Introdução - 8ª parte

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

As 42 Jornadas no deserto



Introdução - Parte 8

TEXTO: Nm 33.1-3


Por Luiz Fontes



Graças as Deus, vamos compartilhar a última palavra dessa introdução. Estamos perto de entrar na primeira estação desta jornada de 40 anos. Iremos caminhar por todas as 42 estações onde o povo de Israel esteve durante a sua peregrinação no deserto. Quero ler os versículos de 1 a 3 do capítulo 33 do livro de Números:


São estas as caminhadas dos filhos de Israel que saíram da terra do Egito, segundo os seus exércitos, sob as ordens de Moisés e Arão. Escreveu Moisés as suas saídas, caminhada após caminhada, conforme o mandado do SENHOR; e são estas as suas caminhadas, segundo as suas saídas: partiram, pois, de Ramessés no décimo quinto dia do primeiro mês; no dia seguinte ao da Páscoa, saíram os filhos de Israel, corajosamente, aos olhos de todos os egípcios. Nm 33. 1-3


Lendo este texto, podemos perceber que a vida cristã é um processo, uma progressão gradual. Então, cada jornada é a saída de uma etapa, mas também, é a entrada em uma nova etapa. Todas as jornadas significam diversas experiências, representadas pelo nome das respectivas estações onde o povo de Israel esteve. Portanto, essas paradas ou estações estão intimamente ligadas às experiências espirituais em nossa vida. E cada estação tem dois aspectos: a chegada e a saída. Quero ler 1 Co 10, para que a gente possa seguir na mesma linha da última palavra que foi compartilhada. Vejamos os versículos 6 e 7:


Ora, estas coisas se tornaram exemplos para nós, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram. Não vos façais, pois, idólatras, como alguns deles; porquanto está escrito: O povo assentou-se para comer e beber e levantou-se para divertir-se. 1 Co 10. 6,7


Meus irmãos e irmãs. Penso que, se vocês estão levando uma vida muito tranquila, vivendo o mesmo estilo de vida cristã há muito tempo, esse não é um bom sinal. Vamos recordar um texto que já estudamos:


Efraim se mistura com os povos e é um pão que não foi virado. Os 7.8


Portanto, é preciso virar o pão para que cozinhe ambos os lados. O que acontece quando não se vira o pão? Queima-se um lado e o outro fica cru. Isto nos fala de maturidade espiritual. Mas, o que é maturidade? É crescimento espiritual, é a experiência cristã. A maturidade na vida cristã só é alcançada através de muitas experiências. Se buscamos a maturidade, precisamos entender que nunca iremos alcançá-la numa única experiência; necessitaremos sempre de outras.

Observem em 1 Co 10.6 que “estas coisas se tornaram exemplos”. Vejam que está no plural; são muitos exemplos. E diz mais: “a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram.” Notem como foi que eles cobiçaram. Da mesma forma, nós, muitas vezes temos cobiçado em nosso contexto de vida. Porque Deus quando deu estas experiências para o povo no deserto, Ele estava pensando em nós. Quando Deus levou aquele povo a caminhar durante 40 anos, Ele tinha em vista, nós. É isto que está registrado em 1Co 10. É isto que o Espírito Santo está ministrando a nós. Há muitas lições que precisamos aprender. O texto de 1 Co 10.7 diz que “o povo assentou-se para comer e beber e levantou-se para divertir-se. Portanto, como foi que eles foram idólatras? Talvez aqui seja feita uma referência aos versículos 4,5 e 6 do capítulo 32 de Êxodo, quando o povo idolatrou o bezerro de ouro. Porque esse texto de Coríntios faz referência a um tipo específico de idolatria: a comer, a beber e a divertir-se. Não é errado comer, beber ou divertir-se. Errado é quando essas coisas se tornam uma prática tão comum no nosso viver a ponto de perdemos a Centralidade de Cristo. Esta é a idolatria que está em foco; é você divertir-se, dedicar-se, preencher todo o seu tempo com estas coisas, colocando isto como a prática do seu viver, mas retirando Cristo do centro da sua vida.

Temos que entender que a nossa vida tem que ser vivida na experiência de viver Cristo. O Espírito Santo deseja chamar a nossa atenção quanto a essa distração ou esse estilo de distração que Israel viveu no deserto. Este é o cuidado que o Senhor tem conosco! Porque muito da vida cristã, hoje, não passa de entretenimentos. Perdemos a seriedade do estudo sistemático da Palavra de Deus. Estamos vivendo numa geração aonde o povo não conhece mais a Palavra de Deus. Nossas reuniões têm se tornado diversões. Temos perdido a profundidade da realidade do falar de Deus. E talvez aqui, Paulo faça referência a dois aspectos: Primeiro, à realidade contextual daquilo que lhe foi informado pela casa de Cloé acerca da vida dos coríntios. Segundo, porque o Espírito Santo, através de uma visão profética no coração de Paulo, traz essas verdades para os nossos dias, nos revelando que a vida cristã, em muitas experiências, tem se resumido a entretenimentos espirituais.

