sábado, 13 de setembro de 2008
Fundamentos da Nossa Confissão
“Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve; para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade. Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória. Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios,...” 1Tm 3.14-16; 4.1
Vamos orar:
Ó Pai, que alegria para o nosso coração nos reunirmos como Igreja do Deus vivo. Que privilégio para nós podermos nos acercar de Ti mesmo, tendo o Senhor como nosso foco, centro e fim. Obrigado porque podemos nos assentar aos seus pés. Obrigado porque podemos ser ensinados do Senhor, pastoreados do Senhor, cuidados do Senhor. Pedimos ao Senhor que nos supra abundantemente com a Tua pessoa, através da Tua palavra nessa noite. Oferecemos os nossos corações para ouvir-te, oferecemos o nosso espírito, a nossa mente, para que o Senhor abra a nossa compreensão espiritual. E o Senhor nos propicie um maior conhecimento espiritual de Cristo. Nós te pedimos. Cubra-nos com o Teu precioso sangue, e fale aos nossos corações, cumprindo o Teu propósito para esta noite. Nós esperamos tudo de Ti. Em nome de Jesus, amém.
Irmãos, o Senhor tem depositado no meu coração o desejo de compartilhar com vocês algo relacionado aos alicerces da visão, aos alicerces do Evangelho, aos fundamentos do Evangelho. Nós iremos gastar várias reuniões nesse assunto e teremos inicialmente quatro mensagens. Nelas não poderei fazer mais do que abrir um panorama. Gostaria que os irmãos prestassem muita atenção a esse panorama, porque depois, quando retornarmos, poderemos tomá-lo por outros ângulos, por outras facetas, para poder aí, quem sabe, dissecar um pouco mais das verdades envolvidas nessa coluna central. Nós vamos usar esses quatro períodos que teremos, inclusive hoje, para partilhar com os irmãos sobre o eixo central da nossa confissão. Qual é a nossa confissão como cristãos?
Meu coração tem ficado muito alarmado com a necessidade do povo de Deus, do povo cristão, do povo que se chama pelo nome do Senhor, ter alicerces sólidos no que concerne a essa visão central, a esse eixo central do propósito de Deus, daquilo que está no coração de Deus, nos seus tratos com o homem, especialmente, com a sua Igreja. Nós podemos nos perder de muitas maneiras sem esse eixo. Como acontece no corpo humano, há uma coluna vertebral no propósito de Deus, na visão desse propósito, na nossa confissão conseqüentemente. E essa coluna vertebral precisa estar clara para nós. São elementos essenciais e fundamentais demais para podermos estar oscilando, para podermos estar jogando de um lado para o outro. São verdades pelas quais nós vivemos e devemos morrer. São verdades que formam o cerne da nossa confissão.
Durante todos os períodos da história da igreja, absolutamente todos, o Senhor sempre levantou homens, os chamados apolojetas que se ocuparam então com um encargo e uma unção especial da parte de Deus e do Espírito Santo para levantarem verdades que estavam sendo ou obscurecidas, ou negligenciadas, ou até mesmo contrariadas no meio do povo de Deus, para prejuízo do Seu testemunho. Porque nós nunca podemos ter um testemunho adequado sem uma visão adequada dos propósitos de Deus, do plano de Deus. Nós não podemos ter um corpo; não podemos ter sustentação e nem mesmo podemos ter os acessórios nesse corpo - a carne, os músculos, os tendões, os órgãos, os tecidos - se nós não tivermos um esqueleto. Então, nós iremos gastar toda uma série de mensagens a respeito do esqueleto, da coluna vertebral no que concerne à visão e conseqüentemente no que concerne à confissão.
Pedro, já velhinho, escrevendo a irmãos, filhos de Deus que estavam na dispersão da perseguição que o império romano deflagrou sobre a igreja nos primeiros séculos, principalmente no primeiro, diz que nós devemos santificar a Cristo como Senhor em nossos corações, estando sempre preparados para responder a todo aquele que nos pedir qual a razão da esperança que há em nós (1Pe 3.15). E quão importante é isso irmãos! Quantas vezes nos envergonhamos de nossa fé? Muitas vezes nos sentimos como ratinhos acuados diante daqueles ignorantes disfarçados que tentam usar as suas filosofias e suas idéias mirabolantes contra o Evangelho. Paulo diz a Timóteo que o obreiro deve manejar bem a palavra da verdade, manejar como uma espada. Nós então nos sentimos tantas vezes despreparados para estarmos lidando com esses inimigos, sejam eles filosóficos, sejam eles idealistas, sejam eles sociais, sejam eles políticos, sejam eles culturais. A palavra de Deus como espada é hábil e útil. Paulo diz em 2 Timóteo 3:16 que toda palavra inspirada por Deus é útil para o ensino, para correção, para educação na justiça, para que o homem de Deus seja perfeito, ou adulto, e preparado, perfeitamente habilitado para toda boa obra. Irmãos, quando nós vemos o que Paulo diz aqui, já que ele era agora um velho homem de Deus escrevendo para um jovem homem de Deus, observamos o quanto esse velho Paulo se preocupava com o jovem Timóteo. Lembra o que ele disse para Timóteo? Não se envergonhe do testemunho do nosso Senhor; seja um obreiro que maneja bem a palavra da verdade, ou corta um caminho reto com a palavra da verdade. Porque é necessário que um homem de Deus não viva a contender, mas que ele seja apto para ensinar, que ele seja apto para convencer os que se contradizem.
Irmão! Qual é a tua posição nos teus níveis de relacionamento? Você é uma pessoa apta para ensinar? Nem que seja na tua esfera familiar, você é uma mulher apta para ensinar os seus filhos? Você é uma pessoa capaz de ensinar no seu relacionamento de trabalho? Você é capaz de ensinar, quem sabe, na sua escola? Você é capaz de dar um testemunho de Deus usando a sua espada afiada? Ou você é despreparada, ou despreparado? Pai, você é capaz de ensinar, pastorear a sua esposa e os seus filhos? Irmão, ou irmã, você é capaz de ajudar na vida da Igreja, nesse sentido? Quão envergonhado muitas vezes nós ficamos quando nos vemos desarmados, despreparados, tentando combater uma idéia montada com outra idéia montada. Idéia contra idéia, ao invés de usarmos a poderosa palavra de Deus, palavra viva e eficaz. Como Paulo se preocupou com isso em relação a Timóteo nessa carta tão maravilhosa! Essa epístola precisa ser lida por nós, precisa ser estudada. Paulo diz a Timóteo que Deus não nos deu um espírito de covardia (2 Tm 1:7), mas Ele nos deu um espírito de poder, de amor ou de moderação, ou de domínio próprio, sabendo usar a palavra certa no tempo certo. Isso é moderação; domínio próprio. Deus nos deu um espírito de poder, de amor e moderação. Não te envergonhes do testemunho do Senhor, maneja bem a palavra da verdade; quantas exortações mais (2 Tm 4:2 ); prega a palavra, quer seja oportuno quer não; exorta, insta, repreende, com toda a longanimidade e com doutrina (1 Tm 4:7); exercita-te pessoalmente na piedade, torna-te um padrão para os fiéis, na palavra em primeiro lugar, depois no conhecimento, na fé, na pureza.
Então quão envergonhados muitas vezes nós ficamos, quando lemos estas epístolas, especialmente os seis capítulos da primeira epístola. Nos vemos ali como ratinhos acuados no canto da parede enquanto pessoas ignorantes tem se levantado para propagar tantas mentiras. É necessário que o Senhor, nesses dias em que vivemos, novamente levante apologetas, pessoas que sustentam o Seu testemunho. O apóstolo Paulo disse a Timóteo que a Igreja é a casa de Deus, coluna e baluarte. A coluna significa sustento e o baluarte é uma bandeira que vai à frente de um exército proclamando uma ofensiva, a posse de um território. A Igreja não só sustenta, isso é coluna, mas ela também é baluarte, ela proclama. Coluna sustenta, e baluarte proclama a verdade. Irmão você já pensou sobre você mesmo assim? Você pensa que é um simples praticante do cristianismo? É assim que você se vê? Você pensa que você abraçou um conjunto de doutrinas que tem feito muito bem para a sua alma, para as suas emoções, quem sabe até para o seu intelecto? Ou você vê que como filho de Deus você é um porta-voz da verdade? Você é portador da verdade. Não de uma verdade, não de um pedaço da verdade, mas da verdade. O Senhor Jesus disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. Maneja bem a palavra da verdade. A Igreja é Coluna e Baluarte da Verdade. Irmãos, quem temos sido na nossa vida cristã e no nosso testemunho cristão? Ratinhos acuados? Ou porta-vozes da verdade, coluna e baluarte?
