4ª Estação – Pi-Hairote– Parte 02

sábado, 3 de outubro de 2009


 

As 42 Jornadas no Deserto

4ª Estação – Pi-Hairote– Parte 02
Texto: Nm 33.7 

Por Luiz Fontes

E partiram de Etã, e voltaram a Pi-Hairote, que está defronte de Baal-Zefom, e acamparam-se diante de Migdol”.

Em Pi-Hairote, Deus leva Israel a estar diante do Mar Vermelho e atrás vinha o exército de Faraó para poder alcançá-los. Em Êxodo 14, versículos 8 e 9, temos uma exposição mais detalhada de toda esta situação:

“Porque o SENHOR endureceu o coração de Faraó, rei do Egito, para que perseguisse os filhos de Israel; porém os filhos de Israel saíram afoitamente. Perseguiram-nos os egípcios, todos os cavalos e carros de Faraó, e os seus cavalarianos, e o seu exército e os alcançaram acampados junto ao mar, perto de Pi-Hairote, defronte de Baal-Zefom”.

Mas a Bíblia diz em Êxodo 14, versículo 4:

“Endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército; e saberão os egípcios que eu sou o SENHOR. Eles assim o fizeram”.

Nós precisamos estar claros quanto à maneira como Deus nos conduz na Sua grande, poderosa e misteriosa vontade.
Os caminhos de Deus são caminhos elevados, caminhos que muitas vezes não compreendemos. A Bíblia diz que o povo de Israel se acampou em Pi-Hairote, entre Migdol e o Mar Vermelho, junto a Baal-Zefom, deus daquela região, de onde vem a palavra Bel-zebu, de onde também se deriva a palavra Dagon, deus dos filisteus.
Deus coloca o Seu povo diante de uma situação que, humanamente falando, parecia uma loucura. Aquele povo estava perante o Mar Vermelho, numa região tomada por demônios. Espiritualmente falando, é isso que podemos ver. Havia colinas de um lado e do outro, e atrás vinha o exército de Faraó. Aqui nós vemos que em todas estas situações era propósito de Deus se revelar aos filhos de Israel.
Sabemos que estas quatro estações: Ramessés, Sucote, Etã e Pi-Hairote, revelam para nós as experiências do início das jornadas cristã. E aqui Deus conduz o seu povo. Porque Deus quer que este povo conheça a verdadeira mão poderosa que os tirou do Egito, que revela o poder do mundo. E a mão poderosa que nos livra de Faraó, que tipifica Satanás.
A Bíblia diz que quando o povo teve consciência de tudo isso eles começaram a murmurar.
Veja em Êxodo capítulo 14, versículo 11 aos 13:

“Disseram a Moisés: Será, por não haver sepulcros no Egito, que nos tiraste de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos trataste assim, fazendo-nos sair do Egito? Não é isso o que te dissemos no Egito: deixa-nos, para que sirvamos os egípcios? Pois melhor nos fora servir aos egípcios do que morrermos no deserto. Moisés, porém, respondeu ao povo: Não temais; aquietai-vos e vede o livramento do SENHOR que, hoje, vos fará; porque os egípcios, que hoje vedes, nunca mais os tornarão a ver. O SENHOR pelejará por vós, e vós vos calareis”.

Esse texto nos revela princípios eternos quanto a nossa luta espiritual, somos conduzidos a compreender a maneira como o Senhor se manifesta, se revela a nós. A maneira como o Senhor vem para poder lutar para nós a nossa causa. Porque muitas vezes nós queremos pelejar, lutar na vida cristã com as nossas próprias forças. Queremos lutar batalha espiritual com as nossas próprias forças. Nós não temos condições.  A batalha que lutamos é vencida pelo testemunho de Deus em nós. Essa batalha é realizada no campo espiritual. Não é uma luta contra a carne e o sangue, mas é contra principados e potestades. É por isso que Paulo, em Efésios 6.10, diz que nós temos que nos fortalecer no Senhor, na Sua força, no Seu poder. No versículo 11 do mesmo capítulo 6, Paulo diz para nos revestirmos da armadura de Deus, para que possamos resistir contra as astutas ciladas do diabo. Isso tem que falar alto ao nosso coração.
Veja que Moisés diz ao povo para aquietar-se, para confiar em Deus. Olhe o que ele diz: “... Não temais.... O povo estava tomado de medo, de terror por aquela visão que eles estavam tendo. Porque quando eles olhavam para frente viam o Mar Vermelho, para os lados só existia colinas, e quando olhavam para traz, havia o exército de Faraó. Eles estavam na região de Baal-Zefom, uma região, espiritualmente falando, tomada por inimigos.