É tremendo tudo isso meus irmãos e irmãs, porque Deus deseja nos levar a coisas mais profundas, a coisas mais eficazes no tocante à nossa edificação. Vejam que foram 40 anos. O número 40 está relacionado às provas no conceito bíblico. Também é um número de juízo, é para julgar, para nos tirar do Egito. Porque, se observarmos com cuidado, ao longo das jornadas, ficará claro que o povo de Israel havia saído do Egito, mas o Egito não havia saído de dentro deles. E uma das obras impressionantes da Cruz de Cristo é condenar o mundo dentro de nós. É condenar as nossas aspirações mundanas. Por isso, muitas vezes temos que passar por provações para que possamos experimentar o verdadeiro significado da vida cristã. Precisamos entender que somos peregrinos e estamos caminhando para uma terra que mana leite e mel; estamos caminhando para a era vindoura, para a glória de Cristo; estamos caminhando para poder experimentar a Cristo Jesus. Se eu e você não entendemos o significado da nossa experiência cristã, ou o significado da nossa vida cristã em experiência, então qual o sentido da vida cristã? O que adianta viver a vida cristã se não conhecemos a sua realidade na prática?

O fato de o Senhor ter nos tirado do Egito faz referência a Ramessés (Nm 33.3). Quero chamar a atenção de vocês neste momento, porque para poder entender a questão de sair do Egito, é preciso conhecer um pouco sobre a situação de Israel em Ramessés – primeira estação que o povo esteve. Precisamos notar esta estação. É necessário entender o que é estar debaixo do governo de Ramessés; o que significa fazer tijolos para faraó. Nós precisamos entender isso! Porque precisamos saber de onde é que o Senhor está nos tirando; temos que saber aonde o diabo ainda tem nos mantido privados, presos, enclausurados. Isto precisa estar claro para nós.

Vamos a uma passagem que se encontra em Apocalipse 11. Quero chamar a atenção de todos vocês, para o versículo 8. Olha o que diz esse texto:


“... e o seu cadáver ficará estirado na praça da grande cidade que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito, onde também o seu Senhor foi crucificado.” Ap 11.8


Este texto fala das testemunhas que testificaram contra a Besta, e logo em seguida foram mortas por ela. Nesse versículo, o Senhor unifica três cidades: a velha Jerusalém, Sodoma e Egito. Porque as três? Porque são três aspectos da mesma cidade. Onde o Senhor foi crucificado é a velha Jerusalém, que também é chamada de Sodoma e Egito. Numa visão pictórica, isso tem um sentido espiritual. O Egito também tem um sentido espiritual, por isso precisamos entender o que é o Egito. Porém, não somente o que é o Egito, mas também o que é Sodoma. Meus irmãos e irmãs, muitas vezes o Senhor trata o seu povo de Sodoma, os chama de príncipes de Sodoma (Is 1.10); também chama a velha Jerusalém de Sodoma. Existe um sentido espiritual para isso. Por isso, precisamos prestar atenção a essa expressão, a essas conexões, porque Deus deseja mostrar-nos algo aqui. Deus tem nos tirado deste caminho de religiosidade, de sedução, de pecado e de mundanismo. Por isso, Ap 11.8, diz: “...,espiritualmente,...”. Então, a grande cidade, em sentido espiritual, se chama Sodoma, como também se chama Egito, e nós sabemos que esta cidade onde nosso Senhor foi crucificado é Jerusalém. Portanto, existem três aspectos relacionados à Jerusalém, Sodoma e Egito.

Jerusalém fala de religiosidade - lembra da lei, como aquele povo era religioso -, o Egito fala do mundo e Sodoma nos fala da carnalidade. É destas coisas que o Senhor deseja nos libertar completamente. Estas são as saídas do povo de Deus. Não podemos continuar escravos dessas coisas. Sair de Ramessés significa estar livre do governo do pecado, do governo da carne, do governo da religiosidade e do governo do mundo. Esta é a saída. É disso que o Senhor nos livrou quando nos tirou do Egito. Existem alguns aspectos espirituais relacionados ao Egito que nós temos que nos deter. Quando Deus estava para tirar o povo de Israel do Egito, Faraó dobrou o serviço para que o povo não pudesse sair, para que o povo trabalhasse mais, para que eles ficassem envolvidos naquele trabalho no Egito de modo que eles não poderiam sair. Esta é uma realidade que muitos irmãos e irmãs têm vivido, de modo que o mundo tem ganhado de tal forma as suas vidas que o seu trabalho tem se tornado o seu principal alvo. A busca pelo poder, sucesso, fama e dinheiro, tem corroído a vida de muitos cristãos. O mundo os tem sufocado, o mundo os tem mantido em uma prisão espiritual, eles não percebem o quanto estão perdidos nestas coisas. Aqui nós precisamos atentar, porque o Senhor deseja nos livrar destas coisas, o Senhor deseja que tenhamos uma vida livre para Ele. O nosso trabalho, o nosso casamento, os nossos filhos, não podem ser o foco da nossa vida. Apenas Cristo. O reino dos céus tem que ser prioridade em nossas vidas. Sair de Ramessés significa isso. Significa o rompimento com todas estas coisas que não agradam a Deus, que atrapalham a nossa vida espiritual; coisas que se colocam entre nós e Deus e que estão roubando Deus de nós; coisas que estão roubando o nosso tempo, que estão roubando a nossa consagração, que estão roubando o nosso serviço a Deus.

Que Deus de uma forma gloriosa e poderosa fale ao seu coração. Traga para a você o verdadeiro significado da saída de Ramessés. Que Deus no poder do Seu grande e poderoso Espírito inunde o seu coração com Sua Doce, Santa e Poderosa Palavra. Amém.



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“Todo-Poderoso , aquele que era , que é, e que há de vir.”
“Ora, vem, Senhor Jesus!”

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