O encargo então do meu coração é colocar para os irmãos a coluna vertebral da verdade, o que Paulo chamou de piedade. Ele diz: grande é o mistério da piedade. Mas ele não diz apenas isso. Ele mostra qual é o mistério e qual é o foco e o centro desse mistério. Quando ele diz em 1 Timóteo 3:16: “Aquele que foi ressuscitado na carne, justificado em Espírito, pregado aos gentios...” ele está falando de Cristo. Ele está dizendo que a verdade foi totalmente manifestada em Cristo. Mas nós podemos agora olhar para essa manifestação da verdade, que é Cristo e podemos ver então algumas facetas centrais dessa verdade. O que Cristo, que é a verdade, fala sobre essa verdade? Quais as facetas essenciais dessa verdade? Nós vamos ver que em Cristo - que é a verdade - nós conhecemos a verdade sobre Deus. Em Cristo - que é a verdade - nós conhecemos a verdade sobre a encarnação. Em Cristo - que é a verdade - nós conhecemos a verdade sobre a justificação pela fé. Em Cristo - que é a verdade - nós conhecemos outras verdades. Nós vamos abordar aqui oito pontos, oito ossos dessa coluna vertebral. Cada um deles deve ser um ponto em que nós possamos checar nosso espírito, nossa alma, nossa mente, tudo o que há em nós; se tudo o que há em nós tem sido regido por esse eixo central.
Irmão! Pense nessa nota que eu coloquei como introdução. Pense nisso! Vá para casa hoje pensando sobre você. Quem é você como filho de Deus? Você se vê assim como Paulo falou, usando a figura da Igreja como um todo, é claro? Porque nós não vivemos vidas individuais. A revelação de Cristo está no Seu Corpo, sempre no Corpo. Mas nós somos membros individuais desse Corpo que é a Igreja. Então algo do depósito da verdade está em nós e deve ser evidenciado em nós, é claro, senão Paulo não iria dizer para Timóteo: Maneja a palavra da verdade, prega a palavra, seja apto para ensinar, poderoso para convencer os que se contradizem. Por que é que Paulo era assim tão ousado espiritualmente? Porque ele compreendia muito bem que o Evangelho não é mais uma doutrina, um adendo filosófico. Paulo viu o que é o Evangelho. Paulo viu que o Evangelho é uma espada que corta as pernas de todas as filosofias e faz com que elas se prostrem por terra, porque essa espada anuncia Cristo, o Filho de Deus. Então irmão; pense sobre você e ore ao Senhor porque esse é um assunto de oração, assim como de arrependimento. Ore e peça ao Senhor que não permita que você seja um ratinho acuado, nem na sua família, nem no meio da sua vizinhança, nem no seu trabalho, diante dos seus empregados, diante do seu patrão. Mas que você se veja como aquilo que você é, porque a palavra de Deus te declara assim, um porta-voz da verdade, uma pessoa que conhece Aquele que é o caminho a verdade e a vida. Nós somos membros desse Corpo, Igreja do Deus vivo, coluna e baluarte do Evangelho. Que essa palavra de Paulo a Timóteo soe e retine no seu ouvido interior. Não te envergonhes do Evangelho.
Irmãos, as pessoas estão morrendo sem Deus. A igreja precisa ser edificada com o poder da verdade. E nós? Que tipo de resposta temos dado à graça do Senhor. Será que temos tornado essa graça vã?
“Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão. Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E apareceu a Cefas e, depois, aos doze. Depois, foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria sobrevive até agora; porém alguns já dormem. Depois, foi visto por Tiago, mais tarde, por todos os apóstolos e, afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo. Porque eu sou o menor dos apóstolos, que mesmo não sou digno de ser chamado apóstolo, pois persegui a igreja de Deus. Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo” (1Co 15.1-10).
Veja que Paulo diz que a graça do Senhor que lhe foi dada não se tornou vã. Significa que ele podia tornar vã a graça de Deus. Eu e você também podemos tornar vã a graça de Deus. Isto depende da resposta que nós damos a ela. Depende do nosso arrependimento diante da verdade, depende de como nós lidamos quando vemos a nós mesmos na nossa atual estatura espiritual. Nós podemos tornar a graça leviana, a graça vã. A graça é eficaz, mas ela não trabalha em nós como uma mão manejando uma marionete. Isso não é a graça de Deus em hipótese alguma. Esse é um ensino extrapolado do hiper calvinismo. Isso não é doutrina bíblica reformada. Isso é um ultra calvinismo. É até mesmo herético porque contraria a palavra de Deus. O Senhor não maneja marionetes, mas Ele estimula a ação em nossas vidas porque tudo começa com Ele. Deus é a única fonte, o único autor. Tudo provém Dele. Mas mesmo a graça cooperando conosco de tal forma, nós ainda podemos resistir a ela. Então Paulo diz: Eu não tornei vã a graça de Deus. Antes, eu trabalhei, trabalhei mais do que todos os apóstolos. Trabalhei, viajei, preguei, cooperei na edificação das igrejas. Mas para não acharmos que Paulo estava se gloriando nele mesmo, ele termina o mesmo versículo falando assim: “Porém não eu, mas a graça de Deus comigo”. Ele não fala a graça de Deus em mim. Ele fala a graça de Deus comigo. Esse comigo, fala de cooperação. Paulo tinha certeza de que é Deus quem faz tudo, Ele é a única fonte de toda ação, de toda a visão, de tudo, mas ele também sabia que essa graça pode ser tornada vã por nós, se não respondermos a ela. Então ele fala: “trabalhei mais do que todos eles, não eu, mas a graça de Deus comigo”. Que coisa importante irmão. Eu creio que antes de entrar no assunto que eu quero partilhar essa noite e nas outras reuniões queria que você visse isto. Quem é você? Você é um cooperador da graça? Ou você tem tornado leviana a graça? Quantas vezes Deus têm te falado sobre os mesmos aspectos da verdade? Quantas vezes ele tem te pedido a mesma rendição no mesmo assunto? Quantas vezes Ele tem tocado você no uníssono? A nossa vida muitas vezes não é um testemunho genuíno do Senhor e não atrai outras vidas porque somos um piano que só toca o dó. Nós não tocamos uma música porque temos resistido ao falar de Deus aqui, ali e lá; resistido às notas que Ele tem tocado em nós. E você sabe muito bem quais as notas que Ele tem tocado em você, as notas que ele tocado na sua vida familiar, na sua vida no trabalho, na sua vida na Igreja. Você sabe, porque a palavra diz que todos nós temos unção que vem do Santo e todos temos conhecimento. Essa unção que Dele recebemos permanece em nós e nos guia em toda a verdade; é o que João diz na sua epístola. A graça do ensino da unção.
Agora, qual é a nossa resposta a essas notas? Então irmão, em primeiro lugar, nós precisamos nos encaixar nesse texto de 1Tm 3.14-16. Nós não somos um povo qualquer; não somos mais uma escola filosófica nesse mundo tão cansado de tanta filosofia. Nós somos casa do Deus vivo. Nós somos coluna e baluarte da verdade. O que você acha disso? Esse é você e eu. Então, qual é a nossa resposta a isso? Quando você está em uma rodinha de amigos, você é capaz de dar um testemunho digno; você é capaz de pregar a verdade, de colocar a visão do Senhor? Você é capaz de pelo menos, buscar uma hora, um momento, um tempo com o Senhor para fazer isso? Tem sensibilidade espiritual? Ou você se omite, se acua, se ausenta? Irmão, nesse aspecto o papel da Igreja é totalmente ofensivo. Paulo fala em 2Co 6 que a Igreja tem armas defensivas e ofensivas, lembra? Nós, como servos de Deus, temos armas defensivas, e temos armas ofensivas. Claro que tudo ao seu tempo e à sua hora. Mas são armas que precisam ser manejadas. Então, primeiro busque diante do Senhor seu enquadramento nesse texto. Quem é você diante desse chamamento de Deus? Você é um membro desse Corpo. Você foi chamado pelo Senhor! Não foi chamado por quem está ao seu lado, pelo pregador, pelo fulano, sicrano, pelo livro que você leu. Você foi chamado por Cristo, o Senhor. Então Pedro diz em 1Pe 3.15: “Santificai a Cristo como Senhor nos vossos corações”. Ele é o único Senhor. Nós não temos outros senhores. Só um Senhor. Então Pedro diz: “Separai. Colocai à parte só Cristo como Senhor nos vossos corações, estando sempre preparados para responder a todo aquele que pedir razão da esperança que há em vós. Fazendo, todavia com mansidão e temor”. Ele não está dizendo que você vai ser um arrogante tolo, mas que você vai fazer isso com ousadia, com mansidão e com temor. Que maravilha, o equilíbrio cristão! Não devemos ser pessoas inconvenientes, mas responsáveis. Responsáveis e não acuadas. Irmão, você precisa estar convicto desta verdade. Você faz parte dessa coluna. Individualmente falando você é uma coluna e um baluarte. O Senhor te separou para isso. Então, que o Senhor nos ajude pela sua graça a sondarmos esse eixo central para que o nosso coração possa ser ajudado.
Irmãos, nós só iremos dar algumas pinceladas nessas quatro reuniões. Por enquanto não dá para fazer mais do que isto. Mas você vai poder levar oito aspectos para casa depois dessas quatro reuniões para que você esteja checando, estudando, suando, batalhando. Sabe qual é o segredo para você ser uma coluna e baluarte da verdade, olhando o aspecto doutrinário da palavra de Deus? O segredo é: estude, estude, estude. Ninguém conhece por acaso. Gaste tempo com a palavra de Deus. Medite nela. Ore, estude. Ore, estude. Isso é um lado. Outro lado é o desenvolvimento dessa vida interior com o Senhor. A vida de comunhão, a vida de permanecer Nele, de habitar Nele, de morar Nele no cultivo dessa vida interior para que nós sejamos equilibrados nesses dois braços. Mas não pense que isso vai vir na sua vida caindo do céu de uma hora para outra. Você nunca será um verdadeiro sustento, um verdadeiro baluarte se você não aprender a suar em cima da palavra de Deus; lendo e orando, lendo e orando. Paulo aconselhou Timóteo a fazer isso. Paulo mesmo fazia isso. Esse velho homem de Deus, tão amado – já preso - quando escreve sua última carta (2Tm), diz para Timóteo vir ter com ele depressa porque o inverno estava chegando e ele estava preso naquela masmorra fria de Roma, aguardando o juízo, onde seria decapitado durante o império de Nero. E como as coisas se inverteram a partir daí, não é? Nero era um grande homem naquela época, e Paulo, como ele mesmo diz, era o lixo do mundo, escória de todos; esse homem, porta-voz da verdade. Mas hoje, dois mil anos depois, nós colocamos nos nossos filhos o nome de Paulo e nos nossos cachorros o nome de Nero. Então, quando foi martirizado durante esse império romano Paulo escreveu em 2Tm 4; ele disse para Timóteo: “Vem ter comigo depressa”. Porque o inverno se aproxima Paulo lembra de duas coisas: “Traga-me os pergaminhos, e a minha capa que eu deixei em Trôade”. A capa e os pergaminhos. Irmãos! Essa era a possessão final desse homem de Deus. Uma capa, e uns livros. Como esses últimos escritos de Paulo nos envergonham. O que esse homem de Deus possuía no final da sua vida? Um monte de livros e uma capa eram do que ele estava sentindo falta lá na prisão antes dele partir para o Senhor.
Então, que desafio nós temos! Hoje nós temos tido uma profissão de fé superficial. Vidas medíocres; tantas vezes irresponsáveis à graça do Senhor. Não é verdade? Porque o Senhor tem em nós, pela sua bondade, o Seu testemunho, Ele colocou em nós o Seu nome. E por amor do Seu nome Ele tem lidado com as nossas vidas com longanimidade, porque Ele vai produzir o Seu testemunho na vida da Igreja. Na verdade Ele já tem feito isso, mas nós precisamos ser desafiados porque o nosso testemunho é medíocre diante do que a Igreja testemunhou nos séculos passados. Não estou me referindo aos irmãos especificamente, mas à Igreja em geral na face da Terra. Então nós só podemos nos dobrar diante do Senhor e pedir que na Sua misericórdia, que largamente já tem sido derramada sobre nós, Ele desperte corações que respondam. Essa deve ser a nossa oração. Não é: Senhor tenha misericórdia, como se Ele não tivesse misericórdia, mas é: Senhor, na Sua misericórdia, desperte os nossos corações, ganha os nossos corações, levanta os nossos corações para Ti; tira-nos da apatia, da mesmice, da mediocridade, da superficialidade. Irmãos, o Senhor tem de alguma forma movido as águas na vida da Igreja com relação a estes assuntos. O Senhor tem me dado a oportunidade de estar com muitos irmãos em muitos lugares, e eu tenho visto isso. O Senhor tem despertado no seu povo um desespero por Ele. Os irmãos não imaginam até que ponto esse desespero chega. O desespero de uma terra seca. Pessoas que foram feitas filhos de Deus, mas tem recebido tão pouco alimento, tão pouco alimento público, tão pouca pregação da palavra genuína, tão pouca visão do Senhor, que elas estão clamando em desespero pelo Senhor. E elas não querem ouvir fulano daqui, sicrano de lá, beltrano dali. É desespero por Cristo mesmo, desespero pelo genuíno, desespero pelo sagrado, desespero pelo Senhor. Graças a Deus, nós cremos que esse é um preparo para que o Senhor possa realmente, nesses dias que antecedem a sua vinda, levantar um povo sólido, um povo que tem conteúdo, um povo que ama o Senhor, um povo que é sustento e que é baluarte, que é coluna e baluarte. Esse é o nosso desafio nos dias em que vivemos.
Ensino, pregação e doutrinamento nós temos tido muito, mas eu creio que precisamos pedir ao Senhor que, na Sua e pela Sua misericórdia, nós tenhamos uma resposta adequada. Então deixe que esse contexto localize você como filho de Deus. Você não é alguém a mais, você não é um membro a mais, você não é simplesmente um recém convertido, nada disso. Ou você não é simplesmente um velho convertido; quem sabe você pensa assim: “Vamos deixar para os mais novos; nós já somos veteranos de guerra”. Não há isso na casa de Deus. Nós somos membros de um Corpo, a Igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade. Esse é um dos textos mais fortes de todo o Novo Testamento. A Igreja é a Casa de Deus, é a Igreja do Deus vivo, coluna para sustento, e baluarte para proclamação da verdade. Agora veja que Paulo, no versículo 15 de 1Tm 3 fala da verdade. No versículo 16 ele fala da piedade; “grande é o mistério da piedade”. E depois, no cap 4 verso 1, ele diz: “o espírito afirma expressamente que nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé”. Então podemos ver três coisas aqui que na verdade são uma só. A verdade, a piedade e a fé. Por isso iremos procurar passar nessas reuniões, esse eixo central; oito aspectos que são o fundamento da nossa confissão, o fundamento da nossa fé, ou o fundamento da verdade, o fundamento da piedade. Todas estas verdades tem relação com o próprio Cristo. Todavia, não podemos deixar a coisa assim tão global. Precisamos dissecar isso. Iremos ver quais são as verdades essenciais da nossa confissão; aquilo que nós não abrimos mão em hipótese alguma; aquilo baseado no qual se outras pessoas não tem a mesma confissão - preste atenção - elas não podem ser chamadas irmãos. Não seja universalista em nome do amor porque isso é ecumenismo, e ecumenismo é você colocar todos os gatos no mesmo balaio; a briga é feia. A Bíblia não nos ensina a fazer isso. Devemos viver a unidade em torno da verdade. O que o catolicismo romano faz é colocar a unidade acima da verdade. Então vamos ser um, e nesse um vale tudo. Então surgem as celebrações ecumênicas, não é? Podemos observar em formaturas de oitava série, segundo grau e até de universidades: um sacerdote católico, um representante do budismo, um representante do judaísmo, um rabino, um pastor protestante, todas as religiões na celebração ecumênica. Isso não é unidade. Isso é uma perversão. A igreja é coluna e baluarte da verdade.
Irmão, nós, por natureza, somos a própria mentira em pessoa. Quando falo isto, não é para que você se orgulhe de você, porque nós, por natureza, somos trevas. É por causa de Cristo. Em Cristo fomos feitos luz no Senhor (Efésios 5:8). Andai como filhos da luz. Então nós erguemos a nossa cabeça e por outro lado dobramos o nosso joelho porque nós reconhecemos que é em Cristo, não é em mim. “Não é porque eu sou mais espertinho ou tive um ensino de berço muito adequado”. É GRAÇA. Só graça. Ele nos pôs em Cristo, nós que éramos trevas. Então nós temos o joelho dobrado e ao mesmo tempo a cabeça erguida. Nós fomos feitos luz no Senhor, e somos colunas e baluartes da verdade. Uma verdade inegociável, uma verdade completa. Não sobrou para ninguém. Não sobrou para o budismo, não sobrou para a filosofia, não sobrou para os islâmicos, não sobrou para ninguém. A Igreja é a coluna e o baluarte da verdade. E nesse corpo estão incluídos você e eu. Portanto, isso enche o nosso peito de prazer e de satisfação. Não é assim com você? Comigo é assim! Que privilégio irmão, que graça podermos abrir a nossa boca como porta-vozes! Então, todos nós participamos desse privilégio.