Mas não importa! Não importa se nós estamos neste mundo, que jaz no Maligno. Não importa se Satanás é o príncipe deste mundo; não importa se este mundo está enterrado nas obras das trevas, não importa. O que importa é se nós temos uma posição em Cristo. Importa é se nós temos uma posição em Deus. Importa é em quem nós confiamos. Importa é quem está nos conduzindo. Importa é se cremos no Evangelho de Cristo Jesus. Importa é se fomos lavados e remidos pelo Sangue de Cristo Jesus. Importa é se o nosso nome está escrito no livro da vida. Importa é se Deus colocou em nós o Espírito Santo. Importa é que somos filhos de Deus. Importa é que somos membros do Corpo de Cristo. Importa é que fazemos parte da Igreja do Senhor Jesus nessa Terra. Importa é que estamos aqui como Igreja do Senhor Jesus para sustentar o testemunho da Vitória da Cruz. É isso o que importa! Não importa se estamos cercados de lutas e problemas. Importa é se estamos ou não nas palmas das mãos de Deus. É isso que importa! Esses são os pontos preponderantes da nossa vida.
Moisés disse ao povo: “... Não temais..., e mais ainda, disse: “... aquietai-vos.... Nós somos chamados a pelejar uma batalha, mas nós queremos batalhar afrontando o inimigo. Queremos fazer com o inimigo aquilo que o Senhor Jesus já fez a dois mil anos atrás. O nosso chamado nesta guerra é confiar na Vitória da Cruz.
Satanás nos ataca a todo instante, mas o seu grande ataque é chamado por Paulo, em Efésios, de as astutas ciladas”. Esta expressão no grego é metodias que significa “maneira invisível”, “maneira sutil”. Satanás age na nossa ignorância. E aqui Moisés diz para o povo: “... aquietai-vos.... Nós precisamos estar quietos, firmes no Senhor, convictos, considerando aquilo que Cristo fez, considerando aquilo que Cristo está fazendo como nosso Sumo-Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque. Precisamos considerar que o Senhor Jesus está no trono do Pai ministrando Deus a nós, revestindo-nos mais e mais do seu Espírito. Aquietai-vos! Isso é confiança, isto é certeza. Não é viver a vida cristã se batendo e debatendo. Moisés também diz: “... vede...”; isto é Visão Espiritual. Eu e você precisamos ter Visão Espiritual, clareza espiritual. Precisamos olhar para a Vitória da Cruz, como disse Paulo em Cl 2.15:

“e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz”.

Foi o que Cristo fez. Ele realizou esta obra. O versículo 14 de Colossenses 2 diz que Jesus pegou aquele escrito de dívidas que era contra nós e cravou lá na cruz. Ele triunfou sobre todas as obras de satanás, sobre todos os principados e potestades. Ele os expôs publicamente ao desprezo.  Foi isso que Ele fez. Eu e você precisamos estar claros quanto a isso, precisamos ter uma visão clara, precisamos ver isso. Se não compreendermos a Visão da Obra da Cruz, se não pudermos olhar para isso com clareza, com experiência, se isso não toca a nossa vida, então nada mais tocará. Estaremos à mercê, à deriva dos ataques de Satanás.
Deus nos colocou neste mundo, mas Ele não nos deixa à deriva. Ele tem nos guardado com o Sangue de Cristo Jesus, tem nos sustentado com as Suas potentes mãos. A Vitória da Cruz constitui a nossa vitória. Isto, eu e você temos que ver! Esse é o livramento que Moisés disse para o povo de Israel ver. Olhe o que diz no versículo 14, de Êxodo capítulo 14: “O SENHOR pelejará por vós, e vós vos calareis”. O Senhor está pelejando por nós. Ele é o nosso General. Ele é quem vai à frente; não vai atrás. Ele é o Autor e Consumador da nossa fé, O Capitão da nossa Salvação. Ele vai à frente! Ele está conosco! E ainda Moisés disse: “... e vós vos calareis”. Isso é confiança. Isso é dependência, é certeza. Significa que nós temos que considerar a Obra de Cristo na Cruz do Calvário, não somente contra o nosso pecado e pecados, mas contra o próprio Satanás, contra o nosso inimigo. Nós temos que confiar. Temos que ter certeza. Isto significa viver a vida cristã pela fé.
Observem que muitas vezes oramos e não compreendemos o sentido da nossa oração. Veja o que o Senhor diz para Moisés em Ex 14.15:

“Disse o SENHOR a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem”.

