quarta-feira, 30 de setembro de 2009
As 42 Jornadas no Deserto
Introdução - Parte 06
Texto: Nm 4: 5
Por Luiz Fontes
Temos visto uma seqüencia de prioridades na nossa jornada espiritual. Vimos primeiro a arca, porque a arca fala de Cristo, fala dos planos da Centralidade de Cristo. Aqueles que estão acompanhando comigo esta série maravilhosa de estudos das peregrinações do povo de Israel no deserto, verão que o versículo 5, do capítulo 4, do Livro de Números, nos leva para o capítulo 2 do Livro de Atos dos Apóstolos, onde podemos ver a mesma sequência. Se lermos o capítulo 25 do Livro de Êxodo, quando o Senhor ordenou a Moisés que construísse o Tabernáculo, veremos que havia uma ordem de coisas a serem construídas. Então, primeiro nós vemos o que? A arca. Portanto, a centralidade de Cristo é algo que nós precisamos notar. Portanto, a ordem é: primeiro a arca, depois a mesa, o candelabro, o altar do incenso com o incensário. Se lermos At 2.42, vamos ver que primeiro eles perseveravam na “Doutrina dos Apóstolos”; isto fala da arca, porque At 5.42 diz que a doutrina dos apóstolos era “Cristo”:
“E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo”. At 5.42
Esta é a essência da doutrina dos apóstolos, a doutrina é a “Centralidade de Cristo”. E o que vem depois? A comunhão, o partir do pão, as orações. Portanto, o primeiro item dessa questão é a Centralidade de Cristo. Na primeira carta aos Coríntios, o apóstolo também estabeleceu prioridades. A primeira é Cristo; a segunda é o nosso espírito, como lugar de habitação do Espírito Santo, e a terceira é o Corpo de Cristo. Quando Paulo escreve aos irmãos em Corinto, diz assim:
“Irmãos, venho lembrar-vos (isso é uma declaração apostólica do que é o Evangelho em sua primeira essência) o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão. Antes de tudo (aqui está a ordem de prioridade), vos entreguei o que também recebi (ou seja, o que ele também recebeu desta mesma maneira): que Cristo (aqui está o primeiro item, o primeiro grande aspecto: a Pessoa do Senhor Jesus, o Filho de Deus, Cristo, a doutrina apostólica) morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras (ou seja, a morte de Cristo segundo todas as riquezas da Palavra de Deus vem em segundo lugar; primeiro a Pessoa de Cristo, depois a Obra de Cristo), e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia (esta é uma nova sequência), segundo as Escrituras. E apareceu a Cefas e, depois, aos doze”. 1Co 15.1-5
Portanto, meus irmãos e irmãs, podemos ver que Paulo segue dando uma lista de todas as pessoas que foram testemunhas oculares da ressurreição do Senhor Jesus. Mas precisamos focar o que Paulo havia estabelecido. Ele estabeleceu um fundamento “e ninguém pode lançar outro fundamento sobre o que já está posto, o qual é o Senhor Jesus Cristo”. Este é o principal, o primeiro e único Fundamento. Mas, quem é Jesus Cristo? O Evangelho trata de Jesus Cristo, trata de nos apresentar ao Senhor Jesus. Nosso caminhar depende de como O vemos. Porque só assim nós poderemos chegar a Deus. Se o Senhor Jesus Cristo é apenas um personagem histórico, que passou pela Terra e ensinou uma ética, ou algumas coisas rabínicas e morais, muito pouco poderemos desfrutar do que Deus tem para nossa vida. Tudo o que Deus tem para nós, o tem na Pessoa, Obra e Doutrina do Seu Filho Jesus Cristo; e o tem em Seu Espírito. Então, meus irmãos e irmãs, o Senhor Jesus é o tema central; toda a centralidade da doutrina dos apóstolos é Cristo. Os apóstolos eram muito cuidadosos em tudo que se relacionava com a Pessoa do Senhor Jesus; e nós não podemos ser diferentes. Se quisermos perseverar nessa doutrina, temos que andar na mesma linha, temos que sair do centro, e deixar que todo foco, seja na nossa vida, seja no Corpo de Cristo, nas reuniões da Igreja, esteja sobre a Pessoa do Senhor Jesus. Por isso, João nos diz que não devemos receber em casa determinadas pessoas que desviam os assuntos relacionados à Pessoa do Senhor Jesus. Olhe o que ele diz na sua segunda epístola, capítulo 1, versículos 10 e 11:
“Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas. Porquanto aquele que lhe dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más.” 2Jo 1.10,11
A Igreja tem que conhecer estas pessoas, que na verdade não trazem essa doutrina acerca de Cristo, acerca da Pessoa de Cristo. Veja em Romanos, capítulo 1, versículos de 1 a 3:
“Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus que ele havia prometido antes por seus profetas nas Santas Escrituras, acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne,”. Rm 1.1-3
Aqui Paulo está citando Atos 13, quando o Espírito disse:
“Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado”. At 13.2