Então, quero que você veja essas três palavrinhas: Verdade (1Tm 3.15), piedade (1Tm 3.16), e fé (1Tm 4.1). Na Bíblia, a palavra fé é usada em dois sentidos. Ela tanto pode ser usada como ato de crer; crer no Senhor Jesus. Isso é um ato do crer; é fé. Como a fé, é também usada na Bíblia no sentido de um depósito. E o sentido que Paulo usa aqui em 1Tm é este segundo; o do depósito e não do ato de crer. Quando Paulo diz que alguns apostatarão da fé, - apostatar, significa literalmente abandonar, se afastar – ele está falando de pessoas que professavam essa fé. Só Deus sabe em que níveis professavam. Alguns têm problema com esse texto dizendo assim: “então alguém que se converteu verdadeiramente pode apostatar da fé?”. Eu creio que sim, por muitos motivos: por não andarem em temor do Senhor; por não andarem em dependência do Senhor; por se incharem no seu próprio conhecimento, sem reter a cabeça que é Cristo, e se desencaminharem, mesmo sendo filhos de Deus. Mas isso não vem ao caso aqui. O que importa que apostatar é abandonar, tenha tido uma verdadeira realidade ou não. Mas o que importa é que o Espírito afirma que muitos apostatarão. E aí ele mostra o motivo: seguir espíritos enganadores. Olhem a palavra “enganadores”. É obvio que essa expressão está confrontando com a verdade dos versículos anteriores. Paulo mostra que a fé é um depósito que a Igreja possui. Ninguém conhece esse assunto de fé a não ser a Igreja. Ninguém conhece esse assunto da piedade a não ser a Igreja. Ninguém conhece esse assunto da verdade a não ser a Igreja. Não tem verdade em nenhuma religião ou filosofia a não ser na Igreja, porque a Igreja é como candelabro; lembra da visão de Ezequiel? Aquele candelabro era mantido por tubos que o alimentavam com óleo. O Espírito Santo depositou na Igreja. Paulo chama nesses escritos a Timóteo de o bom depósito. Guarda o bom depósito mediante o Espírito que habita em nós. Então o Espírito Santo depositou algo na Igreja. Esse é um depósito sublime, um depósito divino, esse é um depósito sagrado e santo, e é o que a Bíblia chama de a verdade, ou a piedade. Então irmão, eu sei que estou gastando muito tempo nisso, mas eu tenho que gastar, porque se você não ver isso, você não viu nada. Você precisa ver isso, para que você tenha joelho dobrado e cabeça erguida ao mesmo tempo. Joelhos dobrados de adoração e agradecimento, porque é por causa do Senhor, só por Ele e só Nele. E cabeça erguida, porque você foi objeto dessa revelação. Você faz parte dessa casa do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade. Pense sobre isso.
Iremos agora tomar o restinho do tempo que nos resta. Que coisa é o tempo, não é? Ainda bem que na Nova Jerusalém não tem tempo. A gente fala, fala, fala e não consegue sair do começo. Vamos comentar aqui um pouquinho mais. Observe que em 1Tm 4.1 o Espírito Santo diz: “Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios...”. A razão da apostasia é essa: obedecer a espíritos enganadores. Então há um depósito da verdade que precisa ser conhecido. Não é ecumênico como nós falamos. É a verdade. Qual é esse depósito? Paulo era claro quanto a este assunto . A maioria dos textos que nós vamos examinar durante esses dias estão nas epístolas de Paulo. João era claro, Pedro era claro. Barnabé era claro, Timóteo era claro, e muitos mais homens de Deus por toda a história da Igreja foram claros. Centenas de homens e até mesmo mulheres de Deus eram claras a respeito desse depósito da verdade. E o Senhor sempre levantou esses apologetas para proclamarem, além de sustentarem esse depósito. Então esta é a primeira coisa importante para vermos nesse texto. Mas, a apostasia significa simplesmente abandono. Nada mais do que abandono no sentido literal dessa palavra.
Vamos observar agora com bastante atenção o versículo 3 de Judas. Queria que você fosse para casa com isso martelando no seu ouvido. Peça ao Senhor que faça isso com você. Martelando no seu ouvido tudo o que nós falamos aqui por quase uma hora. Quem é você? O que em Cristo você foi tornado? Coluna e baluarte, casa do Deus vivo, porta-voz desse grande mistério! Se você for examinar essa palavra mistério, e quem sabe nós poderemos examinar isso em uma outra oportunidade, você vai ver a beleza dessa palavrinha. O mistério que estivera guardado dos séculos e das gerações, guardado em silêncio nos tempos eternos, agora foi dado a conhecer. A palavra de Deus é poderosa, maravilhosa e eficaz. Ela é eficaz porque é uma palavra que proveio do silêncio. Do silêncio eterno de Deus. Nesse silêncio eterno de Deus havia uma palavra, um Verbo, Cristo. E um dia essa Palavra foi encarnada, revelada. O Verbo se fez carne e habitou entre nós. Então agora os apóstolos quando pregam o Evangelho eles falam assim: o Verbo de Deus se fez carne. Aquele mistério que estava oculto nos séculos e das gerações agora foi revelado aos santos, apóstolos e profetas, no espírito. Você vê a beleza disso irmão? Uma palavra que veio lá do silêncio eterno. Deus um dia falou. Deus tinha falado de muitas maneiras parciais, fragmentárias, temporárias, transitórias, aos pais pelos profetas, aqui e ali, um pouquinho aqui, um pouquinho ali, mas nesses últimos dias nos falou no Filho. Nos falou completamente, nos falou de forma final. O Verbo foi rasgado na Cruz do Calvário. E o Senhor então rasgou totalmente esse Verbo a nós. Nós temos pouco conhecido esse Verbo de Deus. Por isso Paulo centraliza o mistério nesse Verbo. Evidentemente grande é o mistério; aquele que foi manifestado na carne. Qual é o mistério? O Verbo se fez carne. Ele foi justificado em Espírito, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória.
Esse é o mistério; o cerne do mistério. E nós então somos os porta-vozes. Irmãos, não há nada que possa mudar vidas a não ser a pregação do mistério. Tolice se ocupar com outras coisas. Você pode melhorar a psique de uma pessoa. Faz uma reforma aqui, uma reforma ali, ensina algumas boas maneiras, dá um pouco mais de educação; você pode reformar a lanternagem, mas nada pode mudar o homem a não ser a pregação do Evangelho. É por isso que pregar o Evangelho é a coisa mais sublime que um homem ou uma mulher podem fazer sobre a face da terra, porque é a única coisa que pode produzir filhos regenerados para Deus. O resto faz só retoque de lataria, mas ainda vai para o inferno do mesmo jeito, com lataria nova. Só o Evangelho produz filhos e filhas de Deus, quando Ele é proclamado. Irmãos! Sabe porque às vezes somos tão defeituosos na proclamação do Evangelho? Porque o Evangelho às vezes para nós é como um ratinho e não como um leão. Um leão não precisa ser defendido. Ele precisa ser solto. Basta você abrir a porta da jaula e ele toma conta de si mesmo. A Palavra de Deus precisa ser proclamada. E ela cuida de si mesma. Ela tem poder para convencer, poder para repreender, poder para regenerar, poder para edificar, poder para transformar, poder para libertar, poder para salvar. Basta que ela seja solta. E nós, como igrejas de Deus, nós somos como baluartes, colunas. Que benção! Foi isso que o Senhor te tornou, pela graça de Deus em Cristo. Amém.
“Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve; para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade. Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória. Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios,...” 1Tm 3.14-16; 4.1
Vamos orar:
Ó Pai, que alegria para o nosso coração nos reunirmos como Igreja do Deus vivo. Que privilégio para nós podermos nos acercar de Ti mesmo, tendo o Senhor como nosso foco, centro e fim. Obrigado porque podemos nos assentar aos seus pés. Obrigado porque podemos ser ensinados do Senhor, pastoreados do Senhor, cuidados do Senhor. Pedimos ao Senhor que nos supra abundantemente com a Tua pessoa, através da Tua palavra nessa noite. Oferecemos os nossos corações para ouvir-te, oferecemos o nosso espírito, a nossa mente, para que o Senhor abra a nossa compreensão espiritual. E o Senhor nos propicie um maior conhecimento espiritual de Cristo. Nós te pedimos. Cubra-nos com o Teu precioso sangue, e fale aos nossos corações, cumprindo o Teu propósito para esta noite. Nós esperamos tudo de Ti. Em nome de Jesus, amém.
Irmãos, o Senhor tem depositado no meu coração o desejo de compartilhar com vocês algo relacionado aos alicerces da visão, aos alicerces do Evangelho, aos fundamentos do Evangelho. Nós iremos gastar várias reuniões nesse assunto e teremos inicialmente quatro mensagens. Nelas não poderei fazer mais do que abrir um panorama. Gostaria que os irmãos prestassem muita atenção a esse panorama, porque depois, quando retornarmos, poderemos tomá-lo por outros ângulos, por outras facetas, para poder aí, quem sabe, dissecar um pouco mais das verdades envolvidas nessa coluna central. Nós vamos usar esses quatro períodos que teremos, inclusive hoje, para partilhar com os irmãos sobre o eixo central da nossa confissão. Qual é a nossa confissão como cristãos?
Meu coração tem ficado muito alarmado com a necessidade do povo de Deus, do povo cristão, do povo que se chama pelo nome do Senhor, ter alicerces sólidos no que concerne a essa visão central, a esse eixo central do propósito de Deus, daquilo que está no coração de Deus, nos seus tratos com o homem, especialmente, com a sua Igreja. Nós podemos nos perder de muitas maneiras sem esse eixo. Como acontece no corpo humano, há uma coluna vertebral no propósito de Deus, na visão desse propósito, na nossa confissão conseqüentemente. E essa coluna vertebral precisa estar clara para nós. São elementos essenciais e fundamentais demais para podermos estar oscilando, para podermos estar jogando de um lado para o outro. São verdades pelas quais nós vivemos e devemos morrer. São verdades que formam o cerne da nossa confissão.
Durante todos os períodos da história da igreja, absolutamente todos, o Senhor sempre levantou homens, os chamados apolojetas que se ocuparam então com um encargo e uma unção especial da parte de Deus e do Espírito Santo para levantarem verdades que estavam sendo ou obscurecidas, ou negligenciadas, ou até mesmo contrariadas no meio do povo de Deus, para prejuízo do Seu testemunho. Porque nós nunca podemos ter um testemunho adequado sem uma visão adequada dos propósitos de Deus, do plano de Deus. Nós não podemos ter um corpo; não podemos ter sustentação e nem mesmo podemos ter os acessórios nesse corpo - a carne, os músculos, os tendões, os órgãos, os tecidos - se nós não tivermos um esqueleto. Então, nós iremos gastar toda uma série de mensagens a respeito do esqueleto, da coluna vertebral no que concerne à visão e conseqüentemente no que concerne à confissão.
Pedro, já velhinho, escrevendo a irmãos, filhos de Deus que estavam na dispersão da perseguição que o império romano deflagrou sobre a igreja nos primeiros séculos, principalmente no primeiro, diz que nós devemos santificar a Cristo como Senhor em nossos corações, estando sempre preparados para responder a todo aquele que nos pedir qual a razão da esperança que há em nós (1Pe 3.15). E quão importante é isso irmãos! Quantas vezes nos envergonhamos de nossa fé? Muitas vezes nos sentimos como ratinhos acuados diante daqueles ignorantes disfarçados que tentam usar as suas filosofias e suas idéias mirabolantes contra o Evangelho. Paulo diz a Timóteo que o obreiro deve manejar bem a palavra da verdade, manejar como uma espada. Nós então nos sentimos tantas vezes despreparados para estarmos lidando com esses inimigos, sejam eles filosóficos, sejam eles idealistas, sejam eles sociais, sejam eles políticos, sejam eles culturais. A palavra de Deus como espada é hábil e útil. Paulo diz em 2 Timóteo 3:16 que toda palavra inspirada por Deus é útil para o ensino, para correção, para educação na justiça, para que o homem de Deus seja perfeito, ou adulto, e preparado, perfeitamente habilitado para toda boa obra. Irmãos, quando nós vemos o que Paulo diz aqui, já que ele era agora um velho homem de Deus escrevendo para um jovem homem de Deus, observamos o quanto esse velho Paulo se preocupava com o jovem Timóteo. Lembra o que ele disse para Timóteo? Não se envergonhe do testemunho do nosso Senhor; seja um obreiro que maneja bem a palavra da verdade, ou corta um caminho reto com a palavra da verdade. Porque é necessário que um homem de Deus não viva a contender, mas que ele seja apto para ensinar, que ele seja apto para convencer os que se contradizem.
Irmão! Qual é a tua posição nos teus níveis de relacionamento? Você é uma pessoa apta para ensinar? Nem que seja na tua esfera familiar, você é uma mulher apta para ensinar os seus filhos? Você é uma pessoa capaz de ensinar no seu relacionamento de trabalho? Você é capaz de ensinar, quem sabe, na sua escola? Você é capaz de dar um testemunho de Deus usando a sua espada afiada? Ou você é despreparada, ou despreparado? Pai, você é capaz de ensinar, pastorear a sua esposa e os seus filhos? Irmão, ou irmã, você é capaz de ajudar na vida da Igreja, nesse sentido? Quão envergonhado muitas vezes nós ficamos quando nos vemos desarmados, despreparados, tentando combater uma idéia montada com outra idéia montada. Idéia contra idéia, ao invés de usarmos a poderosa palavra de Deus, palavra viva e eficaz. Como Paulo se preocupou com isso em relação a Timóteo nessa carta tão maravilhosa! Essa epístola precisa ser lida por nós, precisa ser estudada. Paulo diz a Timóteo que Deus não nos deu um espírito de covardia (2 Tm 1:7), mas Ele nos deu um espírito de poder, de amor ou de moderação, ou de domínio próprio, sabendo usar a palavra certa no tempo certo. Isso é moderação; domínio próprio. Deus nos deu um espírito de poder, de amor e moderação. Não te envergonhes do testemunho do Senhor, maneja bem a palavra da verdade; quantas exortações mais (2 Tm 4:2 ); prega a palavra, quer seja oportuno quer não; exorta, insta, repreende, com toda a longanimidade e com doutrina (1 Tm 4:7); exercita-te pessoalmente na piedade, torna-te um padrão para os fiéis, na palavra em primeiro lugar, depois no conhecimento, na fé, na pureza.
Então quão envergonhados muitas vezes nós ficamos, quando lemos estas epístolas, especialmente os seis capítulos da primeira epístola. Nos vemos ali como ratinhos acuados no canto da parede enquanto pessoas ignorantes tem se levantado para propagar tantas mentiras. É necessário que o Senhor, nesses dias em que vivemos, novamente levante apologetas, pessoas que sustentam o Seu testemunho. O apóstolo Paulo disse a Timóteo que a Igreja é a casa de Deus, coluna e baluarte. A coluna significa sustento e o baluarte é uma bandeira que vai à frente de um exército proclamando uma ofensiva, a posse de um território. A Igreja não só sustenta, isso é coluna, mas ela também é baluarte, ela proclama. Coluna sustenta, e baluarte proclama a verdade. Irmão você já pensou sobre você mesmo assim? Você pensa que é um simples praticante do cristianismo? É assim que você se vê? Você pensa que você abraçou um conjunto de doutrinas que tem feito muito bem para a sua alma, para as suas emoções, quem sabe até para o seu intelecto? Ou você vê que como filho de Deus você é um porta-voz da verdade? Você é portador da verdade. Não de uma verdade, não de um pedaço da verdade, mas da verdade. O Senhor Jesus disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. Maneja bem a palavra da verdade. A Igreja é Coluna e Baluarte da Verdade. Irmãos, quem temos sido na nossa vida cristã e no nosso testemunho cristão? Ratinhos acuados? Ou porta-vozes da verdade, coluna e baluarte?
O encargo então do meu coração é colocar para os irmãos a coluna vertebral da verdade, o que Paulo chamou de piedade. Ele diz: grande é o mistério da piedade. Mas ele não diz apenas isso. Ele mostra qual é o mistério e qual é o foco e o centro desse mistério. Quando ele diz em 1 Timóteo 3:16: “Aquele que foi ressuscitado na carne, justificado em Espírito, pregado aos gentios...” ele está falando de Cristo. Ele está dizendo que a verdade foi totalmente manifestada em Cristo. Mas nós podemos agora olhar para essa manifestação da verdade, que é Cristo e podemos ver então algumas facetas centrais dessa verdade. O que Cristo, que é a verdade, fala sobre essa verdade? Quais as facetas essenciais dessa verdade? Nós vamos ver que em Cristo - que é a verdade - nós conhecemos a verdade sobre Deus. Em Cristo - que é a verdade - nós conhecemos a verdade sobre a encarnação. Em Cristo - que é a verdade - nós conhecemos a verdade sobre a justificação pela fé. Em Cristo - que é a verdade - nós conhecemos outras verdades. Nós vamos abordar aqui oito pontos, oito ossos dessa coluna vertebral. Cada um deles deve ser um ponto em que nós possamos checar nosso espírito, nossa alma, nossa mente, tudo o que há em nós; se tudo o que há em nós tem sido regido por esse eixo central.
Irmão! Pense nessa nota que eu coloquei como introdução. Pense nisso! Vá para casa hoje pensando sobre você. Quem é você como filho de Deus? Você se vê assim como Paulo falou, usando a figura da Igreja como um todo, é claro? Porque nós não vivemos vidas individuais. A revelação de Cristo está no Seu Corpo, sempre no Corpo. Mas nós somos membros individuais desse Corpo que é a Igreja. Então algo do depósito da verdade está em nós e deve ser evidenciado em nós, é claro, senão Paulo não iria dizer para Timóteo: Maneja a palavra da verdade, prega a palavra, seja apto para ensinar, poderoso para convencer os que se contradizem. Por que é que Paulo era assim tão ousado espiritualmente? Porque ele compreendia muito bem que o Evangelho não é mais uma doutrina, um adendo filosófico. Paulo viu o que é o Evangelho. Paulo viu que o Evangelho é uma espada que corta as pernas de todas as filosofias e faz com que elas se prostrem por terra, porque essa espada anuncia Cristo, o Filho de Deus. Então irmão; pense sobre você e ore ao Senhor porque esse é um assunto de oração, assim como de arrependimento. Ore e peça ao Senhor que não permita que você seja um ratinho acuado, nem na sua família, nem no meio da sua vizinhança, nem no seu trabalho, diante dos seus empregados, diante do seu patrão. Mas que você se veja como aquilo que você é, porque a palavra de Deus te declara assim, um porta-voz da verdade, uma pessoa que conhece Aquele que é o caminho a verdade e a vida. Nós somos membros desse Corpo, Igreja do Deus vivo, coluna e baluarte do Evangelho. Que essa palavra de Paulo a Timóteo soe e retine no seu ouvido interior. Não te envergonhes do Evangelho.
