3ª Estação – Etã – Parte 03

sexta-feira, 2 de outubro de 2009


 

As 42 Jornadas no Deserto

3ª Estação – Etã – Parte 03
Texto: Ex 13.20-22 

Por Luiz Fontes


No estudo anterior vimos que em Etã o Senhor congregou a nação de Israel debaixo da Sua presença:

“O SENHOR ia adiante deles, durante o dia, numa coluna de nuvem, para guiá-los pelo caminho; durante a noite, numa coluna de fogo, para alumiá-los, a fim de que caminhassem de dia e de noite” – Ex 13.21.

Em 1 Co 10.2, Paulo diz que: “tendo sido todos batizados, assim na nuvem como no mar, com respeito a Moisés”.

Essa nuvem nos revela Cristo e nos ensina que precisamos ter uma visão celeste. Tem algo a ver com o que Paulo disse em At 26.19:

Pelo que, ó rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial”.

Nós temos recebido essa visão espiritual? Já tivemos essa visão celestial? Nós temos visto o Senhor Jesus como Deus O vê? Ter essa visão é essencial para a nossa caminhada cristã, para que possamos ser conduzidos na direção da vontade soberana de Deus. Aquela nuvem guiou o povo pelo deserto, segundo a vontade do Senhor. Deus não levou aquele povo pelo caminho dos Filisteus, que poderiam percorrer em trinta dias ou por Cades-Barnéia que percorreriam em dois anos e onze dias. O Senhor os guiou por um caminho mais longo, onde eles caminharam por quarenta anos. Será que há algo dentro de nós que nos dá uma direção espiritual sobre a vontade de Deus? Porque quando nós estudamos acerca da visão espiritual, nós vemos que a visão espiritual é a nossa força espiritual. Há algo dentro de nós que nos dá a esperança, nos dá perseverança, que nos une. E isto é a visão espiritual.
Sem a visão espiritual, como poderemos prosseguir nessa jornada, nessa peregrinação? Não temos mais tempo a perder. O Senhor está voltando em breve e, portanto, temos que estar preparados. Todavia, para estarmos preparados é preciso, pela graça de Deus, receber a visão celeste. Não temos que ter visões, mas sim, esta visão (no singular). Isto foi registrado na Bíblia para servir de advertência a toda a Igreja, e principalmente a nós que vivemos os últimos dias, para que Deus possa nos mostrar esta visão, assim como Ele mostrou aos patriarcas, profetas, apóstolos e à Igreja Primitiva.
Agora, quero compartilhar sobre a visão que Pedro, Paulo e João tiveram. Porque estes três apóstolos viram, na essência, algo muito especial e particular. O que eles viram descreve a nossa fé; o fundamento no qual nós estamos sendo edificados. Precisamos compreender a visão espiritual no caráter do ministério desses apóstolos. A visão espiritual na vida deles, forma palavras profundas e sólidas que nos edificam; as verdades centrais para a nossa edificação.
Se, pela misericórdia de Deus, conseguirmos ver o que os apóstolos viram, seremos tomados e governados por esta visão celestial. O que os três viram, forma um único fundamento. Sendo que a visão de João consuma aquilo que Pedro e Paulo enxergaram. Pedro era um pescador, e como tal, ele lançava as redes e pegava peixes. Em outras palavras, ele foi usado por Deus para trazer as pessoas para a vida da Igreja. Ele preparou os materiais para a edificação da casa de Deus. Sendo assim, aquilo que Deus mostrou a Pedro relaciona-se, principalmente, com a fundação. Paulo fabricava tendas. Ele pegou o material que Pedro utilizou e transformou em uma tenda. Lembremos da visão que Pedro teve em Jôpe: “... viu o céu aberto e descendo um objeto como se fosse um grande lençol...” – At 10.11. É muito interessante observarmos que aquele lençol nas mãos de Paulo se transformou numa tenda. Este era o ministério de Paulo. A visão que lhe foi dada está relacionada com a edificação da Casa de Deus. Quando João foi chamado, estava remendando as redes, ou seja, a pescaria já havia terminado. João estava agora fazendo um trabalho de restauração. Portanto, este foi o ministério de João: de trazer tudo de volta ao propósito original. Através da visão destes três apóstolos, nós teremos o delineamento daquela visão celeste. Mesmo vendo por ângulos diferentes, na realidade, o que eles viram é a mesma coisa. Cada um tinha a sua ênfase, cada um tinha um detalhe específico, mas quando reunidos, consegue-se enxergar o quadro completo da visão celestial.

Vamos ler alguns textos em Mateus 16, a partir do versículo 13:

“Indo Jesus para os lados de Cesaréia de Filipe, perguntou a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem? E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas. Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” - Mt 16.13-16.

Vamos ler também Atos 10. 9-20:

“Subiu Pedro ao eirado, por volta da hora sexta, a fim de orar. Estando com fome quis comer; mas, enquanto lhe preparavam a comida, sobreveio-lhe um êxtase; então, viu o céu aberto e descendo um objeto como se fosse um grande lençol, o qual era baixado à terra pelas quatro pontas, contendo toda sorte de quadrúpedes, répteis da terra e aves do céu. E ouviu-se uma voz que se dirigia a ele: Levanta-te, Pedro! Mata e come. Mas Pedro replicou: De modo nenhum, Senhor! Porque jamais comi coisa alguma comum e imunda. Segunda vez, a voz lhe falou: Ao que Deus purificou não consideres comum. Sucedeu isto por três vezes, e, logo, aquele objeto foi recolhido ao céu. Enquanto Pedro estava perplexo sobre qual seria o significado da visão, eis que os homens enviados da parte de Cornélio, tendo perguntado pela casa de Simão, pararam junto à porta; e, chamando, indagavam se estava ali hospedado Simão, por sobrenome Pedro. Enquanto meditava Pedro acerca da visão, disse-lhe o Espírito: Estão aí dois homens que te procuram; levanta-te, pois, desce e vai com eles, nada duvidando; porque eu os enviei”.