Agora ele diz que foi separado para que? Para o “Evangelho de Deus que ele havia prometido antes por seus profetas nas Santas Escrituras”. Ele está se referindo ao Antigo Testamento. O Antigo Testamento foi a preparação de Deus para o Evangelho. Foi a intervenção divina, através dos profetas, para tipificar, anunciar e fundamentar tudo que é relativo ao Evangelho. Veja que Paulo, em Rm 1.2,3, nos diz que o tema central do Evangelho de Deus “é o Seu Filho”, “é o Senhor Jesus”. Este é o início, este é o fundamento - nosso Senhor Jesus Cristo. Agora o Filho de Deus é identificado como Jesus, o Messias. Em Mateus capítulo 16, versículos 16 aos 18, Simão Pedro fez aquela magna declaração:
“Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” Mt 16. 16
Então, o Senhor Jesus afirma:
“Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” Mt 16. 17,18
Quando o Senhor fala: “Sobre esta pedra”, não quer dizer sobre Pedro. Jesus estava apontando para Ele mesmo - “sobre esta Rocha edificarei a minha Igreja”. O Senhor disse a Pedro que ele acabara de confessar o que o Pai revelou. Esta é a revelação. Esta é a confissão acerca de Jesus. Pedro confessou e declarou “o Filho de Deus” como o “Messias de Deus”, “o Cristo”. Este é o fundamento! Todos nós precisamos saber isto. A Igreja está edificada sobre o Filho de Deus, sobre o “Messias de Deus”, sobre o Cristo que foi morto por nossos pecados, mas ressuscitou. Sobre Ele, o Senhor da glória, está edificada a Igreja; é Ele quem nos revela. Nós temos que conhecer o Filho de Deus porque Ele revela-nos o Pai. Deus Se agradou em revelar no Seu Filho, Ele mesmo. Não foi carne nem sangue que revelou a Pedro, foi o Pai. A Igreja tem que estar centrada Nele, desfrutando do Senhor Jesus, conhecendo-O. Precisamos estar perplexos por conhecer a cada dia mais e mais a revelação de Deus em Cristo na comunhão da Igreja, na vida da Igreja.
Irmãos e irmãs! Entendam de uma ver por todas que Deus não recebe outro sacrifício de nossa parte, mas somente o que o Senhor Jesus fez em nosso favor. Ninguém pode achegar-se a Deus tendo como base qualquer outra coisa senão o Senhor Jesus Cristo. O melhor sacrifício que podemos apresentar é a nossa fé, o nosso amor, o nosso apreço, o nosso conhecimento do Senhor Jesus. Não é um conhecimento intelectual, mas um conhecimento experimental, espiritual. Aqueles que conhecem o Senhor são os que O apreciam, que O agradam e confiam Nele. Este é o único sacrifício que Deus realmente recebe - o apreço que nós temos pelo Seu Filho. Não é nada que você tenha em você mesmo, não é nada que você mereça ou que você possa fazer. Mas, é quem é Jesus em você e para você. É o que você confessa Dele. Qual é o seu apreço em relação à Pessoa Bendita do Senhor Jesus. E até que ponto você O conhece! Será que você tem compreendido isso? Porque isto é o que, de fato, importa para Deus. Esta é a prioridade. Este é o fundamento. O que tem valor para Deus, é que você confie verdadeiramente no Seu Filho, creia Nele de todo o seu coração.
Irmãos e irmãs! Todos os sacrifícios que Deus requereu do Seu povo no Antigo Testamento, para que se apresentasse diante Dele, apontavam para a Pessoa do Senhor Jesus, representava-O. Era necessária uma grande quantidade de bezerros, cordeiros, touros e de pombinhos; milhares tinham de ser sacrificados. Quando havia festas, tinha que sacrificar muitíssimos animais, por que o sacrifício do Senhor Jesus é muito grande, e não pode ser representado com mesquinhez, tinha que ser representado com abundância, porque Ele é abundante! Como Igreja, nós nos reunimos em torno da Pessoa do Senhor Jesus, debaixo unicamente do Seu nome, para nos alimentar Dele, para apreciá-Lo, para receber Dele o testemunho daquilo que Ele fez lá na Cruz do Calvário. O Evangelho de Deus é acerca do Seu Filho. Há algo em Deus que tem complacência com a Pessoa do Seu Filho. Antes ainda de criar tudo, Ele fez toda a criação para o Seu Filho, e a fez Nele. O Seu anuncio é acerca Dele, para que conheçamos o Seu Filho, a Pessoa do Senhor Jesus, a quem Ele tem enviado. E Ele é a nossa vida eterna doada do Pai para nós. O Evangelho acerca do Senhor Jesus era a linguagem dos profetas, foi a linguagem que Davi cantou. Assim, o Antigo Testamento começa a ter sentido para nós.
No Antigo Testamento foi declarado que o Filho de Deus viria para nos resgatar; olhe Isaias capítulo 53 e verá esta grande verdade. Leiam também os capítulos 7 e 9 de Isaias. Veremos a revelação gloriosa acerca Dele, da Pessoa do Senhor Jesus. Todas essas coisas apontam para Ele. Se olharmos para o Antigo Testamento, a partir do capítulo 25 do livro de Êxodo, veremos no Tabernáculo a grandiosíssima revelação acerca da Pessoa do Senhor Jesus em cada detalhe, em cada uma daquelas mobílias. Aquelas pequenas peças, por menores que fossem, revelavam coisas grandes acerca da Pessoa do Senhor Jesus. É isto que o Pai deseja que ocupe a nossa mente e que entendamos. Precisamos enxergar esta verdade, senão perderemos por completo, a verdadeira visão da Pessoa do Senhor Jesus.
Que Deus leve você para dentro da revelação dessa verdade pelo Seu Espírito, e que isso possa tocar profundamente o seu coração. Que vocês guardem esta Palavra, para que sejam edificados como membros do Corpo de Cristo Jesus.
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