3ª Estação - Etã - Parte 07

sexta-feira, 2 de outubro de 2009


 
 
As 42 Jornadas no Deserto

3ª Estação - Etã - Parte 07
Texto: Ex 13.20-22 

Por Luiz Fontes

Apesar de sua resistência, Pedro foi um privilegiado, pois o Senhor Se revelou a ele. Deus deu a ele a visão do Seu Filho como o Cristo e também como a Rocha sobre a qual a Igreja seria edificada. Portanto, ele recebeu a revelação do Caminho de Cristo e da Igreja que é incondicionalmente o Caminho da Cruz. E através deste caminho, ele teve a visão do Reinado de Cristo, da glória e do sofrimento que há de vir.
Compartilharemos um poço mais sobre a experiência de Pedro em Jôpe, que tipifica a Igreja em seu estado inicial:

“Estando com fome, quis comer; mas, enquanto lhe preparavam a comida, sobreveio-lhe um êxtase; então, viu o céu aberto...” – At 10.10,11.

Em primeiro lugar precisamos ver que o céu se abriu. Esta é uma revelação de que o conceito da Igreja não é um humano, não é um produto da história. A Igreja seleciona a sua própria imagem. O conceito da Igreja é divino. Nenhum homem tem condições de conceber algo para a Igreja. Deus concebeu o conceito de Sua Igreja antes da fundação do mundo. As pessoas dizem que a história muda. Portanto a Igreja muda. Isto não é verdade. A Igreja é celestial em sua própria essência, em sua origem. Ela veio do céu. Esse é o seu estágio inicial. Como se fosse um grande lençol branco, ela está suspensa pelos quatro cantos. Será que conseguimos entender isto? É como se fosse uma tenda invertida. Não é um lençol que está plano, é uma tenda de cabeça para baixo. É como o nosso Senhor Jesus: “... o Verbo (que) se fez carne e habitou (tabernaculou) entre nós, cheio de graça e de verdade...” – Jo 1.14. Conseguimos entender o que é a Igreja? A Igreja é algo celestial. É o Tabernáculo celeste aqui na Terra. A Igreja é celestial na sua origem, mas ela tem o seu Tabernáculo aqui na Terra. Então, observamos aqueles quadrúpedes. O que isto nos fala? Para entendermos, primeiro precisamos ver quem são os membros que compõem a Igreja.
No tocante ao mundo, não tem muitos sábios, não tem muitos nobres, não há poderosos. Porque nós somos como os quadrúpedes, somos como aquelas coisas rastejantes, somos como aqueles pássaros impuros. Mas graças a Deus, porque Ele nos purificou. Por favor, não devemos nos considerar imundos, porque somos muito singulares; somos santos. E é por isso que todos nós fomos chamados. Mesmo como pecadores, Ele nos chamou para Sua santidade na salvação. Portanto nós somos santos, e não precisamos fazer nada para que isso aconteça. Somos santos porque Deus já nos santificou. Não somos comuns. Somos muito especiais para Deus. Somos um povo peculiar, um povo extraordinário. Nós entendemos isso? O Senhor Jesus realizou tudo isso lá na cruz.
Na Igreja não há lugar para posição, não há lugar para aqueles que querem aparecer. A Igreja é um lugar para pessoas como eu e você. Somos como esses animais que Pedro viu e disse para si mesmo que não podia comer aqueles animais. A Igreja é composta destas pessoas. Cada um de nós tem uma história cheia de fracassos, tristezas e pecados. Mas um dia, lá na cruz, nós fomos perdoados, fomos unidos com Cristo na Sua morte, como também na Sua ressurreição e ascensão. É isto que significa a Igreja!
Nós sabemos o que éramos. Mas graças a Deus, nós também sabemos o que somos agora. Não havia nada em que nós devêssemos regozijar ou gloriar; jactanciar. Todo nosso regozijo vem de Deus. Porque tudo vem da graça. Veja o que o Senhor disse: “... Mata e come”. O que significa isto? O que é comer de acordo com a Palavra de Deus? Comer é ter comunhão. Quando nós partimos o pão juntos, não estamos em comunhão com o corpo de Cristo? Sim! Não estamos em comunhão com o sangue do Senhor? Sim! Por isso nós fomos feitos um só pão e um só corpo. Esta é a Doutrina do capitulo 10 de I Coríntios, onde nós somos o pão partido. Mas, quando estudamos o capítulo 11 de I Co, nós temos Cristo, “O Pão partido”. Por um lado nós somos um só pão. Isso é comunhão! É isso que a Bíblia nos fala! Por isso, ao participarmos da mesa, estamos em comunhão com o Senhor e uns com os outros.
Então, quando Deus disse: “... Mata e come”, Ele estava dizendo a Pedro: “Tenha comunhão com os gentios”. Porque Pedro, como judeu, considerava os gentios impuros. Agora o Senhor está levando Pedro para uma posição muito elevada no caminhar da Cruz. Não em termos de posição em si mesmo, mas uma posição em Deus. O Senhor está dizendo: “Vai até a casa deles; coma com eles e os receba como seus irmãos e irmãs; tenha comunhão com eles e os receba como eu os recebi”. Este é o mandamento. É uma ordem do Senhor. Neste contexto, precisamos ver algo muito especial: Nós não devemos recusar comunhão com nenhum daqueles que foram purificados pelo sangue do Senhor. Não considere aquele que foi purificado pelo sangue do Senhor como alguém comum. Eles são especiais para o Senhor, e tem que ser especiais para nós. Precisamos ter comunhão. Mas infelizmente a tradição é tão forte na nossa vida como foi na de Pedro. Rejeitamos aqueles os quais o Senhor ama, os quais o Senhor acolhe. Às vezes preferimos conservar as nossas tradições a ouvir a voz do Senhor. Pedro era assim. Três vezes ele se recusou a fazer aquilo que Deus havia mandado. Mas quando o Senhor falou com ele: “... vai com eles, não duvidando (vá e não pergunte nada)...”; ele obedeceu. E nós observamos que quando ele estava pregando na casa de Cornélio, o Espírito Santo desceu e os gentios também foram batizados no mesmo Espírito, no mesmo Corpo. Quando Pedro viu isso, perguntou:

“Porventura, pode alguém recusar a água, para que não sejam batizados estes que, assim como nós, receberam o Espírito Santo?” – At 10.47.

E os gentios foram batizados em nome do Senhor. Como precisamos ser libertados das tradições humanas! Em Cristo Jesus nós somos um. Nós precisamos receber os nossos outros irmãos. E isto é a vida da Igreja: recebendo uns aos outros, como Cristo também nos recebeu. Estas são as visões que Pedro teve que constitui todo corpo da visão celeste. O Senhor deu a Pedro estas visões por causa de nós; para a nossa admoestação; para que, pela Palavra de Deus, nós também possamos tê-las. Que o Senhor tenha misericórdia de nós. Se não temos visto aquilo que Pedro viu, precisamos que o Senhor abra os olhos do nosso interior, para que possamos ver Cristo, a Igreja, o Reino e o que é Comunhão de acordo com a Sua Palavra. Que o Senhor nos abençoe. Que o Senhor nos ajude a sermos livres de todo tipo de tradição que ainda esteja impregnada no nosso coração, impedindo que possamos prosseguir na vida cristã. Quantos de nós estamos enclausurados por tradições humanas, por ensinos de homens? Quantos de nós vivemos uma vida cristã e não sabemos o que significa ter uma visão celeste dos assuntos espirituais?
Etã ainda representa o início das jornadas do povo de Israel. Portanto, eles precisavam ter uma direção. Eles precisavam de algo que os guiasse, que iluminasse os seus caminhos. Eles não poderiam andar a deriva. Por isso o Senhor enviou aquela nuvem e aquela coluna. E agora eles podiam caminhar. Assim também somos nós.
A nossa vida cristã não é uma vida vivida de qualquer maneira. Nós temos um foco. Nós temos uma visão celeste. O primeiro item, o primeiro fundamento desta visão é a pessoa de Cristo. Precisamos ver quem é Cristo. Precisamos saber que Ele é o Filho do Deus Vivo. Quando nós dizemos que Cristo é o Filho do Deus vivo, a expressão “Filho” significa “Deus sendo dado a nós”. O Filho significa Deus sendo dado. Mas não apenas isto. Significa também que se vemos quem é Jesus, logo a Igreja aparece. E se temos uma visão da Igreja, naturalmente precisamos saber que esta visão da Igreja vai nos levar a ter também a visão da Cruz. E a Visão da Cruz irá nos levar a ter a Visão do Reino. E tudo isso vai gerar o que em nós? Comunhão! Vai gerar maturidade, amadurecimento espiritual. Não iremos viver e nem andar como crianças.
Só o Senhor para ganhar o nosso coração. Levar-nos a compreender estas profundidades espirituais, por que é disso que nós temos necessidade. Não podemos viver uma vida cristã alheia à vontade de Deus, aos caminhos de Deus, à direção de Deus, ao Propósito de Deus. Quantos têm vivido assim? Quantos de nós temos vivido uma vida cristã toda embaraçada pelo engano, por mentiras, por ensinos que não corroboram com o propósito de Deus, por ensinos que não estão de acordo com o caráter de Deus. Precisamos ser ajudados! Precisamos ser introduzidos nesta visão celeste, nesta poderosa visão espiritual. Precisamos saber quem é Deus.
Que sejamos ajudados e ganhos pelo Senhor. Edificados como Igreja para a glória de Deus. Que Ele prossiga nos abençoando.
A partir de agora iremos estudar sobre as visões de Paulo. Compreender a visão celeste na experiência das visões que Paulo teve.
Que o Espírito Santo possa nos guiar à Sua Palavra para a glória de Deus.



É permitido baixar, copiar, imprimir e distribuir este arquivo, desde que se explicite a autoria do mesmo e preserve o seu conteúdo.

“Todo-Poderoso , aquele que era , que é, e que há de vir.”
“Ora, vem, Senhor Jesus!”

Nenhum comentário: