3ª Estação - Etã - Parte 12

sexta-feira, 2 de outubro de 2009


 

As 42 Jornadas no Deserto

3ª Estação - Etã - Parte 12
Texto: Ex 13.20-22 

Por Luiz Fontes

A história da peregrinação do povo de Israel no deserto, baseada em Números 33, trata da aplicação espiritual neotestamentária acerca da Igreja do Senhor Jesus Cristo, da história tipológica dessas jornadas, desde o Egito até a terra prometida, passando pela península do Sinai, Edon e Moabe. Através do ensino do Novo Testamento, observamos que essa peregrinação é um exemplo para a nossa jornada espiritual; nossa viagem espiritual do Calvário até a Nova Jerusalém. É isto que Deus está nos falando neste tempo.
Nesta série de estudos das Jornadas, vemos que depois que eles passaram pelo Egito, o Senhor os tirou de lá. A Bíblia diz que o Senhor os tirou de Ramessés, e eles foram para Sucote, e com a ajuda de Deus chegaram até Etã, que é a terceira destas etapas.

E partiram de Sucote e acamparam-se em Etã, que está no fim do deserto” – Nm 33.6.

Nesse texto podemos notar algo espiritual, porque foi justamente em Sucote que eles experimentaram o mover da Nuvem.
         Em Êxodo capítulo 13 versículos 20 a 22, diz:

“Tendo, pois, partido de Sucote, acamparam-se em Etã, à entrada do deserto. O SENHOR ia adiante deles, durante o dia, numa coluna de nuvem, para guiá-los pelo caminho; durante a noite, numa coluna de fogo, para alumiá-los, a fim de que caminhassem de dia e de noite. Nunca se apartou do povo a coluna de nuvem durante o dia, nem a coluna de fogo durante a noite”.

Era aquela Coluna que os guiava, que os mantinha em união, numa unidade aonde eles não podiam andar pelos seus próprios caminhos, porque senão eles sairiam do mover da Nuvem. Esta é a grande lição acerca de Visão Espiritual. Temos estudado e considerado sobre esse assunto, baseado na experiência de Pedro, naquela Visão que ele teve da Pessoa de Cristo, da Igreja, da Cruz e do Reino. Esses quatro assuntos são as sementes das doutrinas cristãs, as quais os escritores neotestamentários escreveram, proclamaram e falaram.
Nesse momento estamos estudando este assunto de Visão espiritual na experiência de Paulo. Já vimos que no caminho para Damasco ele teve uma Visão do Corpo de Cristo, mas, sobretudo, a primeira Visão que ele teve foi sobre o Cabeça, Cristo. Na cidade de Damasco ele se submeteu ao senhorio de Cristo e entrou na realidade da vida do Corpo de Cristo. Ele começou a praticar a vida do Corpo. Porque Paulo era senhor de si mesmo; ele governava a sua própria vida. Mas agora, na realidade da vida do Corpo de Cristo, ele conheceu um irmão chamado Ananias, que foi um instrumento de Deus para que ele pudesse ter novamente sua visão recuperada. Deus deseja que vejamos a realidade do Corpo de Cristo e compreendamos o quanto necessitamos uns dos outros.
Descobrimos que aquilo que Paulo viu na estrada, foi colocado em prática na cidade de Damasco; ele obedeceu ao Senhor Jesus, ao Cabeça. E foi por causa disso que seus olhos foram abertos e ele foi cheio do Espírito Santo. Portanto, esta é a Visão de Paulo. Ali ele pôde ver no caminho de Damasco, que Cristo é o Cabeça e que a Igreja é o Corpo de Cristo. Esta é a razão pela qual isto está registrado três vezes no livro de Atos. Que o Senhor possa abrir os nossos olhos para que possamos também, ver aquilo que Deus permitiu que Paulo visse. Que isso seja um testemunho na nossa própria vida; o mesmo testemunho, que ele deu ao rei Agripa quando disse:

“Não fui desobediente a Visão Celestial” – At 26.19.

Uma vez que aquela Visão Celestial lhe foi dada, Paulo não foi desobediente mais a ela. Paulo utiliza aquela negativa dupla com o seguinte propósito: de mostrar que aquela Visão era o fundamento da sua própria vida. Porque, ver a Visão é uma coisa e obedecer é outra. Pela graça de Deus, podemos ver a Visão, mas se apenas vemos e não obedecemos, seremos apenas visionários, sonhadores; falaremos a respeito de algo que não é real em nossa experiência de vida. Esta Visão precisa ser nossa vida. Quando vemos a Visão Gloriosa do Corpo de Cristo, de Cristo como o Cabeça, o Homem Universal de 1 Co 12, vemos o Cristo todo inclusivo, o Cabeça que está no céu e o Corpo que está na Terra. E isso é algo glorioso. Quão gloriosa é esta Visão e nós temos que vê-la. Isto nos leva aos mais altos céus. Mas, se não compreendemos, não praticamos, não obedecemos, essa visão vai se perdendo em nossa experiência, e nos tornaremos apenas sonhadores. O Senhor mostrou isso a Paulo. Para que essa visão se torne real em nossa vida devemos obedecê-la, porque na Visão está o chamamento celestial; com uma Visão há o chamamento. A Visão não é algo apenas para se ver, é preciso adentrá-la. Seremos atraídos por causa desta Visão que irá se tornar a vocação em nossa vida. Nós e a Visão nos tornaremos um e para que isso possa acontecer, há um custo muito alto. Estudemos a vida de Paulo e veremos que ele pagou um alto custo para que a Visão se tornasse real na sua vida. Será que é isto que nós, hoje, como membros do Corpo de Cristo, estamos buscando? Será que é esta experiência que desejamos ter com o Senhor? Nós temos que ser obedientes a esta Visão Celeste. Então, quando você e eu reconhecermos isto, que há um preço a pagar, que nós temos que obedecê-la, com certeza esta Visão se tornará a nossa vocação.
O encargo que tenho tido da parte do Senhor para compartilhar com vocês acerca deste assunto está em Ex 13.21,22. Tenho certeza que é isto que o Senhor quer nos mostrar. Não somos um povo que vive à deriva, nós temos uma Visão Celeste. A razão pela qual sentimos que a Visão Celeste é tão importante é porque sem ela, estaremos sem quaisquer restrições, seremos um povo dissipado e ainda assim estaremos perecendo espiritualmente, estaremos todos espalhados. A Visão Celeste nos dá direção, nos dá força espiritual, nos faz perseverar, nos disciplina, nos une em um só povo. Nós nos sentimos com um encargo muito forte diante da Visão Celeste e é por isso que nós não podemos viver a vida cristã sem esta Visão. E não é somente uma questão de vê-la, mas também de obedecê-la; e esta é a declaração de Paulo diante do rei Agripa no versículo 19 de Atos 26: “Não fui desobediente a Visão Celestial”. Esta Visão se tornou a vida de Paulo, pois passou a o controlar; ela explica seu ministério. E por causa da obediência dele para com ela, nós descobrimos que antes do seu martírio, Paulo pôde declarar:

Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda” – 2Tm 4.7.

Precisamos crer que a Visão Espiritual que foi dada a Paulo, a Pedro, aos Patriarcas, aos Profetas, aos Reis, também é dada a nós. Necessitamos desta Visão, de outra forma não teremos condições de chegar até ao final. Estamos vivendo nos dias do fim e as coisas vão se tornando cada vez mais difíceis, como disse Paulo a Timóteo:

 “Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis (trabalhosos)” – 2Tm 3.1.

Como poderemos, então, perseverar? Como poderemos alcançar a coroa? Como poderemos contemplar o Senhor Jesus com gozo em nossos corações? Tudo depende da questão da Visão Celestial. Eu sei que o Senhor está falando isso à sua vida, mostrando o quanto este assunto é vital na sua experiência cristã. Pela graça de Deus, o Senhor está falando aos nossos corações, esta Palavra. O Senhor está ministrando a nós a importância de tudo isso. É o mistério de Deus, é o segredo de Deus, que foi escondido através das eras e das gerações e agora, no entanto, o Senhor revelou este segredo a nós. E este segredo nos é dado através de uma Visão Celeste no nosso espírito. É algo tremendo! Algo que nós podemos ver na vida de Pedro, de Paulo e de João. Observamos que cada um deles teve uma parte dessa Visão. E é isto que o Senhor está compartilhando conosco. Quando reunimos todas as partes dadas a estes três Apóstolos, podemos compreender algo muito maravilhoso: veremos que há um quadro completo desta Visão Celeste. É sobre isso que o Senhor está nos dando o privilégio, neste dias, de ter comunhão.
Para Pedro, Jesus não era apenas um profeta, Ele era mais que um profeta, porque ele viu que Jesus era “o Cristo, o Filho do Deus Vivo”. Isto não foi algo que lhe foi revelado por meio da carne. A carne só consegue ver a aparência externa, mas é o Espírito de Deus que nos mostra o que está no interior. E pela revelação do Pai Celeste, Pedro foi capaz de ver Jesus como o Cristo, e esta Visão o transformou de pó para pedra. Assim também você vê na própria experiência de Paulo. Paulo viu que o Senhor Jesus e a Igreja são um; viu que Ele é o Cabeça, e que a Igreja é o Seu Corpo. Esta foi a Visão que governou toda a vida de Paulo. Porque Paulo não perseguia a Jesus, ele perseguia a Igreja; e ele viu que quem toca na Igreja toca em Jesus. É isto que o Senhor está nos mostrando. Assim também, estamos na nossa peregrinação espiritual. Temos que ter uma clara concepção acerca destas verdades. Precisamos ter visão celeste do Propósito Eterno de Deus, do plano eterno de Deus, da sublimidade da revelação da doutrina acerca de Cristo, da Igreja, do Reino e da Cruz. Porque tudo isso constitui o quadro completo da Visão Celeste. E é isso que nos guia, como aquela nuvem, que guiava o povo pelo deserto. Assim também o Senhor está nos guiando.
Estes são os fundamentos da Visão Celeste. O Senhor está nos guiando para a glória eterna, está nos conduzindo para a satisfação e glória do Seu propósito. Eu e você temos que estar certos disso, senão, seremos um povo a deriva, não haverá nenhuma restrição para nós, poderemos viver da nossa própria maneira como bem entendermos. É porque não temos tido Visão Celeste que a cada dia aparecem coisas absurdas concernentes ao caráter da Igreja, ao ministério cristão, à nossa vocação celeste. Por isso que há tanta confusão, é porque nós temos vivido como um povo que não tem restrição, porque não conseguimos entender o que é Visão Celeste.
Voltemos para a Palavra de Deus! Que o Espírito Santo possa nos levar de volta a Palavra para podermos compreender a importância de tudo isso, para entendermos o que é que o Senhor requer de nós.
Que o Senhor, de uma forma gloriosa, venha tocar profundamente no nosso coração por meio de Sua Palavra e nos levar a entender a importância, a seriedade deste assunto na sua experiência cristã. Que Deus nos abençoe!


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“Todo-Poderoso , aquele que era , que é, e que há de vir.”
“Ora, vem, Senhor Jesus!”

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