Irmãos, as pessoas estão morrendo sem Deus. A igreja precisa ser edificada com o poder da verdade. E nós? Que tipo de resposta temos dado à graça do Senhor. Será que temos tornado essa graça vã?
“Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão. Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E apareceu a Cefas e, depois, aos doze. Depois, foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria sobrevive até agora; porém alguns já dormem. Depois, foi visto por Tiago, mais tarde, por todos os apóstolos e, afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo. Porque eu sou o menor dos apóstolos, que mesmo não sou digno de ser chamado apóstolo, pois persegui a igreja de Deus. Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo” (1Co 15.1-10).
Veja que Paulo diz que a graça do Senhor que lhe foi dada não se tornou vã. Significa que ele podia tornar vã a graça de Deus. Eu e você também podemos tornar vã a graça de Deus. Isto depende da resposta que nós damos a ela. Depende do nosso arrependimento diante da verdade, depende de como nós lidamos quando vemos a nós mesmos na nossa atual estatura espiritual. Nós podemos tornar a graça leviana, a graça vã. A graça é eficaz, mas ela não trabalha em nós como uma mão manejando uma marionete. Isso não é a graça de Deus em hipótese alguma. Esse é um ensino extrapolado do hiper calvinismo. Isso não é doutrina bíblica reformada. Isso é um ultra calvinismo. É até mesmo herético porque contraria a palavra de Deus. O Senhor não maneja marionetes, mas Ele estimula a ação em nossas vidas porque tudo começa com Ele. Deus é a única fonte, o único autor. Tudo provém Dele. Mas mesmo a graça cooperando conosco de tal forma, nós ainda podemos resistir a ela. Então Paulo diz: Eu não tornei vã a graça de Deus. Antes, eu trabalhei, trabalhei mais do que todos os apóstolos. Trabalhei, viajei, preguei, cooperei na edificação das igrejas. Mas para não acharmos que Paulo estava se gloriando nele mesmo, ele termina o mesmo versículo falando assim: “Porém não eu, mas a graça de Deus comigo”. Ele não fala a graça de Deus em mim. Ele fala a graça de Deus comigo. Esse comigo, fala de cooperação. Paulo tinha certeza de que é Deus quem faz tudo, Ele é a única fonte de toda ação, de toda a visão, de tudo, mas ele também sabia que essa graça pode ser tornada vã por nós, se não respondermos a ela. Então ele fala: “trabalhei mais do que todos eles, não eu, mas a graça de Deus comigo”. Que coisa importante irmão. Eu creio que antes de entrar no assunto que eu quero partilhar essa noite e nas outras reuniões queria que você visse isto. Quem é você? Você é um cooperador da graça? Ou você tem tornado leviana a graça? Quantas vezes Deus têm te falado sobre os mesmos aspectos da verdade? Quantas vezes ele tem te pedido a mesma rendição no mesmo assunto? Quantas vezes Ele tem tocado você no uníssono? A nossa vida muitas vezes não é um testemunho genuíno do Senhor e não atrai outras vidas porque somos um piano que só toca o dó. Nós não tocamos uma música porque temos resistido ao falar de Deus aqui, ali e lá; resistido às notas que Ele tem tocado em nós. E você sabe muito bem quais as notas que Ele tem tocado em você, as notas que ele tocado na sua vida familiar, na sua vida no trabalho, na sua vida na Igreja. Você sabe, porque a palavra diz que todos nós temos unção que vem do Santo e todos temos conhecimento. Essa unção que Dele recebemos permanece em nós e nos guia em toda a verdade; é o que João diz na sua epístola. A graça do ensino da unção.
Agora, qual é a nossa resposta a essas notas? Então irmão, em primeiro lugar, nós precisamos nos encaixar nesse texto de 1Tm 3.14-16. Nós não somos um povo qualquer; não somos mais uma escola filosófica nesse mundo tão cansado de tanta filosofia. Nós somos casa do Deus vivo. Nós somos coluna e baluarte da verdade. O que você acha disso? Esse é você e eu. Então, qual é a nossa resposta a isso? Quando você está em uma rodinha de amigos, você é capaz de dar um testemunho digno; você é capaz de pregar a verdade, de colocar a visão do Senhor? Você é capaz de pelo menos, buscar uma hora, um momento, um tempo com o Senhor para fazer isso? Tem sensibilidade espiritual? Ou você se omite, se acua, se ausenta? Irmão, nesse aspecto o papel da Igreja é totalmente ofensivo. Paulo fala em 2Co 6 que a Igreja tem armas defensivas e ofensivas, lembra? Nós, como servos de Deus, temos armas defensivas, e temos armas ofensivas. Claro que tudo ao seu tempo e à sua hora. Mas são armas que precisam ser manejadas. Então, primeiro busque diante do Senhor seu enquadramento nesse texto. Quem é você diante desse chamamento de Deus? Você é um membro desse Corpo. Você foi chamado pelo Senhor! Não foi chamado por quem está ao seu lado, pelo pregador, pelo fulano, sicrano, pelo livro que você leu. Você foi chamado por Cristo, o Senhor. Então Pedro diz em 1Pe 3.15: “Santificai a Cristo como Senhor nos vossos corações”. Ele é o único Senhor. Nós não temos outros senhores. Só um Senhor. Então Pedro diz: “Separai. Colocai à parte só Cristo como Senhor nos vossos corações, estando sempre preparados para responder a todo aquele que pedir razão da esperança que há em vós. Fazendo, todavia com mansidão e temor”. Ele não está dizendo que você vai ser um arrogante tolo, mas que você vai fazer isso com ousadia, com mansidão e com temor. Que maravilha, o equilíbrio cristão! Não devemos ser pessoas inconvenientes, mas responsáveis. Responsáveis e não acuadas. Irmão, você precisa estar convicto desta verdade. Você faz parte dessa coluna. Individualmente falando você é uma coluna e um baluarte. O Senhor te separou para isso. Então, que o Senhor nos ajude pela sua graça a sondarmos esse eixo central para que o nosso coração possa ser ajudado.
Irmãos, nós só iremos dar algumas pinceladas nessas quatro reuniões. Por enquanto não dá para fazer mais do que isto. Mas você vai poder levar oito aspectos para casa depois dessas quatro reuniões para que você esteja checando, estudando, suando, batalhando. Sabe qual é o segredo para você ser uma coluna e baluarte da verdade, olhando o aspecto doutrinário da palavra de Deus? O segredo é: estude, estude, estude. Ninguém conhece por acaso. Gaste tempo com a palavra de Deus. Medite nela. Ore, estude. Ore, estude. Isso é um lado. Outro lado é o desenvolvimento dessa vida interior com o Senhor. A vida de comunhão, a vida de permanecer Nele, de habitar Nele, de morar Nele no cultivo dessa vida interior para que nós sejamos equilibrados nesses dois braços. Mas não pense que isso vai vir na sua vida caindo do céu de uma hora para outra. Você nunca será um verdadeiro sustento, um verdadeiro baluarte se você não aprender a suar em cima da palavra de Deus; lendo e orando, lendo e orando. Paulo aconselhou Timóteo a fazer isso. Paulo mesmo fazia isso. Esse velho homem de Deus, tão amado – já preso - quando escreve sua última carta (2Tm), diz para Timóteo vir ter com ele depressa porque o inverno estava chegando e ele estava preso naquela masmorra fria de Roma, aguardando o juízo, onde seria decapitado durante o império de Nero. E como as coisas se inverteram a partir daí, não é? Nero era um grande homem naquela época, e Paulo, como ele mesmo diz, era o lixo do mundo, escória de todos; esse homem, porta-voz da verdade. Mas hoje, dois mil anos depois, nós colocamos nos nossos filhos o nome de Paulo e nos nossos cachorros o nome de Nero. Então, quando foi martirizado durante esse império romano Paulo escreveu em 2Tm 4; ele disse para Timóteo: “Vem ter comigo depressa”. Porque o inverno se aproxima Paulo lembra de duas coisas: “Traga-me os pergaminhos, e a minha capa que eu deixei em Trôade”. A capa e os pergaminhos. Irmãos! Essa era a possessão final desse homem de Deus. Uma capa, e uns livros. Como esses últimos escritos de Paulo nos envergonham. O que esse homem de Deus possuía no final da sua vida? Um monte de livros e uma capa eram do que ele estava sentindo falta lá na prisão antes dele partir para o Senhor.
Então, que desafio nós temos! Hoje nós temos tido uma profissão de fé superficial. Vidas medíocres; tantas vezes irresponsáveis à graça do Senhor. Não é verdade? Porque o Senhor tem em nós, pela sua bondade, o Seu testemunho, Ele colocou em nós o Seu nome. E por amor do Seu nome Ele tem lidado com as nossas vidas com longanimidade, porque Ele vai produzir o Seu testemunho na vida da Igreja. Na verdade Ele já tem feito isso, mas nós precisamos ser desafiados porque o nosso testemunho é medíocre diante do que a Igreja testemunhou nos séculos passados. Não estou me referindo aos irmãos especificamente, mas à Igreja em geral na face da Terra. Então nós só podemos nos dobrar diante do Senhor e pedir que na Sua misericórdia, que largamente já tem sido derramada sobre nós, Ele desperte corações que respondam. Essa deve ser a nossa oração. Não é: Senhor tenha misericórdia, como se Ele não tivesse misericórdia, mas é: Senhor, na Sua misericórdia, desperte os nossos corações, ganha os nossos corações, levanta os nossos corações para Ti; tira-nos da apatia, da mesmice, da mediocridade, da superficialidade. Irmãos, o Senhor tem de alguma forma movido as águas na vida da Igreja com relação a estes assuntos. O Senhor tem me dado a oportunidade de estar com muitos irmãos em muitos lugares, e eu tenho visto isso. O Senhor tem despertado no seu povo um desespero por Ele. Os irmãos não imaginam até que ponto esse desespero chega. O desespero de uma terra seca. Pessoas que foram feitas filhos de Deus, mas tem recebido tão pouco alimento, tão pouco alimento público, tão pouca pregação da palavra genuína, tão pouca visão do Senhor, que elas estão clamando em desespero pelo Senhor. E elas não querem ouvir fulano daqui, sicrano de lá, beltrano dali. É desespero por Cristo mesmo, desespero pelo genuíno, desespero pelo sagrado, desespero pelo Senhor. Graças a Deus, nós cremos que esse é um preparo para que o Senhor possa realmente, nesses dias que antecedem a sua vinda, levantar um povo sólido, um povo que tem conteúdo, um povo que ama o Senhor, um povo que é sustento e que é baluarte, que é coluna e baluarte. Esse é o nosso desafio nos dias em que vivemos.
Ensino, pregação e doutrinamento nós temos tido muito, mas eu creio que precisamos pedir ao Senhor que, na Sua e pela Sua misericórdia, nós tenhamos uma resposta adequada. Então deixe que esse contexto localize você como filho de Deus. Você não é alguém a mais, você não é um membro a mais, você não é simplesmente um recém convertido, nada disso. Ou você não é simplesmente um velho convertido; quem sabe você pensa assim: “Vamos deixar para os mais novos; nós já somos veteranos de guerra”. Não há isso na casa de Deus. Nós somos membros de um Corpo, a Igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade. Esse é um dos textos mais fortes de todo o Novo Testamento. A Igreja é a Casa de Deus, é a Igreja do Deus vivo, coluna para sustento, e baluarte para proclamação da verdade. Agora veja que Paulo, no versículo 15 de 1Tm 3 fala da verdade. No versículo 16 ele fala da piedade; “grande é o mistério da piedade”. E depois, no cap 4 verso 1, ele diz: “o espírito afirma expressamente que nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé”. Então podemos ver três coisas aqui que na verdade são uma só. A verdade, a piedade e a fé. Por isso iremos procurar passar nessas reuniões, esse eixo central; oito aspectos que são o fundamento da nossa confissão, o fundamento da nossa fé, ou o fundamento da verdade, o fundamento da piedade. Todas estas verdades tem relação com o próprio Cristo. Todavia, não podemos deixar a coisa assim tão global. Precisamos dissecar isso. Iremos ver quais são as verdades essenciais da nossa confissão; aquilo que nós não abrimos mão em hipótese alguma; aquilo baseado no qual se outras pessoas não tem a mesma confissão - preste atenção - elas não podem ser chamadas irmãos. Não seja universalista em nome do amor porque isso é ecumenismo, e ecumenismo é você colocar todos os gatos no mesmo balaio; a briga é feia. A Bíblia não nos ensina a fazer isso. Devemos viver a unidade em torno da verdade. O que o catolicismo romano faz é colocar a unidade acima da verdade. Então vamos ser um, e nesse um vale tudo. Então surgem as celebrações ecumênicas, não é? Podemos observar em formaturas de oitava série, segundo grau e até de universidades: um sacerdote católico, um representante do budismo, um representante do judaísmo, um rabino, um pastor protestante, todas as religiões na celebração ecumênica. Isso não é unidade. Isso é uma perversão. A igreja é coluna e baluarte da verdade.
Irmão, nós, por natureza, somos a própria mentira em pessoa. Quando falo isto, não é para que você se orgulhe de você, porque nós, por natureza, somos trevas. É por causa de Cristo. Em Cristo fomos feitos luz no Senhor (Efésios 5:8). Andai como filhos da luz. Então nós erguemos a nossa cabeça e por outro lado dobramos o nosso joelho porque nós reconhecemos que é em Cristo, não é em mim. “Não é porque eu sou mais espertinho ou tive um ensino de berço muito adequado”. É GRAÇA. Só graça. Ele nos pôs em Cristo, nós que éramos trevas. Então nós temos o joelho dobrado e ao mesmo tempo a cabeça erguida. Nós fomos feitos luz no Senhor, e somos colunas e baluartes da verdade. Uma verdade inegociável, uma verdade completa. Não sobrou para ninguém. Não sobrou para o budismo, não sobrou para a filosofia, não sobrou para os islâmicos, não sobrou para ninguém. A Igreja é a coluna e o baluarte da verdade. E nesse corpo estão incluídos você e eu. Portanto, isso enche o nosso peito de prazer e de satisfação. Não é assim com você? Comigo é assim! Que privilégio irmão, que graça podermos abrir a nossa boca como porta-vozes! Então, todos nós participamos desse privilégio.
Então, quero que você veja essas três palavrinhas: Verdade (1Tm 3.15), piedade (1Tm 3.16), e fé (1Tm 4.1). Na Bíblia, a palavra fé é usada em dois sentidos. Ela tanto pode ser usada como ato de crer; crer no Senhor Jesus. Isso é um ato do crer; é fé. Como a fé, é também usada na Bíblia no sentido de um depósito. E o sentido que Paulo usa aqui em 1Tm é este segundo; o do depósito e não do ato de crer. Quando Paulo diz que alguns apostatarão da fé, - apostatar, significa literalmente abandonar, se afastar – ele está falando de pessoas que professavam essa fé. Só Deus sabe em que níveis professavam. Alguns têm problema com esse texto dizendo assim: “então alguém que se converteu verdadeiramente pode apostatar da fé?”. Eu creio que sim, por muitos motivos: por não andarem em temor do Senhor; por não andarem em dependência do Senhor; por se incharem no seu próprio conhecimento, sem reter a cabeça que é Cristo, e se desencaminharem, mesmo sendo filhos de Deus. Mas isso não vem ao caso aqui. O que importa que apostatar é abandonar, tenha tido uma verdadeira realidade ou não. Mas o que importa é que o Espírito afirma que muitos apostatarão. E aí ele mostra o motivo: seguir espíritos enganadores. Olhem a palavra “enganadores”. É obvio que essa expressão está confrontando com a verdade dos versículos anteriores. Paulo mostra que a fé é um depósito que a Igreja possui. Ninguém conhece esse assunto de fé a não ser a Igreja. Ninguém conhece esse assunto da piedade a não ser a Igreja. Ninguém conhece esse assunto da verdade a não ser a Igreja. Não tem verdade em nenhuma religião ou filosofia a não ser na Igreja, porque a Igreja é como candelabro; lembra da visão de Ezequiel? Aquele candelabro era mantido por tubos que o alimentavam com óleo. O Espírito Santo depositou na Igreja. Paulo chama nesses escritos a Timóteo de o bom depósito. Guarda o bom depósito mediante o Espírito que habita em nós. Então o Espírito Santo depositou algo na Igreja. Esse é um depósito sublime, um depósito divino, esse é um depósito sagrado e santo, e é o que a Bíblia chama de a verdade, ou a piedade. Então irmão, eu sei que estou gastando muito tempo nisso, mas eu tenho que gastar, porque se você não ver isso, você não viu nada. Você precisa ver isso, para que você tenha joelho dobrado e cabeça erguida ao mesmo tempo. Joelhos dobrados de adoração e agradecimento, porque é por causa do Senhor, só por Ele e só Nele. E cabeça erguida, porque você foi objeto dessa revelação. Você faz parte dessa casa do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade. Pense sobre isso.
Iremos agora tomar o restinho do tempo que nos resta. Que coisa é o tempo, não é? Ainda bem que na Nova Jerusalém não tem tempo. A gente fala, fala, fala e não consegue sair do começo. Vamos comentar aqui um pouquinho mais. Observe que em 1Tm 4.1 o Espírito Santo diz: “Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios...”. A razão da apostasia é essa: obedecer a espíritos enganadores. Então há um depósito da verdade que precisa ser conhecido. Não é ecumênico como nós falamos. É a verdade. Qual é esse depósito? Paulo era claro quanto a este assunto . A maioria dos textos que nós vamos examinar durante esses dias estão nas epístolas de Paulo. João era claro, Pedro era claro. Barnabé era claro, Timóteo era claro, e muitos mais homens de Deus por toda a história da Igreja foram claros. Centenas de homens e até mesmo mulheres de Deus eram claras a respeito desse depósito da verdade. E o Senhor sempre levantou esses apologetas para proclamarem, além de sustentarem esse depósito. Então esta é a primeira coisa importante para vermos nesse texto. Mas, a apostasia significa simplesmente abandono. Nada mais do que abandono no sentido literal dessa palavra.
