3ª Estação - Etã - Parte 13

sexta-feira, 2 de outubro de 2009


 

As 42 Jornadas no Deserto

3ª Estação - Etã - Parte 13
Texto: Jo 1.29-39 

Por Luiz Fontes


Quando estudamos sobre a vida do Apóstolo João, descobrimos que ele foi um dos primeiros a ver o Senhor, e também o último dos doze Apóstolos a morrer. João teve um tempo muito longo com o Senhor.
Outra característica que vamos notar na vida do Apóstolo João era a sua intimidade com o Senhor Jesus. João tinha tanta intimidade, a ponto de se deitar no peito do Senhor Jesus. João era muito novo quando conheceu o Senhor Jesus, era o mais jovem de todos os discípulos. Por isso, tinha um tratamento muito especial da parte do Senhor, porque ele era um rapaz, enquanto os demais eram bem mais velhos do que ele. João teve uma vida muito íntima com o Senhor, com relação ao afeto, à amizade, ao carinho, ao Seu amor. João pôde experimentar algo tão rico com relação à vida do Senhor! É o que podemos ver quando lemos o seu Evangelho.
Quando estudamos os Evangelhos sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas), observamos que Mateus escreveu aquilo que viu; Marcos, o que ouviu de Pedro; Lucas, o que pesquisou, mas João escreveu aquilo que experimentou. Vemos que o Evangelho de João é diferente dos demais Evangelhos. Porque o que está nesse Evangelho não é apenas a história, mas aquilo que está por detrás da história. Ele nos mostra as profundezas das coisas espirituais, não somente as coisas exteriores. Ele nos mostra que o Senhor Jesus é o Princípio; mostra-nos o Senhor Jesus como o Verbo de Deus. É isto que nós precisamos fazer: penetrar nos escritos de João e ver a Visão de Cristo, revelada através dele, para que possamos entender a Visão Espiritual na sua experiência.
Quando João Batista viu o Senhor Jesus vindo em sua direção para ser batizado, declarou:

Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo– Jo 1.29.

E, por meio de uma revelação que veio do alto, João Batista viu o Senhor não apenas como uma pessoa, mas viu nEle, a Obra que ele realizaria - viu que Jesus era o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Esta é uma revelação tremenda! Desde a fundação do mundo, o Filho de Deus é o Cordeiro imolado. Este é o Evangelho em essência. Jesus é o Cordeiro de Deus que veio tirar o pecado do mundo. E João, sendo um dos discípulos de João Batista, ouviu aquela declaração e creu. Em primeiro lugar, ele creu na Visão que João Batista viu de que Jesus era o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, viu a Obra do Senhor Jesus Cristo através do Seu Sangue para perdoar nossos pecados. Precisamos ser gratos a Deus por isso. Eu creio que todos nós temos visto esta Visão desde que cremos no Senhor. Nós cremos que Jesus é o Cordeiro de Deus; que Ele era o Cordeiro que foi imolado antes da fundação do mundo. E agora foi manifesto e imolado na cruz do Calvário. E pelo Seu Sangue nossos pecados foram perdoados. Somos gratos a Deus por isso.
Então, no dia seguinte, João Batista estava com dois de seus discípulos, quando viu Jesus passar novamente e mais uma vez ele exclamou:

“... Eis o cordeiro de Deus!” – Jo 1.36.

Na verdade, ele está dizendo para os discípulos: “Contemplai o Cordeiro de Deus!”. Quando João e André ouviram isto, imediatamente se levantaram e foram após o Senhor Jesus. Todavia, o nosso Senhor se voltou e perguntou: "O que quereis vós?". E os dois discípulos disseram: "Onde moras?". E o Senhor Jesus Cristo disse: "Vinde e vede". Então eles foram estar com o Senhor. O resto daquele dia e a noite, eles estiveram com Ele (Jo 1.35-39).
Prestemos atenção, porque há uma clara diferença na declaração de João Batista. Na primeira, ele disse: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!”. Em outras palavras, ele está nos mostrando a obra de Cristo. Cristo como o Cordeiro. Ele consumou a obra da redenção na eternidade. Ele é o único capaz de consumar essa obra. Fora Dele não há salvação. Mas na segunda declaração, ele disse: “Eis o Cordeiro de Deus!”. Agora, a ênfase não está na obra de Cristo, mas na Pessoa de Cristo. Ele não apenas viu que a Sua obra é maravilhosa, mas que a Sua Pessoa é maravilhosa e gloriosa.
Notemos algo muito interessante no versículo 38 de Jo 1:

“E Jesus, voltando-se e vendo que eles o seguiam, disse-lhes: Que buscais? E eles disseram: Rabi (que, traduzido, quer dizer Mestre), onde moras?”

 A resposta daqueles dois discípulos não é um tanto estranha? Parece que a pergunta e a resposta não se encaixam, mas na realidade, elas se ajustam muito bem. O Senhor perguntou o que eles queriam e eles responderam perguntando onde Ele morava. Na realidade, João e André estavam dizendo que tudo o que eles queriam era o Senhor; eles queriam estar com o Senhor; conhecê-Lo; é isso que eles queriam! Então o Senhor os chamou para ver onde morava. Então, eles permaneceram com Jesus aquele dia.
Nós não devemos ver apenas a obra do Senhor Jesus, mas também devemos conhecer a Pessoa do Senhor Jesus. Freqüentemente, tudo o que sabemos do Senhor é a respeito de Sua obra, mas não "O" conhecemos como Pessoa.
Quando Paulo escreve aos irmãos em Filipenses, diz assim:

“E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas e as considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo e seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus, pela fé; para conhecê-lo, e a virtude da sua ressurreição, e a comunicação de suas aflições, sendo feito conforme a sua morte” – Fp 3.8-10.

Podemos imaginar isso? Paulo queria conhecê-Lo; não era apenas a questão da Obra Dele, mas a Sua Pessoa. Isto é tão importante para nós como foi tão importante para João! Ele queria conhecê-Lo. João esteve com o Nosso Senhor e se tornou um de seus discípulos. Ele se tornou íntimo do Senhor. O conhecimento que tinha do Senhor era pessoal. O seu conhecimento do Senhor era rico e pleno. Não era uma experiência superficial; era profunda. É por isso que quando lemos o Evangelho de João, descobrimos que o seu conhecimento do Senhor é muito íntimo, descobrimos que ele nunca menciona o seu próprio nome; ele simplesmente menciona “aquele a quem o Senhor amava”.
Será que nós realmente conhecemos a Pessoa do nosso Senhor Jesus? Será que nós O temos experimentado como Pessoa, na nossa vida? Somos caracterizados pelo Seu caráter? Temos sido conformados à Sua imagem no trabalhar da Cruz, da Sua Palavra, que é obra do Espírito? Devemos saber que quanto mais O conhecemos, mais somos transformados, mais nos tornamos semelhantes a Ele. Se vivermos distantes do Senhor, o nosso conhecimento a respeito de Sua Pessoa será raso, e nunca seremos semelhantes ao Senhor. Não teremos uma aparência como a Dele. Se estivermos próximos ao Senhor - se habitamos Nele, e Ele em nós - descobriremos que à medida que O contemplamos e temos comunhão com Ele, gradualmente o Espírito Santo vai realizando a Sua Obra. Ele trabalhar Cristo em nós, nos transformando de glória em glória. Aquilo que somos em nós mesmos irá gradualmente acabar, mas o que é de Cristo será gradativamente aumentado. Iremos receber o caráter de Cristo. Seremos transformados e conformados à Sua imagem. Esta é a vontade de Deus: não apenas ter os nossos pecados perdoados, mas sermos transformados e levados à conformidade da imagem do Seu Filho Amado. É isto que Deus deseja. Eu e você, por nós mesmos, com nosso esforço, pela nossa religiosidade, jamais poderemos chegar lá, a não ser que venhamos habitar Nele, a não ser que venhamos contemplá-Lo, olhando para Ele, desejando-O, desejando viver à maneira que Ele vive. Sabendo que Ele é uma Pessoa e que Ele deseja sempre estar em nós, permanecer em nós. É isso que vai acontecer. Gradualmente nós vamos sendo transformado à semelhança de Cristo. Esse é o desejo do Senhor. Nós precisamos conhecer a Pessoa de Cristo. Quão plena é esta Visão na nossa vida! Como ela é importante!
O Senhor Jesus disse lá em Mateus, capítulo 11, versículo 29:

Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma”.

Nós precisamos tomar sobre nós o jugo Dele, para que tenhamos descanso para a nossa alma. Nós precisamos ser mansos, ser humildes. Humildade é a beleza da Santidade da vida de Cristo em nós. Foi isso que João viu. Foi isso que o transformou. Foi isso que verdadeiramente tornou a Visão na sua vida.
Que Deus possa mostrar isso para nós. Que o Senhor possa verdadeiramente tocar o nosso coração com esta Visão poderosa e gloriosa do Cordeiro. Essa Visão que João viu que se tornou a sua vocação. Essa Visão que o capturou e o levou a viver uma vida profunda em Cristo Jesus. Ele viu; e aquilo que ele viu tomou o controle da sua vida. Que esta visão também venha tomar o controle da nossa vida, e que Deus venha nos abençoar.




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“Todo-Poderoso , aquele que era , que é, e que há de vir.”
“Ora, vem, Senhor Jesus!”

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