sexta-feira, 2 de outubro de 2009
As 42 Jornadas no Deserto
2ª Estação – Sucote - Parte 02
Texto: Nm 33.5
Por Luiz Fontes
No estudo anterior iniciamos mais uma estação da peregrinação de Israel no deserto. Agora nós estamos em Sucote. A Bíblia diz que “... partiram os filhos de Israel de Ramessés para Sucote...”, “... no dia seguinte ao da Páscoa...” – Ex 12.37 e Nm 33.3. Mas também, muitas pessoas os acompanharam sem ter tido a mesma experiência que eles tiveram com o Cordeiro. E foram essas pessoas que depois chegaram a causar problemas. Observem Êxodo capítulo 12, versículos 37 e 38:
“Assim, partiram os filhos de Israel de Ramessés para Sucote, cerca de seiscentos mil a pé, somente de homens, sem contar mulheres e crianças. Subiu também com eles um misto de gente, ovelhas, gado, muitíssimos animais”.
É importante prestarmos atenção porque o texto que acabamos de ler nos revela que andava com eles um misto de gente que não participou da Páscoa. Essas pessoas, espiritualmente falando, não tinham Cristo. Elas simbolizam os religiosos que vivem no nosso meio; aqueles que estão sempre na primeira etapa da vida cristã. Existem muitas pessoas nesta situação. Aqui nós vemos o problema do joio.
Para o povo de Deus, Sucote representa o inicio da sua peregrinação. Significa deixar o mundo para trás e começar a jornada da fé. Todavia, entre os que caminhavam, havia alguns que não participaram do Cordeiro, nem do Sangue. Saíram porque viram os Israelitas saírem debaixo da poderosa mão de Deus. Eles viram o que Deus fez e estavam seguindo por causa dos milagres. Eles viram tudo aquilo e seguiram por causa dos sinais. Quantas pessoas hoje na vida da Igreja vivem assim! A vida cristã deles se resume unicamente ao que Deus faz e nunca a quem Deus é. Não conhecem a Deus. Eles não têm uma experiência genuína com o Senhor Jesus, nem com o Espírito Santo.
Judas nos dá uma explicação muito clara sobre este tipo de pessoa:
“Os tais são murmuradores, são descontentes, andando segundo as suas paixões. A sua boca vive propalando grandes arrogâncias; são aduladores dos outros, por motivos interesseiros” – Jd 1.16.
Pessoas que procuram viver no meio do povo de Deus, mas que não nasceram de novo. Pessoas que quando passam por lutas e provações, começam a murmurar, a criticar, porque eles não têm o Espírito de Deus dentro deles lhes ensinando a Verdade. Judas diz que eles são murmuradores queixosos que andam segundo os seus desejos, que falam com a sua boca coisas inflamadas e ficam tirando proveito dos outros através da adulação.
Veja que o versículo 17 de Judas diz assim:
“Vós, porém, amados, lembrai-vos das palavras anteriormente proferidas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo”.
Judas está precisamente se referindo a Pedro. Confira:
“Esses, todavia, como brutos irracionais, naturalmente feitos para presa e destruição, falando mal daquilo em que são ignorantes, na sua destruição também hão de ser destruídos, recebendo injustiça por salário da injustiça que praticam. Considerando como prazer a sua luxúria carnal em pleno dia, quais nódoas e deformidades, eles se regalam nas suas próprias mistificações, enquanto banqueteiam junto convosco; tendo os olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecado, engodando almas inconstantes, tendo coração exercitado na avareza, filhos malditos” - 2 Pedro 2.12-14.
Então, se lermos o texto de Pedro e não lermos o de Judas, nunca nós iremos entender o que realmente a Palavra de Deus quer dizer. É justamente isto que eles estão tratando aqui. São coisas seriíssimas. Esses causam divisões, são sensuais. Eles não têm o Espírito; essa é a explicação. É isto que nós vemos em Mateus 13, acerca do joio e do trigo. Quando o trigo é novo, isto é, quando acaba de brotar ou de sair, não se diferencia muito do joio. Por isso, se arrancar o joio, pode arrancar também o trigo porque não se nota a diferença. Mas à medida que vão progredindo, caminhando, começa-se a ver o que acontece com aqueles que saíram; se realmente estavam debaixo do Sangue do Cordeiro e se haviam partilhado da Sua carne. A nossa vida começa em Cristo e está em Cristo. Existem pessoas que estarão conosco, mas que não estão debaixo do Sangue. Pessoas que não têm a Cristo, que não tem o Espírito Santo, mas que estão entre os cristãos, sem serem eles mesmos cristãos. Foi isso que aconteceu em Sucote.
Não é suficiente estar entre o povo de Deus. Às vezes podemos pensar que todos os que estão presentes estão recebendo, compreendendo e caminhando com o Senhor, mas nem sempre é assim. Muitos não estão entendendo bem, não estão compreendendo a revelação da Palavra; muitos não estão caminhando com o Senhor. Eles não entendem aquilo que Deus está fazendo e falando. Eles não compreendem o pacto com Deus; o pacto da aliança com Deus. Não compreendem o significado do Sangue de Cristo Jesus. Por isso é importante que nós tenhamos uma visão clara do propósito de Deus; do que significa verdadeiramente nós sermos peregrinos.