Em Mateus 16.13, vemos que o Senhor Jesus se retirou para a fronteira de Cesárea de Filipe, que era na cidade de Tiro. Naquela época o Senhor já tinha começado a ser rejeitado pelo seu próprio povo. No princípio do Seu Ministério Ele era muito bem recebido, mas gradualmente esse povo foi descobrindo que Jesus não era quem eles esperavam. Então eles O rejeitaram. E enquanto estava naquela região, Ele fez uma pergunta: “... Quem diz o povo ser o Filho do Homem?” – Mt 16.13. E os discípulos então começaram a falar com Ele aquilo que eles haviam ouvido: “... Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas” – Mt 16.14. Havia muita confusão a respeito da Pessoa do Senhor Jesus. Então, o Senhor pergunta aos próprios discípulos: “Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou?” – Mt 16.15. E, como sempre, Pedro se antecipa: “Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” – Mt 16.16. Imediatamente o Senhor Jesus respondeu: ... Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus” – Mt 16.17. Esta talvez não tenha sido a primeira vez que Pedro recebeu aquela revelação, mas esse é o primeiro registro de sua confissão pública. Estudando a história de Simão Pedro, observamos que a revelação veio de forma gradual.

Vamos ler o texto a seguir:

“No dia seguinte João estava outra vez ali, na companhia de dois dos seus discípulos. E, vendo passar a Jesus, disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus. E os dois discípulos ouviram-no dizer isso e seguiram a Jesus. E Jesus, voltando-se e vendo que eles o seguiam, disse-lhes: Que buscais? E eles disseram: Rabi (que, traduzido, quer dizer Mestre), onde moras? Ele lhes disse: Vinde e vede. Foram, e viram onde morava, e ficaram com ele aquele dia; e era já quase a hora décima. Era André, irmão de Simão Pedro, um dos dois que ouviram aquilo de João e o haviam seguido” – Jo 1.35-40.

Então, André foi procurar Pedro:

“Este achou primeiro a seu irmão Simão e disse-lhe: Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo). E levou-o a Jesus...” – Jo 1.41,42.

Nesse momento o Senhor Jesus olhou para Pedro com um olhar diferente. Um olhar profundo, um olhar que penetrou para dentro da vida de Pedro, um olhar perscrutador, de cima para baixo. Na realidade, o Senhor Jesus estava conquistando Pedro por aquele olhar. Portanto, quando Simão chegou à presença do Senhor, Ele olhou para dentro dele e disse: “... Tu és Simão, filho de Jonas; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro)” – Jo 1.42. É claro que Ele sabia quem ele era, mas agora você vai ser chamado de Pedro, que significa uma pedra.
Isso é muito incomum, pois se conhecêssemos o Simão veríamos que ele sempre foi uma pessoa sanguínea, ele dominava todas as conversas. Era uma pessoa muito falante.  Pedro era muito falante e sempre tinha alguma coisa para falar, mesmo que não soubesse o que estava falando. Esse era o temperamento de Pedro. Mas, estranhamente, neste primeiro encontro com o Senhor Jesus, ele não falou nenhuma palavra. Ele estava completamente mudo. Isto não era algo comum na vida de Pedro. No entanto, quando o Senhor olhou para ele, olhou para dentro dele e todo o seu ser foi exposto diante dos olhos do Senhor naquele instante. Assim, o Senhor disse: “Originalmente você era Simão, mas a partir de agora vai se chamar Pedro”. Ou em outras palavras, o Senhor estava dizendo para ele: "Vou te transformar de Simão para Pedro". De pó para Pedra, porque Pedro significa uma pequena pedra. Vocês sabem que todos nós somos pó. Mas quando a graça de Deus vem até nós, Ele nos transforma em pedras, em pedras sólidas. O Senhor coloca em nós um caráter que não tínhamos. Ele veio nas pessoas com seu poder e graça. Essas pessoas agora são transformadas em cristãos, porque a vida de Cristo agora os tornou em pequenos cristos. A vida de Cristo foi infundida nestas pessoas, e elas são salvas pela obra da Cruz, pelo seu Sangue, pela obra transformadora. Este foi o primeiro encontro de Pedro com o Senhor Jesus. Ele realmente creu que Jesus era o Messias. Porque, quem poderia conhecer a vida de Pedro tão profundamente?
No início do Seu Ministério, o Senhor Jesus estava caminhando na margem do mar da Galiléia e viu Pedro e seu irmão que estavam lançando as redes:

“Caminhando junto ao mar da Galiléia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, que lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores. E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Então, eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram” – Mt 4.18-20.

Este é um assunto muito rico, por isso quero continuar no próximo estudo tratando do mesmo assunto, a fim de que possamos compreender melhor a visão celestial na vida de Pedro. Precisamos entender o mover da nuvem em Etã; saber que estamos reunidos numa só visão, numa só direção, num só mover.
Que Deus de uma forma especial e maravilhosa fale ao seu coração.



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“Todo-Poderoso , aquele que era , que é, e que há de vir.”
“Ora, vem, Senhor Jesus!”

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