Vamos observar agora com bastante atenção o versículo 3 de Judas. Queria que você fosse para casa com isso martelando no seu ouvido. Peça ao Senhor que faça isso com você. Martelando no seu ouvido tudo o que nós falamos aqui por quase uma hora. Quem é você? O que em Cristo você foi tornado? Coluna e baluarte, casa do Deus vivo, porta-voz desse grande mistério! Se você for examinar essa palavra mistério, e quem sabe nós poderemos examinar isso em uma outra oportunidade, você vai ver a beleza dessa palavrinha. O mistério que estivera guardado dos séculos e das gerações, guardado em silêncio nos tempos eternos, agora foi dado a conhecer. A palavra de Deus é poderosa, maravilhosa e eficaz. Ela é eficaz porque é uma palavra que proveio do silêncio. Do silêncio eterno de Deus. Nesse silêncio eterno de Deus havia uma palavra, um Verbo, Cristo. E um dia essa Palavra foi encarnada, revelada. O Verbo se fez carne e habitou entre nós. Então agora os apóstolos quando pregam o Evangelho eles falam assim: o Verbo de Deus se fez carne. Aquele mistério que estava oculto nos séculos e das gerações agora foi revelado aos santos, apóstolos e profetas, no espírito. Você vê a beleza disso irmão? Uma palavra que veio lá do silêncio eterno. Deus um dia falou. Deus tinha falado de muitas maneiras parciais, fragmentárias, temporárias, transitórias, aos pais pelos profetas, aqui e ali, um pouquinho aqui, um pouquinho ali, mas nesses últimos dias nos falou no Filho. Nos falou completamente, nos falou de forma final. O Verbo foi rasgado na Cruz do Calvário. E o Senhor então rasgou totalmente esse Verbo a nós. Nós temos pouco conhecido esse Verbo de Deus. Por isso Paulo centraliza o mistério nesse Verbo. Evidentemente grande é o mistério; aquele que foi manifestado na carne. Qual é o mistério? O Verbo se fez carne. Ele foi justificado em Espírito, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória.
Esse é o mistério; o cerne do mistério. E nós então somos os porta-vozes. Irmãos, não há nada que possa mudar vidas a não ser a pregação do mistério. Tolice se ocupar com outras coisas. Você pode melhorar a psique de uma pessoa. Faz uma reforma aqui, uma reforma ali, ensina algumas boas maneiras, dá um pouco mais de educação; você pode reformar a lanternagem, mas nada pode mudar o homem a não ser a pregação do Evangelho. É por isso que pregar o Evangelho é a coisa mais sublime que um homem ou uma mulher podem fazer sobre a face da terra, porque é a única coisa que pode produzir filhos regenerados para Deus. O resto faz só retoque de lataria, mas ainda vai para o inferno do mesmo jeito, com lataria nova. Só o Evangelho produz filhos e filhas de Deus, quando Ele é proclamado. Irmãos! Sabe porque às vezes somos tão defeituosos na proclamação do Evangelho? Porque o Evangelho às vezes para nós é como um ratinho e não como um leão. Um leão não precisa ser defendido. Ele precisa ser solto. Basta você abrir a porta da jaula e ele toma conta de si mesmo. A Palavra de Deus precisa ser proclamada. E ela cuida de si mesma. Ela tem poder para convencer, poder para repreender, poder para regenerar, poder para edificar, poder para transformar, poder para libertar, poder para salvar. Basta que ela seja solta. E nós, como igrejas de Deus, nós somos como baluartes, colunas. Que benção! Foi isso que o Senhor te tornou, pela graça de Deus em Cristo. Amém.
Vamos então ler o texto de Judas: “Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos. 4 Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo” (Jd 3,4).
A intenção de Judas ao escrever uma epístola era fazer um tratado sobre a fé. Era quem sabe fazer o que eu vou procurar fazer durante as reuniões, colocando ali o eixo central da nossa confissão de fé. Ele chamou isso de escrevermos acerca da nossa comum salvação. Salvação é uma palavra muito grande na Bíblia. Salvação fala de regeneração, de justificação, de santificação, de glorificação; salvação é tudo isso. Então Judas queria escrever sobre a nossa comum salvação. É muito assunto. Paulo escreveu sobre isso em Romanos. Gastou 16 capítulos. Falou tudo sobre a nossa salvação. Então Judas queria escrever um tratado sobre a salvação, mais ou menos como Romanos. Mas olhe que interessante. Ele fala que se sentiu constrangido. É como se o Espírito Santo pegando Judas falasse assim: Judas! Não é isso que eu quero que você faça. Você vai escrever uma “pequena epístola” de vinte e cinco versículos. Vão ser as suas únicas palavras na Bíblia. Vinte e cinco versículos, mas vinte e cinco versículos arrasadores. É como uma pílula para se dormir uma semana. Então Judas escreve vinte e cinco versículos arrasadores. Ele diz: “Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes(baluarte) diligentemente, pela fé”. Ele não escreve um tratado, mas uma exortação. Veja o peso irmão. Se você acha que a epístola aos Romanos com seus dezesseis capítulos é pesada, não dê peso diferente para Judas, porque Judas ia, quem sabe, escrever um tratado de dezesseis capítulos, mas o Espírito Santo o pegou e falou: você vai falar vinte e cinco versículos que tem o mesmo texto, a mesma potência, o mesmo valor.
Olhe então qual é a exortação de Judas que tem esse peso. Você vai ver que seis vezes, ele usa nessa epístola a palavra guardar. É a palavra chave da epístola de Judas. A idéia é guardar o evangelho; guardar o amor de Deus; Deus vai nos guardar de tropeço; guardar-nos na fé. As palavras – usadas por Paulo - piedade, verdade, depósito, bom depósito são intercambiáveis. Judas também está falando de algo santo e sublime que foi depositado na Igreja. Estava no próprio coração de Deus. Era um mistério guardado em silêncio nos tempos eternos, mas agora, é um mistério rasgado, um mistério revelado; Cristo. E há facetas específicas dentro desse mistério. Um depósito que de uma vez por todas foi entregue aos santos. Que maravilha irmão! Eu e você estamos incluídos nisso! A Igreja não é um ramo de filosofia. A Igreja é a verdade porque ela tem Cristo. Ela proclama a verdade. Ela é a expressão da verdade. Vejamos agora o versículo 4 de Judas: “Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação...”. Veja que idéia interessante. Veja o que fulano está falando, mas olha aqui o rabino, olhe aqui o budista, olhe aqui o Dalai Lama – certos indivíduos se introduziram com dissimulação - no tempo deles trazendo elementos gnósticos, elementos do judaísmo; “... os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo”. Que texto de peso! Judas está falando sobre esse depósito, essa fé, que tem que ser conhecida é claro. Conhecida, sustentada e proclamada pela Igreja. Então esse é o nosso desafio como Igreja. Que todos nós estejamos diante do Senhor nesses dias em que passaremos juntos, para que o Senhor possa literalmente rasgar diante dos nossos olhos, dos olhos do nosso espírito e do nosso coração, esse mistério que é Cristo.
Então vamos ver quais são os ossos dessa coluna vertebral, qual que é o eixo central dessa nossa confissão. Quais são essas verdades essenciais que são inegociáveis, verdades que ninguém que não as confesse, pode ser chamado de irmão, ou de filho de Deus, porque elas são a essência, o fundamento. Então que o Senhor nos ajude a ter a nossa própria vida checada, estruturada, estabelecida e ousada, responsável diante de tão grande testemunho que foi confiado a nós. Irmão! Você faz parte disso. Não se omita. Este é um santo privilégio. Considere isso diante do Senhor. Amém!?
Vamos orar:
Ó Pai, ajude-nos Senhor a darmos a Ti uma resposta muito mais plena, do que os nossos corações, a tudo aquilo que o Senhor já tem tocado em nós. Essas notas que o Senhor tem tangido no nosso espírito, no nosso coração, na nossa consciência. Ó Senhor. O Senhor já nos tem dado plenamente da sua graça e da tua misericórdia, e nós queremos e pedimos a Ti que despertes em nós essa resposta mais completa Senhor, para que não tornemos leviana ou vã, a graça de Deus. Possamos desenvolver a nossa salvação, com temor e tremor. Não nos deixe encastelados no nosso egocentrismo, Senhor. Não nos deixe escondidos atrás de disfarces e justificativas, mas pela tua misericórdia, despe-nos diante de teus próprios olhos para que nós vejamos o quanto carecemos de ser revestidos de Ti. Muito obrigado por termos o privilégio de sermos a casa do Senhor, a igreja do Deus vivo, a coluna e o baluarte da verdade. Desafia o nosso coração Senhor, nós te pedimos. Desafia-nos. Encha-nos com esse santo privilégio de termos sido feitos filhos de Deus, um povo Teu. Nós te pedimos em nome de Jesus. Amém.
Romeu Bornelli
Fonte: Texto "adaptado" do estudo (em áudio) “Fundamentos da nossa confissão”, ministrado pelo irmão Romeu Bornelli.
Obs: A essência de todo o conteúdo do texto foi preservada.
GSMF
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