Continuando o estudo de Sucote, iremos perceber os pães sem levedura. Veja Êxodo 12.39:
“E cozeram bolos asmos da massa que levaram do Egito; pois não se tinha levedado, porque foram lançados fora do Egito; não puderam deter-se e não haviam preparado para si provisões”.
Esta é uma lição que precisamos aprender. Em Sucote, Deus disse que eles deveriam consagrar a Ele todo primogênito e que a festa deveria continuar depois da Páscoa. A Páscoa se chama a Festa dos Pães Asmos, ou seja, a festa dos pães sem levedura. Isto quer dizer que a pessoa que recebe a Cristo é uma pessoa que muda de vida e a sua alimentação passa a ser sem levedura. Veja o que Paulo diz aos irmãos em 1 Coríntios, capítulo 5, versículos 7 e 8:
“Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Por isso, celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade”.
Levedura foi o que os israelitas comeram em Sucote. Veja o texto a seguir:
“... do Egito, pois não se tinham levedado, porque foram lançados fora do Egito, não puderam deter-se e não havia preparado para si provisões” – Ex 12.39.
Agora eles não estavam mais no Egito, mas sim, em Sucote. Esta era a comida em Sucote: pães sem levedura, pães asmos. Por isso o Senhor estabeleceu que logo depois da Festa da Páscoa, eles comeriam pães asmos durante sete dias. O ato de comer os pães asmos simboliza o perdão do Senhor. Significa que já fomos libertos do poder do pecado, dos pecados, da culpa e do poder do mundo. Significa que o Senhor fez de nós peregrinos, para que pudéssemos caminhar com Ele. Observem que desde o princípio da sua caminhada tinham que comer pães sem levedura. Antes no Egito se comia levedura, mas agora não. No mesmo princípio, desde a primeira etapa, o Senhor pede a santidade do Seu povo; uma separação. Nem se quer haviam sido batizados - porque só na travessia do Mar Vermelho foi que eles experimentaram o batismo - mas já comeram do pão sem fermento. Agora eles creram, saíram depressa e começam a caminhar com Deus. Este é o caminho da santidade. Na saída de Ramessés, eles comeram o Cordeiro com pães asmos e ervas amargas. E, quando chegaram a Sucote, o primeiro alimento deles foi o pão sem levedura.
Portanto, em Sucote, eles começaram a peregrinar, a caminhar com o Senhor em santidade. Mas, já vimos que havia muita gente que os acompanhava que não fazia parte do povo santo.
Veja na primeira Epístola de João, capítulo 2, versículo 19:
“Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos”.
Estão vendo o que João disse! É isto que a Palavra de Deus diz. Muitas vezes observamos uma multidão seguindo o Senhor, mas quantos no meio dessa multidão realmente são de Deus?
No início do cristianismo, ocorreram muitas conversões, mas o Senhor não se enganava. Então veja o quanto é significativa, esta passagem. Em Sucote havia pães sem levedura - isso fala de consagração. Houve também a consagração dos primogênitos – aqui, vemos o Senhor estabelecendo princípios para o seu povo. Agora eles são forasteiros, estrangeiros e peregrinos. Eles precisavam mostrar que tinham um pacto com Deus, o Deus de Abraão. Isto nos mostra que o nosso caminhar é um caminhar diferente, e que o nosso viver necessita ser correspondente a estas verdades, as esta Palavra. Se não entendermos o significado da nossa vida cristã, então o que é a vida cristã? O que é este caminhar espiritual? O que significa agora estar em Sucote? Significa viver uma vida de altar e de tenda. Viver uma vida confiando unicamente em Deus. Nós precisamos compreender que agora somos um povo santo, um povo separado. Como disse Paulo em 1 Co 5.7: “Lançai fora o velho fermento...”. Todas aquelas coisas do mundo que permeavam o nosso ser, tudo aquilo que nos dominava, nos controlava, agora tem que ser lançado fora. Ele continua: “... para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento”.
Diante de tudo que temos visto, nós precisamos ser claros quanto à nossa vida cristã, quanto ao nosso posicionamento cristão. Temos que entender que somos peregrinos neste mundo. Nós temos que olhar para frente, para a Nova Jerusalém. Necessitamos colocar o nosso coração na Nova Jerusalém, no porvir, naquilo que nos aguarda. Não podemos ficar presos e amalgamados neste mundo. Precisamos ter um viver livre, puro e santo. Um viver que corresponda ao caráter de Deus, que esteja de acordo com a vontade de Deus e que toque profundamente o Evangelho de Cristo.
Que Deus poderosamente, venha falar ao seu coração, venha levar você a compreender a grande importância de você ter um andar conforme a Palavra de Deus, um andar de acordo a Palavra de Deus. São essas as lições que aprendemos em Sucote.
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“Todo-Poderoso , aquele que era , que é, e que há de vir.”
“Ora, vem, Senhor Jesus!”
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