Aqui o Senhor está dizendo para eles: “porque vocês clamam a mim”. Às vezes uma pessoa ora, mas nem sempre a oração é fé, porque a nossa oração muitas vezes expressa a nossa incredulidade, a nossa mediocridade, a nossa dúvida. Muitas vezes dizemos ao Senhor: porque permites isso ou àquilo”. Achamos que o Senhor não responde e mesmo assim clamamos. A nossa oração revela muito a nossa falta de intimidade com o Senhor. Nós temos que ter uma vida cristã firmada na Obra da Cruz, no Sacrifício de Cristo. Precisamos viver a vida cristã madura. A nossa oração pode revelar o quanto estamos distantes de Deus. A oração na nossa vida tem que ser o falar de Deus, tem que ser a nossa experiência com Deus, a nossa vida com Deus, isto é oração. A oração tem que caracterizar intimidade com Deus. A oração em nós é algo espiritual, não é algo natural e superficial; deve ser desfrutada em profundidades espirituais.
Muitos cristãos têm vivido a vida cristã na superfície. É por isso que vemos aqui o povo de Israel em desespero, reclamando porque eles estavam naquela situação. Ora, será que eles não podiam olhar para cima. A Bíblia diz que quando eles viram o exército de Faraó, eles se desesperaram e disseram para Moisés:

“... Será, por não haver sepulcros no Egito, que nos tiraste de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos trataste assim, fazendo-nos sair do Egito?”

Porque eles não olharam para cima? Porque que eles não viram que sobre eles estava a Nuvem durante o dia, e Coluna de Fogo à noite? Será que Deus iria envergonhá-los debaixo daquela Coluna ou daquela Nuvem? Não, amados irmãos e irmãs. Porque aquela Nuvem revelava o testemunho de Deus; revelava que Deus os estava guiando. Aquele momento para eles era um momento importante porque eles tinham que considerar não apenas o que Deus estava fazendo, mas o que Deus era para eles. É esta visão que muitos de nós não temos. Nosso relacionamento com Deus é muito interesseiro, muito utilitarista. Nós precisamos ter um relacionamento com Deus onde não devamos buscá-Lo por nada que não seja Ele próprio. Esta clara visão de quem é Deus, essa clara visão do caráter de Deus é que tem faltado a muitos cristãos. Por causa da ausência dessa visão muitos vivem uma vida cristã perturbada, confusa e cheia de obsessão.
Precisamos viver a vida cristã profunda com realidade espiritual, com intimidade espiritual, conhecendo o caráter de Deus, porque esse é o desejo de Deus: “Revelar o Seu caráter para o Seu povo”. Ele não é um Deus desconhecido; é um Deus que Se revela, é “Emanuel”, o “Deus conosco”. Este é o propósito d’Ele: “Se revelar a nós”. Ele levou Israel para aquela situação, para que? Para Se revelar a eles! Por mais que Ele os tivesse colocado ali diante do Mar Vermelho, entre as colinas, encurralados pelo exército de Faraó que vinha contra eles. Por mais que parecesse loucura Deus dizer: “retrocedam”, “não sigam adiante”, aquele estratagema de Deus visava manifestar Sua glória ao Seu povo. E eles não viram isso! Eles não tiveram aquela Visão Espiritual, não puderam entender que aquelas colunas de Fogo e Nuvem mostravam isso, Visão Espiritual.
Como nós somos carentes, extremamente carentes de entender estas verdades na nossa própria experiência, na nossa própria vida, no dia-a-dia. Como nós somos centrados em nós mesmos, como as nossas próprias situações regem nossa vida, não somos guiados pelo Espírito de Deus, pela Palavra de Deus. Nós somos guiados pelos nossos sentimentos. Precisamos ser livres, libertos disso.
Só Deus no Seu Espírito para poder nos ajudar; para poder nos levar às águas profundas e nos revelar o Seu caráter, Sua glória, Sua vontade, Seu poder.
Que Ele prossiga te abençoando com essa Palavra.



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“Todo-Poderoso , aquele que era , que é, e que há de vir.”
“Ora, vem, Senhor Jesus!”

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