Aliança Eterna - parte 1

sábado, 4 de julho de 2009


ISRAEL NO CONTEXTO DO PROPÓSITO ETERNO DE DEUS


“Digo a verdade em CRISTO, não minto, testemunhando comigo, no ESPÍRITO SANTO, a minha própria consciência: tenho grande tristeza e incessante dor no coração; porque eu mesmo desejaria ser anátema, separado de CRISTO, por amor de meus irmãos, meus compatriotas, segundo a carne. São israelitas. Pertence-lhes a adoção e também a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas; deles são os patriarcas, e também deles descende o CRISTO, segundo a carne, o qual é sobre todos, DEUS bendito para todo o sempre. Amém! E não pensemos que a palavra de DEUS haja falhado, porque nem todos os de Israel são, de fato, israelitas.” Rm 9.1-6

- Nossa consciência

Nossa consciência é em certo sentido algo separado do homem natural.

DEUS nos deu a consciência para lembrar da Sua voz, porque é aqui que Ele fala conosco. Ela é uma faculdade em nosso espírito.

Nós podemos ir contra ela, mas não podemos manipulá-la.

A consciência dentro de nós é uma testemunha independente, por isso, devemos ouvi-la.
Em Atos 23.1, Paulo disse: “Fitando Paulo os olhos no Sinédrio, disse: Varões, irmãos, tenho andado diante de DEUS com toda a boa consciência até ao dia de hoje.”

Apesar de haver uma testemunha independente e de precisarmos estar sempre atentos a ela, a consciência é falível e necessita receber iluminação.

- Entendendo os caminhos de DEUS em relação as relações familiares

Há um erro fatal que muitos têm concebido com relação ao cristianismo. Alguns dizem que o cristianismo elimina todas as divisões e distinções e junta todo mundo num excelente, feliz e alegre sentimento de companheirismo, de fraternidade e de amizade, de modo que somos todos bons uns para com os outros e tudo fica abafado suavemente. Lamentabilismo engano.

Irmãos em CRISTO foi DEUS quem estabeleceu os limites de todas as nações e determinou que entrássemos neste mundo através da família.

Olhe para Mateus 10.34-36: “Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra. Assim, os inimigos do homem serão os da sua própria casa.” Note três palavras nesses textos: “paz”, “espada” e “divisão”. A palavra “paz” no grego é eirene que significa: “estado de tranqüilidade nacional”, “harmonia”, “concórdia”; a segunda palavra que temos que estudar é “espada” que no original grego é machaira que significa: “uma espada reta para perfurar”; e o terceiro termo que devemos considerar é “divisão”, que no grego é dichazo, que indica “cortar em duas partes”, “rachar”, “partir”, “dividir”.

O que aprendemos nesse texto é que o Evangelho de CRISTO JESUS vem como espada. Ele divide as pessoas, até as mais ternas relações: pais e filhos, esposos e esposas; ele provoca uma separação fora do comum.

È justamente isso que Paulo está tratando nesses primeiros versículos de Romanos 9.

Depois que Paulo se tornou cristão havia um grande golfo entre eles e os seus compatriotas. Por isso eles o perseguiram tanto.

Em I Corintios 2.15, Paulo disse: “O que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido”. Desde que convertemos, as pessoas não mais nos entendem.

A divisão que o Evangelho provoca é muito mais séria e profunda, e tudo isso está implícito nesses versículos que estamos estudando em Romanos 9.

Mas, também, temos que saber que o Evangelho não somente nos separa das nossas velhas relações, mas também nos introduz em novas relações, numa nova agremiação.

Embora os judeus fossem a raça e a nação a qual Paulo pertencia, ele agora, entretanto em CRISTO, ele é um cristão, e se nesta nova relação há judeus cristãos ou não, isso não importa. Paulo sabe que esses são seus verdadeiros irmãos.

Quando escreve aos irmãos em Filipos ele disse: “Portanto, meus irmãos, amados e mui saudosos, minha alegria e coroa, sim, amados...” Veja que no versículo 3 de Romanos 9, Paulo diz: “... meus parentes segundo a carne.” Embora ele tenha dito “meus irmãos” ele acrescenta que são seus “parentes segundo a carne.”

Mesmo que naturalmente pertencemos a uma nação, a uma família, nós pertencemos eternamente a uma família espiritual e eterna.

Não podemos deixar de ser naturais, mas temos ciência que estamos numa posição completamente diferente, somos cidadãos do reino de DEUS, membros de sua eterna família.

Para Paulo esses que pertencem a essa família espiritual, são mais caros, são mais íntimos. É um relacionamento mais estreito e mais firme do que qualquer outro.

- Vamos estudar três vocábulos – “judeus”, “hebreus” e “israelitas”

Atente para o versículo 4, onde diz: “porque nem todos os que são de Israel são israelitas” - Para compreendermos a mente do apóstolo Paulo nesse texto temos que entender o sentido desse vocábulo, o que é que ele quis dizer com esse versículo.

Irmãos, esse termo “israelitas” aqui é muito específico, e tem para nós um significado real, onde podemos compreender a verdade de DEUS quanto a nossa posição na herança como povo de DEUS.

Para compreender melhor esse termo “israelita” temos que entender por que ele não diz “judeus” ou “hebreus”.

- Vamos estudar cada um desses vocábulos:

Judeus

Na Bíblia, especificamente no N.T., essa palavra é quase sempre usada para fazer a distinção entre “judeus” e “gentios”.

É uma palavra que traça o real contraste entre “judeus” e os “gentios.

Podemos exemplificar isso com dois textos: Romanos 3.29, onde Paulo diz: “É, porventura, DEUS somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente;” e ainda em Romanos 9:24: “os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?”

Hebreus

Esse termo é usado para descrever os judeus que falavam hebraico, a língua de seus pais.

Muitos judeus falavam grego, porque eles foram dispersos e passaram a conviver com outras nações, e assim, adotaram o idioma grego, que era um idioma universal.

Esses judeus usavam a versão da Septuaginta que era a versão grega do Velho Testamento.

Os judeus de língua grega às vezes eram chamados de “helenistas” - (At 9.29).

Israelitas

Para entender esse termo de acordo com a realidade espiritual daquilo que Paulo está compartilhando aqui no capítulo 9 de Romanos precisamos ler Gênesis 32.26-28: “Disse este: Deixa-me ir, pois já rompeu o dia. Respondeu Jacó: Não te deixarei ir se me não abençoares. Perguntou-lhe, pois: Como te chamas? Ele respondeu: Jacó. Então, disse: Já não te chamarás Jacó, e sim Israel, pois como príncipe lutaste com DEUS e com os homens e prevaleceste.”

Vejamos que Jacó foi alguém que prevaleceu em sua luta com DEUS e com os homens; por isso, ele se tornou alguém especial de acordo com a atenção de DEUS.

Seus descendentes se tornaram uma nação especial dentro da vontade de DEUS e mais ainda, o povo que sustentou o testemunho da aliança de DEUS.

Por isso, DEUS passou estar numa nova e singular relação com eles.

Eles se tornaram uma Teocracia, isto é, o povo que estava debaixo do governo de DEUS.

Essa é a essência do vocábulo “israelita”. É por meio desse povo que DEUS vai realizar a Sua grande obra de salvação neste mundo e prosseguir em Sua eterna vontade.

- Seis palavras que descrevem o privilégio de Israel

Paulo diz: “Pertence-lhes a adoção e também a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas” (Rm 9.1-4).

“Adoção”

Naturalmente, devemos compreender que esse termo “adoção” aqui não é o mesmo termo que Paulo usou em Romanos 8.15,23.

O termo “adoção” aqui é um termo amplo e geral. Paulo está dizendo que esses “israelitas” são todos adotados por que DEUS escolheu Abraão, Isaque e Jacó, e por deles DEUS escolheu esta nação.

Vejamos alguns textos que fala sobre isso:

Êxodo 4.22: “Dirás a Faraó: Assim diz o SENHOR: Israel é meu filho, meu primogênito.

Deuteronômio 14.1: “Filhos sois do SENHOR, vosso DEUS...”

Oséias 11.1: “Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei a meu filho.”

A referência a esse povo como “filho” abrange a nação inteira, e é nesse sentido que o apóstolo emprega o termo aqui em Romanos 9.

DEUS colocou a nação de Israel na posição de filhos.

“Glória”

Se você estudar a história do povo de Israel na Bíblia você verá o quanto DEUS manifestou a sua glória a esse povo, com o objetivo de revelar-Se a Si mesmo a esse povo.

DEUS manifestou a Sua glória a esse povo é porque Ele tinha um propósito especial.

Vejamos algumas passagens que nos mostram isso: Êx 14.19,20; 16.10; 29.43; 33.18; 40.34; I Rs 8.10,11.

Os filhos de Israel se referiam a glória de DEUS como “shekinah”, termo que significa “a presença de DEUS”. Eles declaravam que DEUS estava no meio deles.

Paulo não está falando da glória da posição deles, o que ele esta enfatizando é que esta nação recebeu um vislumbre da glória de DEUS como nenhuma outra nação.

- Lições práticas

O ensino do N.T., salienta que nós, que somos gentios por natureza, que em CRISTO agora, fomos inseridos na participação de tudo isso (Ef 2.11-13,19).

Nós adentramos a esfera destes grandes e gloriosos privilégios que no passado tinham sido dados a esse povo em particular.

Isso indica que o que era verdade em relação a eles é verdade também a nosso respeito.

Luiz Fontes

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