando o nosso Senhor Jesus vir, o que é que vai acontecer? O texto acima nos revela que Ele virá para ser glorificado. Mas onde Ele será glorificado? No céu? Nos anjos? Na sua criação? Que linda expressão! O nosso Senhor será glorificado nos seus santos, naqueles que crêem, que O obedecem, que O amam, que O seguem. Todavia, Ele não apenas será glorificado, mas será admirado. As pessoas olharão para Cristo com aquele espanto, aquela admiração. Ele é o Senhor da glória! E onde Ele vai ser visto? Na Igreja! Isto não significa que Ele não será visto pessoalmente. Tomemos cuidado. Cristo tem um corpo glorificado. Ele é uma Pessoa glorificada, vai reinar e será visto assim. Mas paralelamente, a Igreja que é o Seu corpo, manifestará a glória Dele. Não é a glória dela, como a lua. A lua não tem glória, não tem luz própria. Ela reflete a glória do sol, como por um espelho, como diz Paulo aos Coríntios. Como por espelho, contemplando a glória do Senhor, nós refletimos a mesma glória de glória em glória. Isso é tão claro!
“... naquele dia...”
Qual é esse dia? É o dia do retorno do Senhor, o dia de Apocalipse. Quando o sétimo anjo tocar a trombeta, há de se cumprir o mistério de Deus. O texto de 2Ts 1:10-12 coloca luz sobre Ap 10:7. É o mistério de Deus com outras palavras. O mistério de Deus é Ele glorificado nos seus santos. O mistério de Deus é Ele admirado em todos os que creram naquele dia. Por isso, também não cessamos de orar. Que equilíbrio! Paulo não era um vidente. Paulo foi um profeta. Então quando ele vê com clareza o propósito de Deus, o que é que ele fez? Orou. Ele orou. Ele intercedeu; se pôs de joelhos, e orou a suprema vontade de Deus.
“... não cessamos de orar por vós, para que o nosso Deus vos torne dignos da sua vocação e cumpra com poder todo propósito...”
Dignos, significa compatíveis, idôneos. Dignos da sua vocação. Qual vocação? A glória. Sermos semelhantes a Cristo, expressar a sua glória.
Este é um texto claríssimo sobre o Supremo Propósito que em Apocalipse é chamado de mistério de Deus; aqui tão claramente revelado. Esse Supremo Propósito é chamado de bondade. Eu neles e tu em mim. Eu em vós, vós em Mim, foi o que Ele falou para os Seus discípulos. Isso é uma verdade agora? Sim, mas não é uma verdade plena. Por quê? Porque o Senhor já habita no nosso espírito, pelo Seu Espírito Santo, mas Ele está tornando a nossa alma semelhante a Ele, trabalhando essa mente decaída, confusa, complicada, preconceituosa, obstinada que nós temos.
“Transformai-vos pela renovação da vossa mente...”; Rm 12:2
“... segundo a graça do nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo” 2Ts1:12
Ele está quebrando essa vontade rebelde, dura e fazendo a nossa vontade amar a vontade de Deus, se render à vontade de Deus. Um espírito voluntário implica em querer os princípios de Deus, a palavra de Deus; implica em amá-Lo, obedecê-Lo. Ele está trabalhando as nossas emoções complicadas, confusas e aborrecidas. Ele vai continuar esse processo até que esse corpo também seja transformado. Até que o mortal seja absorvido pela vida. O corruptível se revista de incorruptibilidade. Então se cumprirá o mistério de Deus. Paulo usa a palavra mistério também em 1Co 15. Ele diz:
“Eis que vos digo um mistério. Nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos”
Posteriormente iremos ver em diversos versículos a palavra mistério lançando luz sobre “O Mistério” no singular, que é Cristo e a Igreja. Cristo formado na Igreja. A Igreja refletindo a glória de Cristo. Cristo reinando sobre a Igreja. A Igreja exercendo o governo de Cristo, expressando o Reino de Cristo. Esse é o mistério de Deus.
Que o Senhor nos ajude para que possamos caminhar um pouco mais examinando essas palavras. Se os irmãos quiserem adiantar, procurem na chave bíblica de Sua Bíblia, a palavra Mistério. Leia todos os versículos e vejam que maravilha. Leiam para que possamos compartilhar mais um pouco. Amém.
Romeu Bornelli
Fonte: Texto "adaptado" do estudo (em áudio) “Fundamentos da nossa confissão”, ministrado pelo irmão Romeu Bornelli.
Obs: A essência de todo o conteúdo do texto foi preservada.
GSMF
Nenhum comentário:
Postar um comentário